O PSL e o DEM estão se fundindo para criar o União Brasil, novo partido que já nasce bilionário. A cota do fundo partidário da “nova” legenda para as eleições de 2022 é calculada em de R$ 1 bilhão. É atrás disso que estão políticos com mandato que migram, ainda que a homologação ainda não tenha sido feita pelo Tribunal Superior Eleitoral – mas isso não será problema.
São R$ 5,960 bilhões a serem distribuídos pelo “fundão” eleitoral, o financiamento público das campanhas políticas no Brasil, criado sob a narrativa de que era preciso acabar com o financiamento privado que transformava o Congresso num balcão de representação do grande capital. Parece que foi mais do mesmo: agora os partidos é que decidem a quem financiar. Nas eleições proporcionais, passamos a ter uma espécie de “eleição por lista”.
Tão rico quanto o União Brasil só mesmo o PT, que prepara a campanha para a volta de Lula à presidência. O União é rico assim por conta do PSL, que fez uma grande bancada federal na esteira do bolsonarismo – não se sabe, e as pesquisas de momento dizem que não, se essa onda vai se manter.
O que determina a destinação do fundo partidário é o número de votos que o partido tem para a Câmara dos Deputados. Esta foi a razão de o Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do bispo Edir Macedo, ter imposto a Amaro Neto a candidatura a deputado federal, quando ele pretendia o Senado. E deu certo. Amaro teve um caminhão de votos, a maior votação individual da história capixaba a um candidato a deputado federal.
O UB nasce sob a direção do atual presidente do PSL, Luciano Bivar, e o DEM deve oferecer o vice. Outra coisa: a nova legenda elegeu cinco Estados para focar na eleição de governador. O Espírito Santo não está incluído, embora na primeira quinzena de fevereiro o deputado federal Felipe Rigoni vá lançar o seu nome prometendo ser abençoado por ACM Neto, o papa do DEM.
Estão pipocando pré-candidaturas ao Governo do Estado por conta da fartura de dinheiro, o União Brasil é uma noiva muito cobiçada, mas resta saber até onde essas pré-candidaturas serão sustentadas pela direção nacional de cada partido. Não adianta fazer planos nos Estados porque quem decide o futuro é o “deus” partidário nacional.
Vem aí uma tal Federação de Partidos, que vai amarrar ainda mais as eleições nos Estados a interesses fechados em Brasília. No fundo, mudam-se os nomes, mas os artistas continuam os mesmos e o circo também. Como no bico de pena da Velha República, derrubada pela revolução de 1930. (José Caldas da Costa/Webber Andrade)
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