Uma jovem que estaria grávida de quatro meses morreu dentro de uma viatura policial após ser detida durante uma abordagem da Polícia Militar em Governador Valadares, na noite do dia 14 de novembro. A morte de Thainara Vitória Francisco Santos, de 18 anos, está sendo investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais.
O que aconteceu
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, os agentes realizavam buscas em um residencial no bairro Vila dos Montes, onde Thainara morava, à procura de um suspeito de homicídio ocorrido horas antes no bairro Conquista. Durante a operação, um adolescente foi apreendido, o que gerou tumulto no local.
Segundo a PM, policiais foram agredidos com socos e chutes durante a confusão, mas a situação foi controlada e dois jovens foram detidos, incluindo Thainara. No momento em que era colocada na viatura, a jovem relatou fraqueza e ânsia de vômito. Ela foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Vila Isa, onde um médico constatou o óbito.
Contestações da família
A família de Thainara contesta a versão da polícia. Segundo relatos, a confusão teria começado quando os militares abordaram o irmão de Thainara, que tem autismo. Ao tentar intervir, a jovem acabou detida.
Investigação em andamento
A Polícia Civil informou que instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias e causas da morte. O corpo de Thainara foi encaminhado ao Posto Médico Legal de Governador Valadares, e um laudo pericial está sendo aguardado.
Nesta quinta-feira (21), a mãe de Thainara prestou depoimento, e outras testemunhas estão sendo ouvidas. A polícia também requisitou imagens e documentos para auxiliar na elucidação do caso.
Em nota, a Polícia Militar foi procurada para comentar o caso, mas não enviou posicionamento até o fechamento desta reportagem.
Nota do Ministério dos Direitos Humanos
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) lamentou a morte de Thainara em nota divulgada no dia 18. O órgão expressou solidariedade à família e cobrou uma investigação rigorosa e imparcial.
“O papel das forças de segurança é atuar estritamente em conformidade com protocolos que assegurem o respeito aos direitos humanos, como estabelece a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O Estado deve ser um instrumento de proteção e segurança para todos, garantindo a dignidade e a vida como princípios fundamentais de uma sociedade justa”, destacou a nota.
A Polícia Civil afirmou que novas informações serão divulgadas à medida que o inquérito avançar. (Da Redação com G1 Vales de Minas)
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