A febre oropouche, ou “febre do maruim”, mosquito pequenino também conhecido como “mosquito pólvora”, começa a se alastrar pelo Brasil. O Espírito Santo está entre os Estados atingidos, com maior incidência de casos em Colatina, na microrregião Centro-Oeste. Antes, os casos estavam concentrados no Norte do Estado, mas já começa a se expandir e Anchieta tem o primeiro caso do Sul do Estado.
Os jovens de 20 a 29 anos de idade são os mais afetados. O Ministério da Saúde está monitorando para descobrir porque a doença está se alastrando pelo País. Demandamos à Secretaria de Saúde sobre o fato de a doença ter se concentrado em Colatina. Assim que obtivermos retorno, essa reportagem será atualizada.
No último boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa), referente ao período de 23 de abril a 15 de maio, já haviam sido confirmados pelo Laboratório Central (Lacen) 79 casos em todo o Estado, sendo 29 em Colatina. Até o momento, não há registro de mortes pela doença, entretanto, sua ocorrência provoca confusão com sintomas da dengue e causa a mesma prostração.
Veja onde há casos: Colatina – 29; Rio Bananal – 21; Laranja da Terra – sete; São Gabriel da Palha – seis; Vitória – quatro; Sooretama – três; Ibiraçu e Vila Valério – dois: Serra, Anchieta, Ibatiba, Linhares, Pancas e Serra – um caso em cada município.
EXPANSÃO
Um novo boletim epidemiológico divulgado nesta semana pelo Ministério da Saúde mostrou o crescimento dos casos de febre oropouche em todo o Brasil. De acordo com os dados da pasta, o país tem 5.102 casos da doença, sendo 2.947 deles na Amazônia e 1.528 em Rondônia.
Já os demais confirmados ou em investigação estão localizados nos seguintes estados: Bahia, Acre, Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Roraima, Santa Catarina, Amapá, Maranhão e Paraná. A faixa etária mais afetada está entre 20 e 29 anos.
“Nós já vimos que há algumas semanas está acontecendo um espalhamento para outras regiões do Brasil. A gente não está só naquela concentração na Região Norte, que foi o primeiro momento. A gente acreditou que ia ficar concentrado, mas vimos que houve um espalhamento. (…) Estamos monitorando de perto e entendendo melhor essa nova arbovirose”, ressalta Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
O que é a febre oropouche?
A febre, transmitida principalmente por mosquitos, é causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). A transmissão é feita a partir da picada de um mosquito em uma pessoa ou animal infectado, porque o vírus permanece no sangue dele por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, transmite, então, o vírus para ela.
De acordo com o Ministério da Saúde, existem dois ciclos de transmissão da doença:
• Ciclo silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
• Ciclo urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, pode ocasionalmente transmitir o vírus também.
O Ministério da Saúde afirma que o vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça capturada durante a construção da rodovia que liga Belém à Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica.
Quais são os sintomas?
Os sintomas associados à doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya. São eles:
• dor de cabeça;
• dor muscular;
• dor nas articulações;
• náusea;
• diarreia.
Não existe tratamento específico para a doença. Com o acompanhamento médico, são indicados medicamentos para aliviar os sintomas. (Da Redação com Ascom)
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