Numa ação característica de milicianos, seis homens, dentre eles três policiais militares, chegaram motorizados a uma rua de Itararé, em Vitória, em fevereiro de 2022, descarregaram 15 tiros contra a vítima e depois fugiram.
O julgamento desse crime começou a ser frito pelo Tribunal do Júri de Vitória e condenou, nesta segunda-feira (26), um dos executores, Wallace Luiz dos Santos Souza, a 27 anos de prisão, inicialmente em regime fechado. Wallace já estava preso preventivamente.
A Promotoria de Justiça Criminal de Vitória sustentou a culpa do réu por homicídio qualificado de Felypy Antônio Chaves, 18 anos. Da condenação, 24 anos pelo homicídio e 3 anos por posse ilegal de arma de fogo.
O crime seria uma vingança pela morte do sargento da Polícia Militar Marco Romania, em 22 de fevereiro deste ano.
O crime aconteceu no dia 16 de fevereiro de 2022. O PM estava com amigos assistindo a um jogo de futebol em um bar, no bairro Joana D’arc, em Vitória. Numa tentativa de assalto, foi Baleado e morreu.
De acordo com o delegado Brenno Andrade, responsável pelas investigações, o inquérito apontou a participação de cinco pessoas no crime contra Romania.
Entre elas estão os atiradores, Alex de Almeida Gomes, conhecido “Feinho”, de 21 anos, e Claudstony Pereira Ramos, conhecido como “Gaguinho”, de 33. O inquérito não apontou a participação de Felypy.
No tribunal do Júri, realizado nesta segunda-feira (26/05), no Fórum Criminal de Vitória, o Ministério Público sustentou as provas da denúncia que foram cruciais na condenação do réu pelo crime de homicídio, com perigo comum, e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Entenda o caso
O crime aconteceu no dia 21 de fevereiro de 2022, no bairro Itararé, em Vitória. Felypy Antônio Chaves, conhecido como “Cambalaxo”, foi morto por pelo menos 15 disparos de arma de fogo ao lado da arquibancada do campo de futebol do bairro.
Na noite do crime, um carro com quatro ocupantes e uma moto com dois ocupantes chegaram a uma rua próxima à Unidade de Saúde de Itararé.
A moto era pilotada por Walace Luiz dos Santos Souza, com Glaydson Alvarenga Soares na garupa.
No carro, estavam o cabo PM Ronniery Vieira Peruggia, a quem pertencia o carro, e os cabos PM José Moreno Valle da Silva e Welquerson Cunha de Moraes e um quarto indivíduo não identificado. O carro estava com a placa alterada.
Nas imagens de videomonitoramento obtidas pela investigação é possível ver os quatros indivíduos saindo do carro e seguindo para o local do homicídio.
A câmera de videomonitoramento registrou os disparos de arma de fogo e seis pessoas evadindo o local logo em seguida.
A investigação também constatou que o cabo José Moreno Valle da Silva esteva vestindo um colete balístico da polícia militar debaixo da camisa na ida ao local do crime.

Todos os acusados foram presos no dia 13 de maio de 2022 numa operação do Grupo de Apoio Especializado em Combate ao Crime Organizado (GAECCO), do Ministério Público Estadual.
A denúncia
O Ministério Público denunciou, ao todo, cinco pessoas pelos seguintes crimes:
• Glaydson Alvarenga Soares, por homicídio, com perigo comum, e recurso que dificultou defesa da vítima;
• Cabo Ronniery Vieira Peruggia, por homicídio, com perigo comum e recurso que dificultou a defesa da vítima, e adulteração de sinal identificador de veículo automotor e fraude processual;
• José Moreno Valle da Silva, por homicídio, com perigo comum, com recurso que dificultou a defesa da vítima;
• Welquerson Cunha de Moraes, por homicídio, com perigo comum, que dificultou a defesa da vítima, e por adulteração de sinal identificador de veículo automotor;
• Walace Luiz dos Santos Souza, denunciado por homicídio, com perigo comum, e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Em decorrência da retirada da denúncia de crime de organização criminosa, uma sexta pessoa foi excluída da denúncia:
• Cabo Josemar Fonseca Lima, excluído da ação penal, com o processo contra ele arquivado, e com determinação de seu imediato retorno ao exercício da função pública de Policial Militar.
Com exceção de Welquerson Cunha de Moraes, que responde em liberdade por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), todos permanecem presos preventivamente.
A expectativa é de que o julgamento de Glaydson Alvarenga Soares aconteça muito em breve. Para os demais denunciados, ainda não há previsão de julgamento.
(Da Redação com MPES)
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