A vida é uma oportunidade maravilhosa para encontros e ao mesmo tempo pode nos colocar em momentos difíceis de confronto. Ambos, encontros e confrontos, são inerente à vida e não são em si mesmos um problema ou algo negativo. Dependem em grande parte de nós mesmos, de cada um de nós.
Acredito que encontros podem ser uma experiência bela e enriquecedora, assim como podem nos colocar em risco. Por outro lado, confrontos podem ser ruins e desgastantes, mas podem aprofundar relacionamentos e contribuir para nosso amadurecimento. Como você tem vivido seus encontros e confrontos?
Tenho percebido que, em geral, nossa deficiência nos encontros também se revela no modo como lidamos com os confrontos. É preciso saber se encontrar para, de forma positiva e saudável, confrontar, e vice-versa. Podemos dizer que são duas faces da mesma moeda. E talvez somente se possa conhecer a qualidade de um encontro, independente de quanto tempo ele tenha durado, pelo modo como o confronto acontece, quando acontece. E normalmente acontece!
Encontro bom e saudável envolve a alma, algo que não podemos ter certeza de estar conhecendo no primeiro encontro. É preciso alma boa, saudável, madura para bons encontros. Alma que já entendeu que cada pessoa é um tesouro sem preço. Alma que pode até gostar e valorizar coisas, mas ama mesmo é pessoas. Por isso jamais as usa, pois faze-lo lhe é inadmissível.
Encontro bom e saudável constrói amizades verdadeiras, cujo mínimo irredutível é o respeito. Por isso a gente nunca corre risco na relação com quem verdadeiramente se fez nosso amigo. Amigos protagonizam encontros e confrontos. Entre amigos verdadeiros, tudo é útil e aproveitável. A gente chega a rir das desavenças!
Não gostamos de confrontos, mas eles não são ruins ou maléficos necessariamente. Eles se tornam assim quando o confronto inclui ódio e maldade, pois costumam trazer consigo mentiras, manipulações e as vezes violência. Porque o objeto do confronto se torna a própria pessoa, e não algo que represente discordância entre as partes. Porque o desejo é destruir, aniquilar o outro e não colocar em debate as perspectivas, as ideias ou preferências. O que faria do confronto uma oportunidade de crescimento.
Vivemos numa sociedade cujo aparato tecnológico ampliou as possibilidades de encontros e também de confrontos. Somos também uma sociedade com muitos temas em aberto, sobre os quais ainda temos muito a aprender. Uma sociedade com muitas opiniões e poucos fundamentos, onde a paixão com que as vezes se fala contrasta com a ignorância sobre o que se fala. Uma sociedade com certezas demais e conhecimento de menos. Cada um de nós pode ser, nessa sociedade, uma dádiva ou um problema, um construtor de pontes ou de muros. Devemos escolher ser uma dádiva e construir pontes. Devemos aprender cada vez mais a sermos melhores e a nos encontrar e nos confrontar. Não se trata de técnica, mas de coração. Como disse Jesus, é de lá que tudo vem. Tenhamos um bom coração. Coração que saiba amar, respeitar e que se apegue à justiça e à verdade. Que ele seja nutrido por uma alma humilde, paciente e bondosa. As dinâmicas da vida em seus encontros e confrontos podem ser uma benção para terminarmos bem nossa história. Ou podem se revelar as provas que condenarão nossa trajetória.
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