Com 100% das urnas apuradas, Enivaldo dos Anjos (PSB) está reeleito com 64,23% dos votos. Este será o terceiro mandato de prefeito de Barra de São Francisco de São Francisco, agora em dupla com o vice-prefeito eleito Wanderson Melgaço (PSB).
Assim como apontava todas as pesquisas eleitorais registradas, Enivaldo teve uma votação expressiva de 15.386 votos, uma diferença de 8596 votos do segundo colocado, o atual vice, Gustavo Lacerda (Republicanos). Em terceiro lugar ficou Tavinho (PL), com 880 votos, seguido de de Zé Valdeci (PT) com 541 votos, Moabe Souza (PRD) com 263 votos, e Gean Maforte (DC), com 93 votos.

Um grande número de pessoas se ajuntaram no Centro da cidade para comemorar a vitória de Enivaldo.
Quem é Enivaldo dos Anjos
Enivaldo Euzébio dos Anjos nasceu em Barra de São Francisco em 8 de maio de 1950. É o sétimo filho dos dez que teve o casal Filomina Rosa dos Anjos, a dona Samina, e Astrogildo Romão dos Anjos, mais conhecido como “Seu Astroja”.
A mãe veio de Penha do Capim, distrito de Aimorés (MG), o pai de Mascarenhas, distrito de Baixo Guandu (MG). Casaram-se muito jovens e mudaram-se para a região do Tatu (Santo Antônio).
Casou-se aos 18 anos com Cremilda Matos dos Anjos. Tiveram um único filho, Giulianno, que também chegou a deputado estadual quando Enivaldo era conselheiro do Tribunal de Contas do Espírito Santo. O casamento com Cremilda durou 35 anos, até o divórcio em 2005. Cremilda morreu em 2017.
Enivaldo é advogado, serventuário da Justiça desde 1976. Ao contrário dos irmãos, nunca deixou Barra de São Francisco, a não ser para cumprir mandatos políticos e no Tribunal de Contas.
Começou na política local no antigo MDB e, depois, por falta de espaço, foi para a Arena2. Em 1982, teve sua primeira experiência eleitoral, como candidato a deputado estadual pelo PDS. Teve mais de 4 mil votos em sua cidade e, em 1986, elegeu-se deputado estadual pelo PDS.
Em apenas dois anos, conseguiu boa projeção na Assembleia Legislativa, presidindo a primeira CPI do Pó Preto da Casa. Em 1988, elegeu-se prefeito pela primeira vez. Em 1990, foi um dos pilares do movimento municipalista que levou à eleição de Albuino Azeredo para Governador e tornou-se o primeiro presidente da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes).
Em 1992, passou a prefeitura nos últimos seis meses para seu vice, Jaime Nery da Silveira, para assumir a Secretaria de Estado do Interior, onde ficou até 1994, quando se desincompatibilizou para se candidatar. Chegou a lançar seu nome a governador pelo PDT, incentivado por Brizola, mas recuou um mês antes da eleição, lançando-se a deputado estadual e se elegendo.
Foi líder do Governo Vitor Buaiz (PT) por um período entre 1995-98, quando se reelegeu deputado. Em 2000, foi indicado pela Assembleia Legislativa para uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, onde ficou até 2010, quando se aposentou por tempo de contribuição e elegeu-se segundo suplente de senador na chapa do senador Magno Malta.
Em 2011, a convite de Gilberto Kassab, deixou o PDT e fundou o PSD no Espírito Santo, tornando-se seu primeiro presidente, ficando na legenda até 2022, quando se desfiliou-se para apoiar a candidatura à reeleição do governador Renato Casagrande. O PSD havia sido entregue pela direção nacional a Guerino Zanon para que ele se candidatasse a governador.
Em 2014, Enivaldo dos Anjos voltou a se eleger deputado estadual. Destacou-se na Assembleia como um parlamentar combativo, que presidiu duas CPIs de grande repercussão: a CPI da Sonegação de ICMS e a CPI da Máfia do Guincho, conseguindo pressionar pelo fim da apreensão sistemática de veículos na Grande Vitória e pela moralização dos pátios de recolhimento de veículos apreendidos pela Polícia de Trânsito.
Em 2016, chegou a se lançar candidato a prefeito de Vitória, mas foi obrigado a renunciar diante de pressões da cúpula nacional do partido. Em 2018, se reelegeu a deputado estadual como um dos poucos da bancada da Assembleia a aumentar a votação.
Atendendo a pedidos de seus antigos aliados de Barra de São Francisco, transferiu seu título de volta para sua cidade e candidatou-se a prefeito, elegendo-se com a maior votação da história até então. Na época, teve que fazer campanha de dentro de casa, pois, a pandemia de Covid-19 se espalhava e ele não podia correr o risco de se contaminar – tem apenas um pulmão, em função de uma tuberculose contraída na juventude.
Filiou-se ao PSB em 2023, recebendo do governador Renato Casagrande a missão de coordenar o partido no Norte do Estado. Chegou a anunciar que não se candidataria à reeleição, mas, por falta de opção e diante da candidatura de seu vice, com quem estava rompido desde o primeiro semestre da administração, aceitou o que definiu como “sacrifício”.
Dessa vez, não quis se arriscar e escolheu como vice seu fiel escudeiro Wanderson Melgaço, que desde os 16 anos é seu assessor, tendo trabalhado com ele no Tribunal de Contas e sido chefe de seu gabinete parlamentar por seis anos e, depois, o controlador geral da Prefeitura de Barra de São Francisco de 2021 até a desincompatibilização para a candidatura.
Sua votação em 2024 foi, praticamente, a mesma que obteve em 2020. (Da Redação)
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