Nos últimos dias, a Polícia do Espírito Santo parece ter assumido uma nova postura frente a homicídios, que estão em queda estatística, mas que têm assustado pela banalidade com que a vida é tratada. Essa, que parece ser uma nova postura, consiste numa “resposta rápida à sociedade”.
Só para lembrar fatos bem recentes e, portanto, frescos na memória de todos, temos: a elucidação do duplo homicídio banal cometido na porta de um bar em Mantenópolis, na região Noroeste; do duplo homicídio hediondo contra mãe e filho de quatro anos, mortos a marretadas por uma dupla que nos parece psicopata, no município de Serra; a execução fria, com dezenas de tiros, de Aline na presença de várias testemunhas em Aracruz; e a morte da cabeleireira trans “Teteia” nesta semana em Nova Venécia.
Foram crimes chocantes, elucidados em intervalos de 24 a 72 horas, com a devida prisão de seus autores (por que se tratam como suspeitos praticantes de crimes com inúmeras testemunhas e provas materiais como imagens de videomonitoramento e até a imediata confissão de sua prática, como em todos esses casos mencionados acima?).
E qual a importância disso? Primeiro, que a sociedade sente-se mais segura e confiante em sua polícia; segundo, que as próprias pessoas com tendência criminosa “descobrem” que, ao incorrerem nessas práticas, não ficarão impunes.
A sensação de impunidade é sempre um fator de incentivo indireto ao crime.
Para melhorar esse quadro, só falta que a Justiça seja ágil e acelere os ritos do devido processo legal, julgando no menor tempo possível e imaginável esses atos delinquentes. Afinal, não estamos tratando com suspeitos tão somente, mas com autores confirmados com robustas provas materiais.
E que a autoridade policial, na pressão por dar resposta à sociedade, concluindo os inquéritos para envio à Justiça, não cometa imperícias que venham a enfraquecer as peças processuais e prejudicar as decisões da Justiça. Esse seria o pior dos mundos, tão ruim quanto uma polícia que nada apura e que deixe impunes criminosos contumazes.
Sem espetacularização da tragédia humana e operações teatrais, mas com eficiência, é o que qualquer cidadão de bom senso espera.
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