
Weber Andrade
O cirurgião de cabeça e pescoço Hélio Emerich Neto, que atua na Região Noroeste do Espírito Santo, inclusive no Hospital Estadual Dr. Alceu Melgaço Filho (HDAMF), em entrevista ao www.tribunanorteleste.com.br, fez um alerta às pessoas que têm lesões na boca que demoram para sarar e que podem estar sendo afetadas por algum tipo de neoplasia maligna (câncer).
De acordo com ele, muitas vezes, as pessoas têm alguma lesão na região da boca e pensam que é afta ou algum tipo de lesão leve, mas podem estar sendo acometidas por um câncer muito agressivo. Ele destacou o caso de um paciente de 40 anos, operado recentemente no HDAMF, que precisou ter mais da metade da língua removida, por causa da doença.
“As lesões nessa região crescem muito rápido, geralmente são localizadas, ou seja, não avançam para os órgãos internos do corpo, mas podem causar mutilações irreversíveis como retirada total da mandíbula, da língua, queda dos dentes, entre outros problemas”, alerta Emerich Filho.
No caso do paciente operado por ele no HDAMF, o cirurgião disse que a remoção das células cancerígenas foi feita com sucesso e o paciente teve mais da metade da língua removida. “Hoje ele já consegue falar – com alguma dificuldade – e se alimentar pela boca, mas quando o caso chegou até nós isso era impossível”, relata.
Hélio Emerich Filho destacou que o procedimento chamado de glossectomia aplicado neste paciente, consiste na remoção total ou parcial da língua para o tratamento do câncer. “Quando o tumor é pequeno é realizada apenas a glossectomia parcial, mas para tumores de maiores dimensões, a língua inteira pode precisar ser removida (glossectomia total)”, explica.
O cirurgião afirma ainda que, no caso do paciente de Barra de São Francisco, recomendou que fossem feitas sessões de radio ou quimioterapia no paciente, mesmo após a cirurgia, para prevenir que não tenham ficado células cancerígenas no local, não detectadas pelos exames.
Finalizando, ele voltou a alertar para a necessidade de prevenção: “Qualquer lesão de boca que dure mais de cinco dias, uma semana, a pessoa deve procurar logo um médico, que indicará o especialista, de forma a fazer o tratamento adequado. Quanto mais cedo a neoplasia for identificada, maiores as chances de cura e de integridade física do paciente.”

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