“Esta ilha é uma delícia”. A frase da cronista e jornalista Carmélia Maria de Souza, nascida em Rio Novo do Sul, patrona da Academia Espirito-Santense de Letras e que morreu precocemente aos 38 anos de embolia pulmonar, é a melhor definição da capital do Espírito Santo. Mas, quem visita Vitória, a trabalho ou a passeio, geralmente só tem olhos para as áreas mais nobres.
Quem ousar levantar os olhos poderá, pelo menos, usar a imaginação para “ver” a ilha por outro ângulo. E quem amar o ver diferente, encontrará opções.
Tratados com preconceito pelos “bem nascidos”, os morros abrigam gente trabalhadora, que produz riqueza, cultura e arte. E comportam também interessantes opções de turismo. Na capital capixaba, pelo menos três dessas, assim chamadas, comunidades têm projetos de visitação que a cada vez atraem mais gente interessada num outro olhar sobre a cidade.
São iniciativas que geram emprego e renda para os que ali moram e produzem.

COMO SE FORMARAM
Vitória está entre as capitais mais antigas do país. A história da cidade começou junto com a chegada dos portugueses ao Brasil. A ocupação urbana da ilha foi lenta, contando com período de isolamento.
A parte continental da cidade, compreendida pelas áreas onde estão a Ufes e os bairros de Jardim da Penha, Mata da Praia, Jardim Camburi e Grande Goiabeiras, só teve o povoamento iniciado nos anos 60 do século XX.
As quatro primeiras décadas do século XX se caracterizam pela realização de numerosas obras que possibilitaram a expansão da Vila em direção a Santo Antônio e ao norte, fazendo surgir os bairros de Jucutuquara, Praia do Suá e Praia do Canto. Esse período compreende a primeira década da República até o governo do interventor federal João Punaro Bley.
Para formação do tecido urbano daquele período, foram fundamentais obras estruturantes:
- Aterro do mangue no Campinho (atual região do Parque Moscoso) concluído em 1912;
- Obras de aparelhamento do Porto de Vitória, que possibilitaram a exportação de café, desde aquele momento o principal produto da economia capixaba;
- Renovação do núcleo antigo da cidade, com a retificação e ampliação de vias, dos serviços de água, drenagem e de limpeza pública;
- Aterros nas regiões do bairro do Forte São João, Ilha de Santa Maria e Jucutuquara, nos anos 20;
- Implantação do projeto “Novo Arrabalde”, de Saturnino de Brito, ampliando em cinco vezes a área da cidade, dando origem ao que hoje é a Praia do Canto e adjacências;
- Melhoria nas estradas de Jucutuquara, Bomba e Goiabeiras;
- Instalação do bonde elétrico, com a ampliação da linha ligando Santo Antônio até a Praia do Suá e a implantação da linha circular unindo a cidade alta à baixa;
- Construção da ponte Florentino Avidos, possibilitando a ligação de Vitória à Ilha do Príncipe e ao Continente.
Com essas obras, principalmente os aterros, a cidade adquire novas feições e diferentes contornos. São eliminadas praias e enseadas e são ligadas ilhas e afloramentos rochosos, modificando os limites da cidade com o mar.
A região onde hoje se situam os bairros Romão, Forte São João, Itararé, Morro Gurigica, Iha de Santa Maria, Monte Belo e Morro São José foi ocupada entre as décadas de 40 e 50 do século passado.
A ocupação urbana avança sobre o mar, com aterros que vão da Avenida Capixaba (Esplanada) até Bento Ferreira. Daí cresce até o canal da Passagem, ocupando espaços entre Maruípe e o Novo Arrabalde. Verifica-se, também, a ocupação das encostas do Maciço Central, na região de Santo Antônio, com a formação do bairro de Santa Tereza.
Como se vê, aqui como em qualquer cidade onde os morros proliferaram no Brasil, as partes mais elevadas ficaram “reservadas” àqueles que acabaram sendo excluídos dos projetos da “baixada”.
CONHEÇA OS MORROS DE VITÓRIA
Jesus de Nazareth
Santa Helena (ou Morro da garrafa)
São Benedito
Forte São João
Bairro da Penha
Romão
Cruzamento
Jaburu
Morro do Quadro
Fonte Grande
Morro do macaco
Piedade
Morro do Moscoso
Morro do Cabral
MORRO DE GURIGICA
Gurigica talvez seja o lugar de Vitória que melhor expresse os contrastes do crescimento da cidade. Teve até um líder que parece ter inspirado o personagem Juvenal Antena, líder da Portelinha na novela global “Duas Caras” (2007).
O bairro Gurigica está localizado a leste do município de Vitória nas mediações da Av. Marechal Campos, próximos ao bairros São Benedito, Bairro da Penha e Horto. Dele fazem parte as comunidades de Constantino, Floresta e Jaburu.
A trajetória da ocupação clandestina na região de Gurugica, anteriormente denominada de região de Jaburu, iniciou a partir de 1945, quando ocorrem as primeiras invasões no morro, e em 1954, ano marcado pela ocupação efetiva. Esse período marca a época em que se processa a urbanização dos antigos mangues, localizados onde hoje se encontram as avenidas Vitória e Leitão da Silva.
A expansão dos aterros e o avanço da urbanização começou a expulsar a população local, que foi se deslocando para encostas da Fazenda Baixada da Égua, desencadeando as primeiras invasões na região onde hoje se localiza o Morro do Jaburu.
As invasões aconteceram inicialmente nas regiões baixas por ser de melhor acesso e próximo ao grande centro da cidade. Posteriormente, com a ocupação já acentuada na parte baixa, as encostas foram dando lugar aos assentamentos.
Segundo as declarações de moradores antigos da região, a família proprietária da fazenda morou no local na década de 40 e 50 e atuou com grande resistência no sentido de impedir a ocupação de suas terras, que se deu de forma conflituosa, e principalmente pelo fato da área de ocupação ser de propriedade privada. Os proprietários apelavam para a intervenção policial ,que atuava no sentido de impedir as ações dos posseiros.
Foram sete as tentativas de invasão entre os anos de 1945 e1954, sendo as seis primeiras impedidas por ação policial.

Liderança
O nosso Juvenal Antena era o Sargento Carioca, militar reformado do Rio de Janeiro de nome Arcendino Fagundes de Aguiar, que incentivava as invasões e organizava táticas de ocupação, principalmente quanto a preservação do espaço ocupado a ação policial. Seus mapas feitos à mão se parecem com aqueles mapas das histórias de guerrilhas.
A ocupação definitiva da área mudou o aspecto legal do terreno, que de privado passou a público, e a fazenda que ocupava a região, de propriedade da família Helal, passou então a pertencer ao Governo do Estado do Espírito Santo. A pesquisa não conseguiu detectar as condições de negociação que efetivaram a troca.
Os primeiros moradores da região do Gurugica/Jaburu, na época chamado Baixada da Égua, foram os migrantes do Nordeste que chegavam em Vitória em busca de uma renda melhor. Em seguida uniram-se aos nordestinos as pessoas pobres da cidade, de municípios próximos e migrantes do interior do Estado.
A prática de ocupação se deu com invasões noturnas como forma de desviar as ações policiais. Os moradores durante o dia atuavam como “vigia”, bloqueando a chegada da polícia e organizavam formas de resistência.
Ocupavam todos os espaços, inclusive aqueles destinados para as vias de acesso. Os acessos eram abertos pelos próprios moradores com facões e enxadas. No inicio da ocupação, não existiam escadarias e rampas no morro.
Na gestão do Prefeito Adelpho Monjardim, (1957), a região deixou de ser conhecida como Fazenda Baixada da Égua e passou a denominar-se Gurigica, que veio a ser substituído mais tarde, no então governo do Prefeito Sólon Borges (1964), por Jaburu.
Gurigica tinha inicialmente uma área de baixada pequena, e a parte alta com características rurais. Os avanços dos assentamentos alargaram a área, e o bairro foi dividido em dois: Gurigica de Dentro e Gurigica de Fora. Na década de 70, uma lei municipal unificou as duas Gurigica, sob a denominação de Consolação, em homenagem a N.S. da Consolação, padroeira de ambos os bairros.
Os moradores de Gurigica de Fora aderiram ao novo nome, enquanto os de Gurigica de Dentro, simplificaram para Gurigica passando então a predominar os dois nomes. A ocupação da parte mais alta do morro, originou a comunidade de São Benedito, também conhecido como Alto Consolação. Em 2003 a Lei 6077, regulamenta o nome dos bairros e temos distintamente o bairro Gurigica e o bairro Consolação.

FORTE SÃO JOÃO
Tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), o FORTE faz parte da Lista Indicativa do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Conta à história que, pelos idos de 1592, para se proteger de invasores, especialmente da temida esquadra do navegador inglês Thomas Cavendish, os habitantes da Capitania do Espírito Santo improvisaram dois fortins, sendo o primeiro junto ao morro do Penedo e o segundo junto ao morro do Vigia.
Com o passar do tempo, o fortim do morro do Penedo é desativado e o do morro do Vigia passa a se chamar Forte São João, sendo considerado uma fortaleza de grande importância para a defesa do Espírito Santo.
A partir de 1767, o Forte São João se transforma numa fortificação dotada de peças de artilharias e de enormes paredes de pedras. No decorrer do tempo, o fortim passa a abrigar o Clube Saldanha da Gama.
Os morros do Forte, do Cruzeiro e das Três Marias, região ao redor do Forte, passam a ser denominados Forte São João, concentrando toda a população do bairro. Até o final dos anos 40 e princípios dos anos 50, todos os moradores enfrentavam grandes dificuldades, desde acesso ao bairro até a falta d’água.
Sua população está concentrada nos morros do Forte, do Cruzeiro e das Três Marias.
No final dos anos 40 e princípios dos 50, todos os moradores enfrentavam as mesmas dificuldades, desde o acesso ruim até a falta d’água.

A grande transformação no bairro ocorreu no primeiro governo de Francisco Lacerda de Aguiar, que, cumprindo uma promessa de campanha, permitiu que as terras fossem ocupadas por quem quisesse, construindo logo em seguida, as escadarias de acesso Stael Fontana e Theodorico Goes.
Alguns moradores se lembram da existência de uma praia localizada na Avenida Vitória, em frente ao Colégio Salesiano, que era utilizada como área de lazer.
Mesmo abrigando um grande contingente populacional desde 1950, somente na década de 70 os moradores passaram a contar com água encanada (1975) e luz elétrica eficiente (1976).
VAMOS VIAJAR NO MORRO DO ROMÃO
Um painel foi pintado na primeira e principal rua do Morro do Romão, em Vitória, para lembrar a história da comunidade local.
A rua José Martins da Silva, que divide o Morro do Romão do Forte São João, foi construída na década de 90 pelos próprios moradores, que faziam o trabalho aos finais de semana. Para lembrar o trabalho, o painel foi pintado nos muros que cercam a via.
Quem já visitou o mirante do Romão sabe que o lugar tem uma vista privilegiada de Vitória. Mas o tempo de contemplação nesse ponto sempre tinha uma duração limitada: enquanto houvesse a luz do sol. Para garantir mais segurança ao local e permitir que as pessoas aproveitem melhor esse ponto turístico da cidade, o mirante ganhou iluminação.

“TOUR NO MORRO JESUS DE NAZARETH”
A história da cidade começa a 34 anos depois da descoberta do Brasil em 1500.
Em busca de um local que pudesse oferecer segurança contra os ataques de índios e outros, portugueses descobriram Santo Antônio.
Ali nasceu o que na época chamaram de Vila Nova do Espírito Santo.
A Ilha foi decretada capital em 8 de Setembro de 1551 e veio receber o nome Vitória em homenagem a vitoria de Vasco Fernandes Coutinho contra os Goiatacás.
Por amor ao lugar onde nasceu e vive até hoje, o morador Fernando Martins deu início ao “Tour no Morro Jesus de Nazareth” onde o objetivo é demonstrar o potencial que a comunidade tem e pode agregar ao mundo do turismo capixaba.
Fernando deu início ao projeto no ano de 2012 onde resolveu apresentar o morro para alguns jovens de uma escola do município – ele me conta que na época ainda não era guia licenciado e que nem imaginava ser um, foi ai que apareceu á sua frente uma oportunidade de mudar a história do local a onde nasceu e vive até hoje.
São apresentados os pontos fortes do local e também produtos feitos pelos próprios moradores como pães caseiros e artesanatos, restaurantes e bares como o Bar do Pedro, Bar da Galera na Castanheira e o Bar do Bigode, que oferecem seus serviços aos turistas e a quem visita a comunidade.
O projeto está em constante atividade e passando por ajustes, pois tem um grande potencial para o turismo.
Fernando acredita que com a ajuda de alguns empreendedores locais e de quem acredita no projeto pode trazer o verdadeiro prestígio que a comunidade merece.
Contatos
O Tour no Morro pode ser realizado através do telefone (27) 9.9758 50915 falando diretamente com o Fernando Martins ou se preferir pela página do instagram do projeto @tour_no_morro
No passeio pode ser incluído um café da manhã com produtos feitos pelos moradores, também pode ser incluso a moqueca e o famoso samba na laje, entre outros.
Basta conversar com o Fernando e acertar toda a programação.

Duração do Passeio
O passeio dura por volta de umas duas horas e meia (depende do tempo de parada, pode ser de menos duração ou mais).
Como ter acesso ao Morro:
O acesso é através da Av. Beira Mar, logo após o Clube Álvares Cabral a rua Afonso Sat que fica a direita entre o DNIT e o Instituto Braille.
Próximo a Creche da Comunidade é um dos pontos de encontro bacana.
Agora que você já sabe como visitar e registrar fotos belíssimas desse local encantador entre em contato com o Tour no Morro de Jesus Nazareth e aproveite.
ROTA DO SÃO BENEDITO
O percurso rico em história e cultura, contadas pelos moradores e por painéis artísticos gigantes, e que leva a um antigo farol, de onde se pode apreciar uma vista de 360º para a Grande Vitória. Essa é a Rota de Turismo Comunitário de São Benedito, que parte da Praça Jair de Andrade, no bairro de mesmo nome, e funciona aos sábados e domingos, das 8 às 15 horas, com visitas guiadas por pessoas da comunidade.
“A ideia da Rota surgiu com a grande procura do local por universitários, ciclistas, mochileiros, ambientalistas e trilheiros. Pessoas que já frequentam a comunidade, interessadas na paisagem, na área verde e no Farol de São Benedito. Daí, foi identificada a oportunidade de criar a Rota, que vai movimentar a economia local, potencializar o turismo e levar uma visão mais digna e humanizada do bairro”, explicou na época o secretário municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, Marcello Rodrigues.
Para fazer o percurso, são indispensáveis tênis, roupas confortáveis e, detalhe, fones de ouvidos, para conhecer mais do lugar e das histórias disponíveis em QR Code nos pontos de visitação. “Aqui o turista vai encontrar artesanatos, comidas, água, sucos e muitas histórias de vida durante a rota”, diz Valmir Dantas, líder comunitário e guia.

Turismo e cultura
A Rota de São Benedito, que articula arte, cultura, envolvimento comunitário e desenvolvimento econômico, ganhou projeção nacional ao vencer o Prêmio Tomie Ohtake de Arquitetura Akzonobel, na categoria profissional.
Um percurso rico em história e cultura, contadas pelos moradores e por painéis artísticos gigantes.
O roteiro tem pouco mais de um quilômetro de extensão e leva ao Farol Morro Grande ou Farol de São Benedito, que fica a 208m de altitude, de onde se pode apreciar uma vista de 360º para a Grande Vitória. Veja vídeo. https://m.youtube.com/watch?v=jv4b0fzuQTA#bottom-sheet
A criação da identidade visual da rota, por exemplo, traz no logotipo as letras e os traços desenhados pelo letrista Almeida, morador de São Benedito. Além dele, pedreiros e pintores locais também foram contratados para participar do processo das pinturas dos murais que serão contemplados durante as visitas.
“O São Benedito está muito bem localizado, prova disso é a vista que temos aqui de cima, uma visão privilegiada, que só a gente tem, e queremos compartilhar com todo mundo. Mas a Rota vai muito além disso, ela é a oportunidade para que as pessoas de fora construam uma visão positiva da nossa região, valorizem o potencial humano e cultural que há por aqui, conhecendo nossa história contada por nós, com a nossa versão”, diz o coordenador Valmir Rodrigues Dantas.
Lançamento da rota
No lançamento, a Banda de Congo Amores da Lua deu o ritmo da festa. O trajeto começa na Praça Jair de Andrade, ponto final da linha 031, e culmina no Farol Morro Grande ou Farol de São Benedito, que fica a 208m de altitude, uma das mais altas entre os faróis do Brasil.
O movimento social e culturaL tem um site www.rotadosaobenedito.com.br e a rede social @rotadosaobenedito, com informações mais detalhadas sobre os pontos de visitação, além do link para agendamento de guias, que são moradores e comerciantes locais.
A Rota do São Benedito foi idealizada pelo Ateliê de Ideias, dentro do Projeto Economia do Bem. Ela foi desenvolvida com a participação dos moradores e com recursos da Prefeitura de Vitória, por meio de Edital do Fundo Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor. O projeto foi conduzido pela Gerência de Qualificação do Trabalhador da Secretaria Municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid), em parceria com a “Cidade Quintal”.
Rota de Turismo Comunitário de São Benedito
Em todo o percurso, os monumentos serão descritos em painéis gigantes nos comércios e moradias e os visitantes também poderão conhecer detalhes por meio de mensagens gravadas em áudio (audiotours), produzidas e roteirizadas pela historiadora Luara Zucolotto, na parceria com a “Cidade Quintal”.
Roteiro
São 8 pontos da rota, com painéis que retratam o personagem ou história de cada ponto:
Ponto 1 – Praça Jair de Andrade
Começo da Rota – Conhecida como praça de São Benedito, é um local marcado pela sociabilidade entre vizinhos e pela ocupação do espaço público como lugar de permanência, muito comum em bairros populares. Hoje em dia aqui é o ponto final do ônibus, a linha 031, que só surgiu em 1999, apesar da história desse bairro ter início bem antes, lá no final dos anos 20. Este é o local onde ficava um chafariz no início da ocupação do bairro.
Ponto 2 – Lavanderia Comunitária
Também é marcado como lugar de encontro por causa da água. Talvez se você olhar ali na parte mais alta desse espaço ainda veja algumas roupas secando no varal, pois aqui era a lavanderia comunitária do São Benedito. Imagina que no início da ocupação do bairro não tinha água encanada chegando diretamente nas casas, então uma atividade do dia a dia de muitas mulheres era vir até aqui para lavar as roupas. Imagina o perrengue!.
Ponto 3 – Bar do Seu Manoel
Ah! como é bom receber notícias de um amigo, não é mesmo? (…) Pois é, o bar do Sr. Manuel salvava a gente porque aqui era o único endereço registrado na época, nº 220! As cartas e contas a pagar da comunidade eram organizadas em uma caixa de sapato e por ordem alfabética. O estabelecimento do Sr. Manuel tornou-se o endereço mais conhecido em São Benedito! Na frente do comércio de Sr. Manuel tinha um orelhão instalado, um dos primeiros telefones públicos na região, e em seu comércio eram vendidas as fichas telefônicas. Praticamente uma central de comunicações do bairro!)”.
Ponto 4 – Dona Nailma
Aqui é um lugar de homenagem a uma mulher que tem muita história para contar, uma das primeiras moradoras do São Benedito, que teve suma importância nesse bairro, Dona Nailma..
Ponto 5 – Igreja do São Benedito
Em uma conversa informal, Neneca, filha de Dona Maria José de Alves Araújo, uma das construtoras da capela de São Benedito e que ficou responsável pelo santo em 1968, conta como foi essa procissão que trouxe a imagem de São Benedito para esta igreja..
Ponto 6 – Maria Sururu
Aqui neste ponto, vive uma mulher que faz de suas mãos instrumento de trabalho e força e que por elas alimenta muitas pessoas. Estou falando de Maria das Graças dos Santos, popularmente conhecida como Maria Sururu .
Ponto 7 – Farol do São Benedito
Nossa! Que caminhada boa nós fizemos até aqui, hein! Acho que você pode até se sentar um pouquinho nesse banco lindo e colorido, tá vendo ali? Saiba que além de lindo ele foi feito a partir da reciclagem de tampinhas de garrafa pet que foram coletadas pelos próprios moradores daqui do São Benedito. (…) Estamos no Farol de São Benedito. E será que você sabia que esse farol existia? Deve estar impressionado com a beleza dessa cidade, não é mesmo?)”.
Ponto 8 – Banco Bem
“Você já imaginou o que é articular nove comunidades periféricas que não se entendiam para juntas lutarem por um objetivo em comum? Essa é uma conquista de que o Banco Bem, nosso banco comunitário de São Benedito, se orgulha e constrói até hoje! .
Tempo da rota
Em torno de 2h30, podendo variar de acordo com o grupo.
Por se tratar de um áudio tour, é imprescindível que o visitante leve um fone de ouvido para escutar as histórias disponíveis.
Quanto custa
Valor sugerido é de no mínimo R$ 20,00 mas a pessoa fica à vontade para dar outros valores para o monitor(guia).
O que acha para comprar
Quitutes típicos do bairro, Artesanato, lojas de roupas e brechos que fazem parte da história do bairro.
Rota das Nascentes
A Caminhada Ecológica da Rota das Nascentes do Território do Bem, em Vitória, um momento impar de ver nossa capital por ângulos diferentes e conviver por algumas horas com pessoas que lutam pela verdadeira sustentabilidade: ambiental e humana.
Importância conhecer as nascentes que ainda existem no local e que precisam ser preservadas.
Preparada pelo Projeto Ecos do Bem e fomentada pela Associação Atêliê de Idéias e do alto do morro, momentos que a vida estressada do trânsito não nos permite apreciar, as belas paisagens que a Grande Vitória.
As nascentes foram batizadas de Aruana, palavra da língua indígena Tupi que significa sentinela, e Ona palavra da língua Orubá de origem africana que significa Caminho. Moradores da comunidade foram escolhidos como guardiões destas nascentes, pois já se cuidam da sua preservação.

ROTA DE SANTA TEREZA
No Morro de Santa Tereza, que fica na região da Grande Santo Antônio, a rota turística inclui uma visita guiada por vários pontos da região, incluindo a horta comunitária, o meliponário (abrigo de abelhas) chamado de Ilha do Mel, passando pelas nascentes e por uma trilha que leva ao alto da comunidade, além da passagem para o Morro do Cabral.
Quem recebe os visitantes é o morador Jean dos Santos, conhecido como Joca. Os passeios começaram em 2001, quando o projeto de um teleférico com saída do campinho do bairro em direção ao Morro da Fonte Grande contemplaria a comunidade.
O projeto não se concretizou, mas a ideia de receber turistas no bairro ficou e atraiu muitos visitantes de várias partes do estado, do país e do mundo ao longo dos últimos anos.
O melhor desses projetos é que nasceram de baixo para cima, feitos pelos nativos.
Jovens em visita à Rota do Morro de Santa Tereza, no lado oeste da ilha
MORRO DA FONTE GRANDE
O que fazer no Morro da Fonte Grande?
O percurso inclui: Trilha da Pedra da Batata, no Mirante do Sumaré, Mirante da Cidade, Estrada Tião Sá, Mirante do Mangue, Trilha da Caverna dos Morcegos, Trilha do Alpinista, Pedra dos Olhos, Vale do Ganda, Ruínas da Fazenda Boa Vista e Centro de Educação Ambiental Parque da Fonte Grande
O Parque da Fonte Grande foi inaugurado em 2001 e é administrado pela Prefeitura de Vitória.
Orgulho dos capixabas, e exemplo de ancestralidade cultural e social, o Morro da Fonte Grande, em Vitória, está próximo de se tornar Patrimônio Material, Cultural e Histórico do Espírito Santo.
O Projeto de Lei 184/2022, que tramita na Assembleia Legislativa, pretende fazer o Morro da Fonte Grande virar Patrimônio Material do ES. A ação passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pode entrar em votação nesta semana. Em plenário, três comissões avaliarão o PL conjuntamente: Cultura; Turismo e Finanças. Se aprovado, segue para a sanção do governador.
UM ALERTA
Portanto, da próxima vez que estiver em Vitória, lance um olhar diferente para os morros e, se der, programe uma dessas visitas.
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