Chefe do Comando de Policiamento Ostensivo do Noroeste do Estado, o coronel Rômulo Souza Dias disse que tem conversado sempre com o superintendente regional da Polícia Civil, Landulfo Lintz, analisando o quadro da violência em Mantenópolis e que a posição é de atenção a essa situação, salientando que essa integração entre as Polícias Civil e Militar é fundamental para dar respostas à população.
“Estamos atentos. Vamos intensificar as ações de ostensividade e inteligência, usando tanto o pessoal da Polícia Civil quanto o nosso da PM. A posição geográfica do município, no extremo Noroeste, com muitos municípios pequenos de Minas Gerais na vizinhança, e parece estar havendo um aumento na incidência do tráfico de drogas”, disse Rômulo.

O coronel, que como tenente-coronel comandou o 11º Batalhão da Polícia Militar em Barra de São Francisco, com jurisdição sobre Mantenópolis, acrescentou que a cidade é, tradicionalmente, tranquila, mas que “é preciso sempre estar atento, porque há saídas para outras regiões e quando menos se espera as ocorrências saem da curva da normalidade”.
As ações de inteligência e de presença mais ostensiva da PM têm dois objetivos, segundo ele: aumentar a sensação de segurança da população e identificar autores de homicídios, com atenção ao caso mais recente, ocorrido no final da tarde de terça-feira (20), quando Flávio Rodrigues Aguiar, 41 anos, foi morto a tiros em frente à funerária de sua propriedade.
O caso está sob investigação do delegado regional de Barra de São Francisco, Leonardo Foratini, em função das férias do delegado municipal. Imagens de câmaras de segurança estão sendo requisitadas pela Polícia em busca da identificar do autor ou autores dos disparos que mataram Flávio, cujo sepultamento teve grande acompanhamento de público, após velório na Igreja Presbiteriana. O delegado não está divulgando informações para não prejudicar as investigações, segundo disse.
Moradores de Mantenópolis têm se manifestado nas redes sociais reclamando do clima de insegurança e da sensação de impunidade no município, que tem apenas 12.700 habitantes e uma economia movimentada pelo cultivo do café e por investimentos na construção civil feitos com recursos enviados dos Estados Unidos por pessoas que migraram e mandam dinheiro para a família.
As cobranças não incomodam o comandante do Policiamento Ostensivo do Noroeste: “Pelo contrário, os moradores estão certos, têm que cobrar de nós mesmo, porque temos que prestar contas para eles. Estamos sempre trabalhando para melhorar os serviços prestados, cobro muito isso de minha equipe. É nosso dever prestar sempre o melhor serviço e nossa missão servir e proteger a sociedade, mesmo com o risco de nossa própria vida”.
No ano passado, Mantenópolis registrou cinco homicídios, segundo o Observatório da Segurança Pública, mesmo número de 2023. Neste ano, o caso de Flávio Aguiar foi o primeiro homicídio, mas com grande repercussão na cidade. No mesmo dia, houve uma tentativa de homicídio, quando um homem foi baleado no rosto, mas sobreviveu e já não corre risco de morrer.
Apesar dessa situação manifestada pelos moradores de Mantenópolis, a região Noroeste é a que mais reduziu o número de homicídios em 2024 no Espírito Santo. Enquanto no Estado, em geral, o número de homicídios teve uma redução de 17,4%, com 128 crimes contra a vida, enquanto no mesmo período (até a última quarta-feira, dia 21) em 2023 foram 155, a região Noroeste foram apenas 10 homicídios em 29 municípios, uma redução de 61,6% em relação a 2024, quando até 21 de fevereiro já haviam ocorrido casos.
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