O Estado de Rondônia, lotado de capixabas, é o Estado com maior percentual de evangélicos do Brasil, de acordo com os dados estatísticos levantados pela última vez pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tomando por base os números do censo de 2010. Em Rondônia, 46,9% declaram-se católicos e 33,4% são evangélicos.
Existe expectativa em relação aos números do censo de 2022, que ainda não tabulou os dados relacionados à religião dos brasileiros.
Já se sabe que o Brasil tem mais estabelecimentos religiosos do que o total somado de instituições de ensino e de saúde. É o que mostram os novos dados do Censo 2022 divulgados em fevereiro de 2024 pelo instituto. São, em média, 286 igrejas para cada 100 mil habitantes do país.
O Espírito Santo é o segundo estado mais evangélico do Pais, ainda conforme os dados disponíveis: 30,4% da população, enquanto 49% se declaram católicos.
As cidades com mais pessoas que se declararam evangélicas, superando o número de católicos, são Itapemirim (+21,84%), Laranja da Terra (+78,5%), Presidente Kennedy (+10,3%), Santa Maria de Jetibá (+68,7%) e Serra (+4,7%).
Algumas particularidades: em Laranja da Terra e em Santa Maria de Jetibá, devido à presença luterana, os evangélicos de igrejas de missões representam 94% e 85% respectivamente, com baixíssima presença das igrejas pentecostais, vindo logo a seguir Domingos Martins, com 80% de evangéoicos de missões.
Os pentecostais, entretanto, representam 75% dos evangélicos de Serra e quase 80% em Cariacica, onde o número de evangélicos é praticamente o mesmo do número de católicos. A diferença é de menos de 1%.

Em Barra de São Francisco, com forte presença evangélica, o censo de 2010 apontava 6,45% mais católicos do que evangélicos. Entretanto, com um detalhe: mais da metade dos evangélicos são de igrejas de missões (batista, presbiteriana, metodista, adventista e luterana).
PROJEÇÕES SURPREENDEM
Projeções indicam que os evangélicos vêm crescendo em número de forma surpreendente no Brasil, podendo chegar já a 30% da população, conforme estima o Censo 2022. Algumas das igrejas também têm acompanhado a expansão dos fiéis, dobrando o número de templos na última década.
Atualmente existem mais de 100 mil igrejas. As líderes em abertura de templos na década passada foram as pentecostais, tendo em primeiro lugar a Assembleia de Deus que, entre 2010 e 2019, inaugurou mais de 9 mil igrejas em todo o território nacional, uma disparada de 115% em dez anos. Ela é seguida pela Congregação Cristã no Brasil, com 3.445 novas igrejas na última década (alta de 92%). A terceira posição é ocupada pela Igreja Cristã Maranata, que inaugurou 1.530 templos (avanço de 35%).
Em segundo lugar no ranking da expansão, vieram as denominações neopentecostais. A neopentecostal brasileira mais conhecida, a Igreja Universal do Reino de Deus, inaugurou 2.515 templos entre 2010 e 2019. Outra denominação famosa neste grupo é a Igreja Mundial do Poder de Deus, criadora de 2.310 locais de culto no mesmo período.
A terceira vertente evangélica que mais se expandiu no País foi a das igrejas missionárias, como adventista, metodista, luterana, batista, anglicana, menonita e presbiteriana. As missionárias incluem algumas das mais antigas igrejas evangélicas brasileiras, mas o grupo cresceu relativamente pouco na última década, registrando cerca de 53% de novos templos, contra 76% das neopentecostais e quase 98% das pentecostais.
Em parte, esta desaceleração das missionárias é resultado de suas estruturas mais engessadas e hierarquizadas, semelhantes ao catolicismo, o que dificulta a reprodução das igrejas em ritmo tão arrebatador quando as outras denominações.
EM 30 ANOS, EVANGELICOS CRESCERAM 250%
Em 30 anos, percentual de evangélicos passa de 6,6% para 22,2%. Os evangélicos foram o segmento religioso que mais cresceu no Brasil no período intercensitário. Em 2000, eles representavam 15,4% da população. Em 2010, chegaram a 22,2%, um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3 milhões). Em 1991, este percentual era de 9,0% e em 1980, 6,6%.
Já os católicos passaram de 73,6% em 2000 para 64,6% em 2010. Embora o perfil religioso da população brasileira mantenha, em 2010, a histórica maioria católica, esta religião vem perdendo adeptos desde o primeiro Censo, realizado em 1872. Até 1970, a proporção de católicos variou 7,9 pontos percentuais, reduzindo de 99,7%, em 1872, para 91,8%.
Esta redução no percentual de católicos ocorreu em todas as regiões, mantendo-se mais elevada no Nordeste (de 79,9% para 72,2% entre 2000 e 2010) e no Sul (de 77,4% para 70,1%). A maior redução ocorreu no Norte, de 71,3% para 60,6%, ao passo que os evangélicos, nessa região, aumentaram sua representatividade de 19,8% para 28,5%.
Entre os estados, o menor percentual de católicos foi encontrado no Rio de Janeiro, 45,8% em 2010. O maior percentual era no Piauí, 85,1%. Em relação aos evangélicos, a maior concentração estava em Rondônia (33,8%), e a menor no Piauí (9,7%). (Da Redação com dados do IBGE)
Capa: vista de Barra de São Francisco com igreja matriz em destaque. Foto: José Caldas da Costa
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