Sete mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva foram cumpridos pela Policia Federal nesta sexta-feira (28), em Ipatinga e Bugre, no Vale do Aço em Minas Gerais.
A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados, até o limite de R$ 62,647 milhões.
A ação fez parte da Operação El Paso, visando a desmantelar uma organização criminosa especializada no contrabando de migrantes brasileiros para os Estados Unidos.
NOROESTE DO ES
As regiões Leste de Minas Gerais e Noroeste do Espírito Santo são alvos, há muitos anos, de operações da Polícia Federal contra máfias especializadas em migração ilegal para os Estados Unidos desde os anos 80 do século passado.
Pessoas ficaram milionárias nessas regiões promovendo o contrabando humano nos moldes dos mercadores de escravos dos séculos 17 e 18.
No Espírito Santo, o esquema se desenvolve, principalmente, em cidades como Ecoporanga, Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Pancas, Alto Rio Novo, Vila Pavão, Águia Branca e Mantenópolis.
PAI E FILHA
A investigação teve início a partir de informações sobre pai e filho que enviavam brasileiros para a América Central, facilitando a entrada ilegal nos EUA.
Eles cobravam entre U$ 15 mil (cerca de R$ 90 mil) e U$ 21 mil (R$ 120 mil) por pessoa, aceitando veículos como pagamento, transferidos via procurações registradas em cartório para revenda.
Os investigados chegaram a alugar um galpão para armazenar os veículos em virtude da quantidade recebida e, em seguida, estruturaram uma empresa para comercializar os bens, visando quitar a dívida pelos serviços ilegais prestados.
A investigação revelou que os “coiotes” organizavam viagens para grupos inteiros, incluindo menores, garantindo transporte, passagens e hospedagem até a travessia para os EUA.
NÚMEROS
Pai e filho mantinham contatos com autoridades mexicanas para evitar deportações e contratavam coiotes locais. As vítimas pagavam pelos serviços com veículos, imóveis ou transferências via contas de familiares.
Entre 2018 e 2024, mais de 700 brasileiros foram vítimas do esquema, incluindo 227 menores. Os altos valores cobrados sustentavam o luxo dos investigados, que ostentavam carros, imóveis e viagens internacionais.
Eles poderão responder pelo crime de contrabando de migrantes e pelo crime de promover ou auxiliar o envio de crianças ou adolescentes para o exterior em detrimento das formalidades legais. (Da Redação com Ascom da PF/MG)
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