Veja o discurso na íntegra:https://youtu.be/nkHPNZKnGo0
“Resultado das urnas tem que ser respeitado”. Comandante militar do Sudeste, o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva disse, em discurso na quarta-feira (18) durante uma cerimônia no QGI (Quartel-General Integrado), em São Paulo, que o resultado das urnas deve ser respeitado, independentemente do presidente exercendo o mandato.
O evento foi realizado em homenagem aos militares mortos em 12 de janeiro de 2010 durante um terremoto no Haiti e que integravam o 11º contingente da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti). Até então, nenhum oficial da maior patente das FA havia se manifestado de forma pública e tão contundente.
Sem citar o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o comandante afirmou que “não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito”. Disse também que ainda que houvesse um “turbilhão, terremotos, tsunamis”, continuarão coesos, respeitosos e garantindo a democracia.
COMANDO GERAL
Neste sábado, Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva foi anunciado novo comandante-geral do Exército Brasileiro, escolhido pelo presidente Lula em lugar do general Júlio César de Arruda, que é o mais antigo da força, tendo sido por isso escolhido, permanecendo no cargo por 21 dias.

Ainda na fala do dia 18, Ribeiro Paiva afirmou que a “democracia pressupõe liberdade, garantias individuais” e alternância do poder, devendo a instituição e seus membros respeitarem o resultado da urna “mesmo que a gente não goste”.
“Ser militar é isso. É ser profissional. É respeitar a hierarquia e disciplina. É ser coeso. É ser íntegro. É ter espírito de corpo. É defender a pátria. É ser uma instituição de Estado. Apolítica, apartidária”, disse ele.
Em outro trecho, afirmou: “Quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É isso que se faz. Essa é a convicção que a gente tem que ter. Mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta. Nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel de quem é instituição de Estado. Instituição que respeita os valores da pátria, como de Estado”.
A sede do Comando Militar do Sudeste foi um dos palcos de acampamento promovidos por manifestantes golpistas após o segundo turno da eleição presidencial, em outubro.
No dia da posse de Lula e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), bolsonaristas que permaneciam no local apelavam para que os acampados não fossem embora. “QG, QG, QG. Ninguém sai daqui”, gritavam eles, que também pediam intervenção militar.
Na data, o principal alvo dos ataques era o novo presidente, manifestantes chegaram a entoar em um megafone: “Lula, ladrão, seu lugar é no caixão”.
A área em frente à unidade militar, próxima ao parque Ibirapuera, só foi desocupada no último dia 9, após ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O Comando Militar do Sudeste, que abrange apenas o estado de São Paulo, é um dos oito que compõem o Exército Brasileiro e é integrado por 132 organizações militares.

Ao retornar de Roraima, onde foi conhecer de perto a situação dos povos Ianomâmi, o presidente Lula teve um encontro com o novo comandante do Exército e publicou em suas redes sociais foto cumprimentando-o. Tomás é o 2° general mais antigo do Exército Brasileiro, justamente atrás de seu antecessor. (Da Redação com informações do Estado de Minas e CNN)
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