
Está cada dia mais tensa a situação dos proprietários de terras do Sul da Bahia. Nesta quinta-feira, 2, mais três propriedades, até mesmo pequenos sítios de apenas quatro alqueires, foram tomados por indígenas que pretendem ampliar as Terras Indígenas em torno do Monte Pascoal, nas regiões de Porto Seguro, Itamaraju e Prado, principalmente.
Nos grupos de troca de mensagens, usados como ferramentas de defesa dos proprietários, os relatos são dramáticos. Segundo os proprietários, quando o dono não está presente, os índios cercam a casa e não deixam ninguém entrar ou sair. Ainda de acordo com eles, quando chamada, a polícia simplesmente diz que não é para haver reação, mas sim deixar que os indígenas ocupem as terras.
As queixas são muitas. Os proprietários, maioria deles capixabas que migraram do Norte do Estado para plantar café, coco, pimenta do reino e frutas, reclamam que estão abandonados à própria sorte. Alguns têm nas propriedades um investimento de uma vida inteira e não entendem porque não são acolhidos pelos órgãos federais. Os “indigenas” chegam já quebrando o que encontram para amedrontar os proprietários. Num desses locais invadidos foi encontrada farta munição de grosso calibre.
“Pelo amor de Deus, alguém me ajude. Meus cachorros foram mortos. É uma propriedade pequenininha, de apenas quatro alqueires. Cadê o direito do proprietário? Por favor, não deixem que isso aconteça. É mais uma tragédia anunciada, por favor, me socorram”, pede uma pequena proprietária que tem sua propriedade ameaçada de ocupação.
Outra relata: “Hoje dia 2 de fevereiro de 2023. Tínhamos uma pequena propriedade de cinco alqueirões. Hoje o caseiro relatou que está sendo ameaçado desde uma hora da manhã. Chamei a polícia e disseram que estão indo lá para tirar o caseiro, não é para garantir nosso direito de propriedade. Mais uma vez estamos abandonados. Outra propriedade que eles tomaram estão vendendo o que plantamos para comprar drogas e armas”.
Num outro relato, numa gravação uma mulher relata a um advogado que os índios entraram e dizem que somente saem com ordem judicial. E que foi chamada pelo Ministério Público para fazer um acordo: entregar as terras para os índios. E diz, chorando, que os ocupantes estão destruindo tudo o que tem dentro.
“Eles usam técnica de dissuasão. São os chamados índios do bem, que chegam com uma conversa de que estão chegando para proteger a propriedade e sugerem ao proprietário que eles fiquem ali para protege-los. Chegam com muita educação e enganam os proprietários. Eles, com medo, acabam aceitando e, na verdade, estão tendo as terras invadidas”, disse o antropólogo Edward Luz.
Segundo o antropólogo, as pessoas fazem vários relatos (com promessa de anonimato, por medo) de que as propriedades estão sendo usadas para esconder carros e motos roubadas e como base de uso e tráfico de drogas. As informações são de que indígenas e seus aliados estão andando armados com fuzis metralhadoras dos mesmos tipos usados por organizações de narcotraficantes do Rio de Janeiro. (Da Redação)
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