“A tragédia só aconteceu porque os assaltantes começaram a atirar primeiro, a polícia não queria tantas mortes.” Com estas palavras, o policial militar da reserva cabo Saulo, conta como foi o fatídico 30 de abril de 1991, que culminou na morte de nove pessoas, sendo três delas da sociedade francisquense, inclusive um colega de cabo Saulo, da Polícia Civil.
O assalto ao Banco de Brasil foi manchete dos jornais de todo o Brasil naquela época e, no último sábado, a tragédia completou 31 anos.
“Com a ajuda da Polícia Militar de Minas Gerais, conseguimos evitar que o roubo fosse consumado, mas ficaram muitas sequelas psicológicas nos policiais que atuaram naquele dia. A gente tem consciência de que agiu de forma correta ao revidarmos e matarmos os assaltantes, mas a perda de vidas inocentes, como a jovem Luciene, o Brasilino (policial civil Brasilino Malaquias) que, infelizmente, apareceu no local na hora errada e levantou sua arma e o Toninho Baú (Antônio Lopes Faustini), deixa a gente triste”, recorda o militar.
Saulo, no entanto, vê uma situação ‘positiva’ depois do assalto frustrado: “Pelo menos, os bandidos pensam duas vezes quando é para praticar assaltos em Barra de São Francisco. Nesses 31 anos, apenas mais uma vez houve tentativa de assalto a banco aqui, mas foi novamentre frustrada pela polícia e, dessa vez, sem vítimas fatais”, observa.
História
A tragédia que marcou a vida dos francisquenses começou com os assaltantes invadindo a agência do Banco do Brasil no centro da cidade, onde renderam funcionários e vigilantes.
Acionada, a Polícia Militar cercou o prédio e começou a negociar a rendição dos assaltantes, quando houve o primeiro disparo, vindo da direção da agência, quando os bandidos se preparavam para deixar o local.
Nove pessoas morreram neste dia, entre eles Luciene Matos Ferreira, que foi feita refém, Brasilino Malaquias e Antônio Lopes Faustini, o Toninho Baú.
Na fuga, os bandidos foram cercados pelas polícias militar de Barra de São Francisco e de Mantena (MG), que acabaram por matar os criminosos e reaver o dinheiro roubado.
O atual prefeito de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos, na época, exercia o primeiro mandato e criou a Vila Luciene, na saída para Ecoporanga, em homenagem à jovem Luciene Matos Ferreira, morta pelos bandidos. Hoje ela dá nome também à escola do bairro.
O Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Brasilino Malaquias de Morais, no bairro Colina, também homenageia uma vítima da tragédia, o policial civil morto no assalto. (Da Redação)
Comente este post