Audifax Barcelos (Rede) vai anunciar, neste sábado, 13, a tenente Carla Andresa Silva como sua candidata a vice-governadora e o pastor e influenciador digital Nelson Junior como seu candidato ao Senado.
Tenente dos Bombeiros Militares do Espírito Santo, Andresa seria candidata a deputada estadual pelo Republicanos, mas aceitou o convite do ex-prefeito da Serra para ser sua candidata a vice-governadora pelo Solidariedade, um dos partidos que compõem a coligação liderada por Audifax. Não por outro motivo, a coletiva de imprensa em que serão feitos os anúncios, às 15 horas, será realizada na sede do Solidariedade, em Vila Velha.
Na tarde desta sexta-feira, 12, Audifax e Andresa se encontraram pessoalmente, e ela recebeu flores das mãos do futuro companheiro de chapa.
Andresa de fato já estava com um pé no Republicanos, a fim de concorrer a uma vaga na Assembleia. Mas, como é militar da ativa, não chegou a se filiar a nenhum partido. Civis precisaram se filiar até o dia 2 de abril ao partido pelo qual disputarão a eleição. Mas a legislação faculta aos militares da ativa apenas se vincularem a uma legenda durante o período de campanha, para poderem obter o registro de candidatura.
Quanto à eleição para o Senado, confirmando as expectativas, Audifax vai anunciar Nelson Junior, filiado ao Avante, como o candidato apoiado por ele. Além de pastor, Nelson é escritor, influenciador digital e idealizador do movimento Eu Escolhi Esperar, que tem um grande número de seguidores e defende fundamentalmente a abstinência sexual de casais jovens, até o casamento.
Escalando uma jovem militar como sua parceira de chapa e escolhendo um pastor evangélico conservador como seu candidato ao Senado, Audifax certamente objetiva fazer uma inflexão à direita, a fim de expandir o alcance de sua campanha para outras faixas do eleitorado e de conferir maior “equilíbrio ideológico” à sua chapa, contrabalançando a presença do “elefante na sala” para ele: o Psol.
Por força da federação formada nacionalmente entre Rede e Psol e replicada em todos os estados, os dois partidos estão juntos, ao menos formalmente, também no Espírito Santo. Mas é um casamento de fachada, apenas no papel passado, celebrado no cartório eleitoral.
Por acordo entre os dirigentes, a federação Rede/Psol terá Audifax como candidato ao governo (mas sem apoio de fato do Psol) e homologou a candidatura de Gilberto Campos (Psol) ao Senado (mas sem apoio algum da Rede).
Na prática, Rede e Psol, no Espírito Santo, não terão nenhum envolvimento eleitoral. Cada um faz a sua campanha e segue a sua vida.
Tecnicamente, porém, Audifax é o candidato a governador da federação Rede/Psol. Isso sem falar que, nacionalmente, a Rede é um partido de esquerda, o Psol mais ainda, e as duas agremiações apoiam a candidatura de Lula (PT) à Presidência. Na soma desses fatores, adversários de Audifax à direita (Guerino e Manato, por exemplo) na certa vão explorar o DNA de esquerda da federação do ex-prefeito da Serra.
O próprio Audifax nunca disfarçou seu incômodo com essa possível pecha. Em entrevistas nos últimos meses, teve o cuidado de se concentrar em seus feitos como gestor público, afirmou não se preocupar com essas classificações ideológicas e chegou a dizer que, dependendo do ponto de vista, reconhece em si mesmo características de um político de centro, de direita e de esquerda.
Agora, fazendo-se ladear por uma jovem militar (com simpatia por Bolsonaro, pelo que a coluna apurou) e por um pastor manifestamente contrário a algumas bandeiras do Psol, Audifax coloca um contrapeso ao “esquerdismo” presente na identidade das siglas de sua federação. (Da Redação com Coluna Vitor Vogas site ES360)
Comente este post