Um golpe descoberto pela Polícia Federal após os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da empresa de transportes Saritur, admitirem em depoimento à Polícia Federal que compraram vacinas contra a Covid-19. pode ter chegado a empresários de Governador Valadares, cidade polo do Leste de Minas Gerais. A Saritur tem linhas de ônibus operando entre Governador Valadares e municípios da regiaõ central mineira.
Os irmãos lessa são apontados como os organizadores de uma vacinação irregular que aconteceu em uma garagem de ônibus da família. A Polícia Federal encontrou no final de março, os supostos imunizantes que teriam sido usados pela falsa enfermeira Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas no esquema clandestino.
Ela e o filho dela, Igor Torres de Freitas teriam, supostamente, comercializado e aplicado vacinas importadas ilegalmente, desviadas do Ministério da Saúde ou ainda falsificadas contra a Covid-19 em empresários de Belo Horizonte.
Mensagens e fotos obtidas pela Polícia Federal (PF) revelam que os suspeitos pela vacinação clandestina estiveram em casas de luxo de Belo Horizonte. O material indica ainda que o grupo pode ter feito o mesmo esquema em outras cidades de Minas Gerais e até fora do Estado.
As mensagens feitas por Junio Guimarães, genro de Cláudia Mônica Pinheiro – apontada como falsa enfermeira – foram trocadas com a ex-companheira, Grasiele Cândida. Ela já prestou depoimento. Ele teria ido a Paracatu, Governador Valadares e Aparecida de Goiânia.
O material apresentado por Grasiele reforça a suspeita de que a vacinação clandestina foi além de Belo Horizonte. Ela relatou que Junio dizia que estava trabalhando com seringas e ampolas, mas não falava em imunizante contra Covid-19.
A PF informou que os arquivos trocados pelos dois estão servindo para identificar novos locais onde houve a suposta vacinação. Mais pessoas que tomaram a vacina com um líquido ainda não identificado estão sendo chamadas para depor.
A principal suspeita é de que houve um golpe. Quem pagou para furar a fila da imunização recebeu uma falsa vacina de uma falsa enfermeira.
Cláudia Mônica Pinheiro, o filho dela, Igor Torres, e Junio Guimarães respondem inquérito em liberdade. Eles já foram indiciados por associação criminosa e falsificação.
Falsa enfermeira
A mulher suspeita de aplicar um suposto imunizante contra a Covid-19 em empresários da capital é a cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas. Ela teve a prisão preventiva anulada pela Justiça Federal, mas a PF disse que a decisão não muda os rumos da investigação. Na casa da cuidadora de idosos, os investigadores encontraram ampolas de soro fisiológico e seringas, novas e usadas.
A principal hipótese da investigação é de que houve golpe: os empresários e políticos, na vacinação organizada na garagem da empresa de transportes, e também os moradores que receberam a falsa enfermeira em condomínios de luxo de BH, provavelmente tomaram doses de uma falsa vacina contra a Covid-19. (Da Redação com G1 Vales de Minas Gerais)
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