
Acostumado há quase três décadas a divertir os leitores do jornal A Tribuna (ES) com suas charges sempre criativas, o jornalista Júlio Paternostro, que também é ilustrador do jornal diário e atuou também na diretoria do Sindijornalistas, está abalado pela trágica notícia da morte de sua irmã Maria Lúcia Paternostro Rodrigues, que morreu na última segunda-feira (1) ao cair de um penhasco nos Andes peruanos.
Maria Lúcia Uma servidora do Superior Tribunal de Justiça (STJ), morava no Distrito Federal, de onde é a família, e estava de férias. Ela deixa uma filha de 12 anos. Segundo amigos, o acidente aconteceu enquanto Maria fazia uma trilha no penhasco. Por ser uma área de difícil acesso, o corpo da servidora só foi localizado na terça-feira (2) e ainda está em processo de resgate. Depois deve ser encaminhado para Lima, capital do Peru..
Ainda não há informações sobre a chegada do corpo em Brasília. O UOL entrou em contato com o Itamaraty, mas até o momento não obteve resposta. Maria era formada em Letras e em Direito e pós-graduada em Direito Público. Ingressou no STJ em 2003 e atualmente exercia o cargo de assessora-chefe do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes e de Ações Coletivas (Nugepnac).
O presidente do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho da Justiça Federal (CJF), ministro Humberto Martins, lamentou a morte da servidora e disse que ela se destacava pela dedicação ao trabalho e pela gentileza e prestatividade no dia-a-dia com os colegas.
“O Tribunal da Cidadania está de luto! Expressamos nossa absoluta tristeza pela partida da nossa valorosa servidora Maria Lucia Paternostro Rodrigues. Ela honrou e dignificou não apenas o STJ, mas também todo o Poder Judiciário e o sistema de Justiça. A sua história de vida é um exemplo de entrega com excelência e amor à causa da cidadania brasileira. Que Deus, em sua misericórdia infinita, conforte e fortaleça todos os familiares e amigos”, disse.
Durante a manhã desta terça, o Conselho da Justiça Federal (CJF) também aprovou moção de pesar pela morte de Maria Lucia. O ministro Paulo de Tarso Sanseverino afirmou que Maria era uma servidora “extremamente inteligente, diligente, competente e dedicada”. Para o ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, trata-se de falecimento que “entristece a todos”.
A servidora se preparava para trilha na Patagônia. Era apaixonada pela natureza, segundo os amigos. Sempre que conseguia uma folga, fazia trilhas e visitava cachoeiras. Nas redes sociais, compartilhava o hobby preferido. Em uma das fotos, ela aparece no alto de uma montanha. Registro feito há dois meses.

As últimas postagens também registraram a viagem ao Peru. Durante sete dias, ela visitou o Parque Nacional Huascaran e observou a Laguna Parón, conhecida pelos belos tons de azul. “Estávamos treinando juntos para uma trilha que iríamos fazer no ano que vem para a Patagônia. O percurso é grande: 100 km. Ela estava animada e fazendo planos”, disse um dos amigos da servidora, Adriano Zed Teles.
Teles também é proprietário de uma academia de crossfit, onde Maria malhava havia pelo menos sete anos. Segundo ele, a amiga sempre estava sorridente, de bem com a vida. “Recebemos com muita surpresa e tristeza essa notícia. A Malu era uma pessoa da paz, do bem, alto astral. Vibrava por todos. Queria sempre o nosso bem. Ela sempre estava envolvida em trilhas, em projetos, sonhos. É inacreditável”, lamentou. (Da Redação com UOL Notícias)
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