Em pronunciamento da tribuna da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira, 6, o deputado estadual Mazinho dos Anjos (PSDB) rebate o que ele considera como “fake news” que andam sendo difundidas em Vila Pavão com relação à candidatura do ex-prefeito Irineu Wutke, garantiu que seu apoiado está apto a disputar as eleições, e prometeu na próxima semana revelar “quem não pode ser candidato”.
O parlamentar deixou a dúvida no ar e manteve-se em silêncio quando perguntado sobre quem e por que essa pessoa não poderá disputar a eleição. “Fiquem tranquilos, na próxima semana eu vou revelar, publicamente, quem está inelegível e acabar com essa farra de notícias falsas. O Irineu posso garantir que está elegível”, respondeu Mazinho às indagações de jornalistas.
Em seu discurso, Mazinho dos Anjos disse que “o ex-prefeito Irineu é um homem sério, que fez excelente administração, que teve todas as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo”. E acrescentou que o fato de a Câmara de Vereadores (“que tem maioria do atual prefeito, que é oposição ao Irineu”) ter reprovado as contas não o torna inelegível.
“Sou advogado, especialista em Direito Administrativo, advogo há mais de 15 anos no Tribunal de Contas e posso garantir: o julgamento político na Câmara pode beneficiar, nunca prejudicar. Se o Tribunal aprova e a Câmara rejeita, não há vinculação em termos de candidatura, porque a rejeição é política e não técnica”, assegurou Mazinho dos Anjos.
O deputado disse que a atual administração de Vila Pavão espalha junto à população que Irineu não pode ser candidato, mas que isso é uma inverdade: “Estão com medo e espalhando essa mentira. Ele pode ser candidato, se quiser. E, se for candidato, vai ganhar a eleição e eles sabem disso. Eu vou mostrar quem não pode ser candidato e vou mostrar o porquê”.

HISTÓRIA
De acordo com o último censo do IBGE, divulgado em 2022, a população de Vila Pavão é de 8.911 pessoas e cresceu 2,76% em relação a 2010. O município foi emancipado de Nova Venécia em 1990 e teve sua primeira eleição em 1992. Nessas três décadas, foi governado por cinco prefeitos diferentes: Erno Júlio Dieter (1993-96), Eraldino Tesch (1997-2004), Ivan Laure (2005-12), de novo Eraldino Tesch (2013-2016), Irineu Wutke (2017-20) e, atualmente, Uelikson Boone, o Bolinha.
De acordo com informações do próprio site da Prefeitura, o Município de Vila Pavão foi emancipado de Nova Venécia no dia 1º de julho de 1990 (dia do Plebiscito também oficializado como o dia da Cidade). O seu território pertencia a Nova Venécia, originariamente distrito de São Mateus, colonizado na década de 1920 por caboclos que fugiam da seca do sertão mineiro e baiano e por madeireiros que ganhavam dinheiro com a nobre madeira existente nessa parte da Mata Atlântica.
Depois, nos anos de 1940 chegaram os três grupos que dariam identidade a Vila Pavão: algumas famílias afrodescendentes ocuparam a região de Todos os Santos e do Córrego Santo Estevão; os pomeranos em grande maioria ocupava o então distrito de Córrego Grande especialmente a sede, Córrego da Lajinha, Córrego da Peneira, Córrego do Mutum, Praça Rica e Córrego do Sossego e os italianos no Córrego das Flores, Córrego do Paraíso e Córrego da Rapadura.
O nome Vila “Pavão” foi colocado, assim como muitos nomes no Brasil, por tropeiros. Os tropeiros e suas tropas, principal meio de transporte no Brasil nesse período e por muitos séculos antes, pernoitavam numa enorme e única casa numa encruzilhada, onde hoje fica o centro de Vila Pavão. Essa casa, como muitas, tinha um desenho na varanda. Era o desenho desse famoso pássaro de origem indiana. Os tropeiros pernoitavam, descansavam e alimentavam suas tropas na “Casa do Pavão”, mais tarde na “Vila Pavão”.
Na década de 1950, com a abertura da estrada de Vila Pavão a Nova Venécia feita a enxadão coordenado pela família Reblin, a madeira mais distante passaria a ser transportada por caminhões até Nova Venécia. Nesse período grande levas de imigrantes pomeranos e italianos vem da região serrana (Afonso Claudio, Laranja da Terra, Santa Leopoldin), Pancas (Lajinha), Baixo Guandu, Aimorés (Itueta) para Vila Pavão, então pertencente a Nova Venécia, que estava se emancipando de São Mateus (1954).
Originalmente, o novo distrito chamava-se Córrego Grande e em pouco tempo transformou-se no principal distrito de Nova Venécia e 30 anos depois já teria condições de ser município também.
No final da década de 1960, com a política de erradicação do café e o aumento do número de filhos, muitos pavoenses migraram para Rondônia, especialmente com destino ao Espigão do Oeste, que era distrito do município de Pimenta Bueno, e de acordo com a estatísticas, Vila Pavão na época perdeu em torno 40% de sua população nesse processo migratório. (Da Redação)
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