
A Polícia Civil da Bahia identificou o segundo indígena pataxó assassinado no final da tarde de terça-feira, 17, em Itabela, no Sul baiano, o que levou um grupo de cerca de 200 pessoas a fecharem a BR 101 por quase cinco horas. Os dois índios pataxós foram perseguidos e assassinados a tiros por pistoleiros e os corpos ficaram jogados na beira da rodovia.
Motoristas que trafegam pela região relatam em grupos de mensagem por aplicativo a rodovia foi fechada por indigenas, que danificavam veículos retidos no bloqueio entre Itabela e Itamaraju. A Tribuna Norte-Leste deu a informação em primeira mão na noite da própria terça-feira, 17, enquanto a rodovia ainda estava fechada.
A execução foi nas proximidades do distrito de Montinho, no município de Itabela (BA). As vítimas são o adolescente Nawir Brito de Jesus, 16, e Samuel Cristiano do Amor Divino, 25, segundo a Polícia Civil. Ambos viviam na Terra Indígena Barra Velha, que faz divisa com uma área de mais de 22 mil hectares do Parque Monte Pascoal.
Os dois índios estavam em uma motocicleta quando foram perseguidos por duas caminhonetes, uma branca e uma preta, e foram jogados no chão. Testemunhas relatam que os índios foram atingidos por vários tiros e quando estavam sem chances de fugir foram executados com tiros na cabeça.
O caso pode estar associado à disputa de terras na região, com indígenas pretendendo a ampliação de áreas já demarcadas, bem como a demarcação de outras terras, hoje ocupadas por fazendeiros, a maioria capixabas.
Há também divergências entre famílias indígenas. Parentes dos pataxós assassinados cobram dos líderes das invasões que parem com a ação para conter a violência. Surgiram versões, a confirmar, da possível disputa por drogas por trás da execução desta tarde.
Os índios estavam próximos a entrada da Fazenda Condessa, onde na sexta-feira os mesmos pistoleiros teriam metralhado a sede da fazenda que estava ocupada pelos índios. Também é próximo ao distrito onde pistoleiros teríim tentado assassinar uma liderança das retomadas com dezenas de tiros em direção à sua residência.
A ministra dos povos originários, Sônia Guajajara, fez diversas postagens em seu twitter se pronunciando sobre os acontecimentos e anunciou que pedirá ao Ministério da Justiça para enviar a Força Nacional à região. (DA Redação)
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