Um dos mais respeitados colunistas políticos do Espírito Santo, publicando no portal ES360, o jornalista Vitor Vogas analisou o cenário que começa a ser desenhado para as eleições de 2026 e enxerga de forma clara: “Euclério quer ser candidato a governador”.
Diz o analista político que o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, já nem se dá ao trabalho de disfarçar o desejo pessoal e está convencido de que é competitivo o bastante.
“A interlocutores, (Euclério) tem externado que só não será candidato se Casagrande, nos próximos meses, bater o pé e decidir que o cara será mesmo Ricardo. Nesse caso (e só nesse caso), Euclério manterá o seu apoio já declarado a Ricardo, por lealdade a Casagrande e para manter a sua palavra”, escreve Vogas.
O jornalista revela que a aposta íntima de Euclério, não publicizada por ele, é a mesma partilhada por alguns aliados de Casagrande, os quais tampouco a declaram em voz alta: “O prefeito de Cariacica acredita que Ricardo talvez não se viabilize. Pelo sim, pelo não, já botou o seu bloco na rua, para se manter em condições de efetivar a sua candidatura lá na frente caso a de Ricardo não vingue”.
Há alguns dias, Euclério disse para a Tribuna Norte-Leste, de forma emblemática, que está pronto, inclusive com a saúde “zero bala”, para se colocar como opção do Palácio Anchieta “caso algo dê errado na candidatura de Ricardo”.
Euclério está convencido de que, entre os possíveis candidatos pelo grupo de Casagrande, ele é o único que realmente tira de Lorenzo Pazolini (Republicanos) votos dos militares (dezenas de milhares de pessoas, entre servidores e familiares) e dos segmentos evangélicos (muito mais). Também acredita ser o potencial adversário que mais assusta o prefeito de Vitória.
Na avaliação de Vitor Vogas, porém, a convicção de Euclério é bastante relativa e diz que Casagrande tem governado sem percalços com a categoria dos policiais e bombeiros militares, aos quais concedeu reajustes acima da média do funcionalismo público estadual – o que pode favorecer Ricardo.
“Bom lembrar que o próprio Casagrande (homem de centro-esquerda) foi apoiado por convenções da Assembleia de Deus contra o bolsonarista Manato (PL) em 2022. Convenções da mesma igreja apoiaram Weverson Meireles (do esquerdista PDT) contra Pablo Muribeca (do conservador Republicanos, partido de Pazolini) na disputa pela Prefeitura da Serra, em 2024”, pondera. “Mas, enfim, esse é o ponto de vista de Euclério e é uma das suas motivações”.
Não obstante ter passado por duas cirurgias e três internações hospitalares em menos de três meses desde que tomou posse para o atual mandato – a última, de segunda (24) para terça (25), para extração dos rins primitivos –, o prefeito se diz “zeradinho” e com “pique de garoto” após um transplante renal. Sua maratona de atividades condiz com isso.
Para se viabilizar, nas últimas semanas, o prefeito passou a andar mais nas ruas de Cariacica, participar de eventos em outras cidades (como Vitória e Domingos Martins) e receber um sem-número de líderes políticos, empresariais, religiosos e militares, em ritmo alucinante, de acordo com o colunista.
Fontes do MDB espalham que Euclério teria se desfiliado do partido. O prefeito desmentiu. Ele vai esperar um pouco mais para definir seus caminhos, até porque tem até abril do próximo ano para se habilitar em qualquer legenda com vistas a 2026.
O caminho vinha sendo ir para o União Brasil, assumindo sua presidência, entendimento costurado junto com o deputado Marcelo Santos, presidente da Assembleia Legislativa, junto à direção nacional.
Entretanto, a possibilidade de fusão do União com o PP recomenda cautela de Euclério. E é o que ele está tendo. (Da Redação com Vitor Vogas – ES360)
Foto da capa: Euclério recebe o prefeito Gutim, de Marilândia (Redes Sociais)
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