
A caravana de motos que acompanhava o presidente da República na manhã deste sábado, 23, na Grande Vitória, estava parada na Terceira Ponte quando um homem, que estava a poucos metros de Jair Bolsonaro, foi detido depois de ter sido identificado portando uma arma de fogo. A ação da segurança foi rápida e, se havia alguma intenção maliciosa, maiores consequências foram evitadas.
Uma fonte do tribunanorteleste.com.br disse acreditar “que o homem seja um policial à paisana”. E acrescentou: “Só tiraram a arma dele, colocaram em cima da moto e seguraram para que ficasse para trás. Se fosse alguém identificado com possível intenção de atentar contra o presidente, certamente não seria levado de volta para a moto”.
A cena foi gravada por motociclistas que estavam no pelotão bem à frente na motociata, que reuniu, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública, 10 mil participantes (de acordo com o Detran, a frota do Espírito Santo é de 460 mil motos, sendo que 70% delas são de pequeno porte. Na Grande Vitória, circulam 160 mil motocicletas). No momento em que o homem foi abordado e detido, o Presidente da República estava na mureta da ponte, acompanhando e saudando participantes da Marcha para Jesus, que passava na outra pista.
Durante todo o percurso Bolsonaro pilotou sem usar capacete. A ponte ficou interditada das 10h às 18h, nos dois sentidos. A comitiva de Bolsonaro, que saiu de Vila Velha, atravessou para Vitória e retornou, passou pela pista que dá acesso de Vitória para Vila Velha, enquanto a marcha saiu de Vila Velha no sentido inverso, até a concentração na Praça do Papa.

No vídeo enviado para o tribunanorteleste pode-se ouvir motociclistas comentando até mesmo que o homem detido teria tirado a arma da cintura, sendo abordado por seguranças. No deslocamento, conduzido por agentes, ele passa em frente a Jair Bolsonaro, o que demonstra que ele estava muito próximo do presidente.
Como não foi divulgada nenhuma informação oficial, não se sabe se o homem era um aliado do Presidente, “inadvertidamente” portando uma arma, ou alguém infiltrado no movimento com intenções maliciosas.
SEGURANÇA
Demandada pela reportagem do tribunanorteleste.com.br, a Polícia Federal não respondeu ao questionamento sobre quem era o homem detido e se foi levado para algum lugar.
Na Secretaria de Estado de Segurança Pública, a assessoria informou que não estava sabendo do fato e que todas as informações sobre a segurança da visita do presidente da República estavam por conta do 38º Batalhão de Infantaria, a quem coube a coordenação do esquema inteiro, com a cooperação de outras forças. Não conseguimos contato com o 38º BI, em Vila Velha.
Uma fonte do site, que estava nos primeiros pelotões logo atrás da moto do presidente Bolsonaro, disse que aquela pessoa detida nem era para estar na posição em que estava na motociata. Segundo essa fonte, Bolsonaro fez algumas paradas no trajeto, uma na Reta do Aeroporto e outra na subida da Terceira Ponte, no sentido Vila Velha, onde aconteceu a detenção do homem armado.

De acordo com essa pessoa, que é um suboficial R2 do Exército, eram três grupos de motociclistas: “O primeiro o Alfa, com 100 motos, no qual eu estava. O segundo era o Beta, com outras 300 motos. O terceiro eram todos os outros motociclistas que estavam à espera em várias áreas do aeroporto. Os grupos Alfa e Beta tiveram toda a documentação previamente checada”.
Por fim, a fonte disse não acreditar que a informação seja divulgada pela segurança, embora a cena tenha sido amplamente registrada, e que acredita que “o homem seja um policial à paisana”. E acrescentou: “Só tiraram a arma dele, colocaram em cima da moto e seguraram para que ficasse para trás. Se fosse alguém identificado com possível intenção de atentar contra o presidente, certamente não seria levado de volta para a moto”.
PASTORES
Bolsonaro desembarcou no Aeroporto de Vitória pouco antes das 10h e foi direto para a casa de eventos Patrick Ribeiro, onde foi recebido por cerca de 400 líderes evangélicos.
De acordo com um pastor da Assembleia de Deus, que participou do evento, o presidente falou por cerca de 50 minutos e “deu uma aula de Brasil, falou dos feitos do Governo com estatísticas”.
Houve um momento constrangedor quando o presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), Erick Musso, pré-candidato ao governo pelo Republicanos, foi chamado à frente pelo presidente estadual do Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp/ES), pastor Romerito Oliveira da Encarnação, e os presentes vaiaram o deputado estadual.
A mistura de ato político e religioso foi promovida pelo ex-senador Magno Malta e pelo ex-deputado federal Carlos Humberto Manato, pré-candidato ao governo do Espírito Santo pelo PL.
Depois de participar da motociata, Bolsonaro encerrou sua visita ao Estado no palco armado para a concentração final da Marcha para Jesus, na Praça do Papa. Uma grande multidão se concentrou no local, onde Bolsonaro falou pouco, por apenas quatro minutos, enfatizando em seu discurso que “estamos vivendo uma luta do bem contra o mal”, num tom claramente eleitoral.

“Agradeço a Deus pela minha vida e pela missão de ser presidente da República. Eu jamais esperava ser presidente. Todos nós temos uma missão e devemos aproveitá-la e com vontade, com força e com fé, cumpri-la”, iniciou seu discurso para delírio dos participantes da Marcha para Jesus, que em seguida gritavam “mito, mito”.
Pelas estimativas da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP), além de 10 mil participantes na motociata, a visita de Jair Bolsonaro teve 30 mil pessoas na concentração na Praça do Papa.
NOTA DA REDAÇÃO
O tribunanorteleste.com optou por não publicar o vídeo da detenção feita em cima da Terceira Ponte para não expor as pessoas que nele aparecem.
Esta matéria será atualizada tão logo hajam mais informações dos responsáveis pela segurança do Presidente da República em sua visita ao Espírito Santo.
(Da Redação)
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