Em Barra de São Francisco, Noroeste do Espírito Santo, elas começaram a aparecer depois que o deputado estadual Mazinho dos Anjos, e seu tio prefeito, pediram ao Procon Municipal para investigar o motivo do preço da carne bovina não baixar nos supermercados, mesmo com a forte queda no preço da arroba junto aos produtores.
Foram fiscalizados 32 estabelecimentos, em parceria com a Vigilância Sanitária, que receberam orientações sobre boas práticas de higiene no início deste mês. De acordo com o secretário municipal de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e Política para as Mulheres, Maurício Viera dos Santos Marins, apenas um dos estabelecimentos atendeu a todas as normas de higiene e precificação.
De lá pra cá, as denúncias começaram a pipocar e mais de 500 kg de carne imprópria para consumo foram retiradas das prateleiras e freezers e incineradas.
Mas, em reportagem publicada na manhã desta quarta-feira, 26, o site g1 Espírito Santo mostra que a prática de lesar o consumidor está espalhada pro vários municípios da Grande Vitória e do interior.
Mais de 20 toneladas de carne suína, bovina e de frango impróprias para consumo humano foram apreendidas este ano em ações de fiscalização das vigilâncias sanitárias municipais da Grande Vitória e em algumas cidades do interior do Espírito Santo. Algumas estavam estragadas, não tinham nota indicando a procedência, estavam vencidas e apresentavam até manchas.
Outros problemas encontrados pelos fiscais foram falta de higiene, além do manuseio e armazenamento inadequados. Em um dos açougues fiscalizados, na cidade de Linhares, no Norte do estado, algumas carnes estavam dentro de caixas d’água e a céu-aberto.
Os alvos das operações geralmente são açougues de supermercados, casas de carnes e até abatedouros clandestinos.
Grande Vitória
Vila Velha
Em Vila Velha, só este ano, foram recolhidas e descartadas 20 toneladas de carne, principalmente suína, em cinco estabelecimentos que foram alvos de fiscalização do Serviço de Inspeção Municipal (SIM).
Em apenas um dos endereços fiscalizados foram apreendidas mais de 10 toneladas de carne suína de origem clandestina no mês de março. Nas salas de produção haviam restos de cortes de carne sobre mesas e bancadas em condições precárias e com resíduos de sangue, além de moscas e outros insetos.
Nas câmaras frigoríficas havia mais carne com coloração amarelada e esverdeada e algumas em estado de putrefação, indicando contaminação, e com selo de inspeção falsificado. A equipe também encontrou diversos produtos com data de validade vencida.
Recentemente, o mesmo local foi alvo de outra fiscalização e seis toneladas de carnes estragadas e sem procedência foram apreendidas pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor do Espírito Santo (Decon). O estabelecimento foi interditado e o empresário responsável foi preso e autuado por fabricar produtos fora das normas, propaganda enganosa e vender alimentos impróprios para o consumo.
Durante as ações de fiscalização, agentes também identificaram que algumas carnes não tinham sem procedência e alguns estabelecimentos fracionavam peças ou manipulavam os cortes sem a devida autorização e sem possuir instalações físicas com condições higiênicas e sanitárias adequadas. Algumas carnes também eram de má qualidade e estavam embaladas de forma irregular.
Vitória
Em Vitória, de 2022 até meados de julho, 76 quilos de carnes impróprias para consumo foram apreendidas em um açougue e uma mercearia. Após a ação, os produtos foram descartados.
Serra
No município da Serra foram apreendidos ou descartados 678,39 quilos de embutidos cárneos; 7,15 quilos de carne suína e 1,98 quilo de carne de frango.
Ao todo, 171 estabelecimentos foram alvo de fiscalização, entre eles supermercados, açougues, padarias, minimercados e distribuidora de alimentos. Em oito houve apreensão e descarte de produtos devido a falhas de boas práticas de manipulação e prazo de validade expirado.
As prefeituras de Cariacica e de Viana não haviam retornado até a publicação desta reportagem.
Interior
Carnes em caixa d’água e tonéis
Em Linhares, na Região Norte, foram apreendidos e inutilizados 900 quilos de carne bovina armazenados em caixas d’água e tonéis e sem refrigeração. De acordo com a prefeitura, o estabelecimento também estava realizando a salga de grande parte da carne sem autorização da Secretaria Municipal de Agricultura.
O dono do supermercado onde fica o açougue foi multado e o estabelecimento só voltou a funcionar após se adequar às normas exigidas pela Vigilância Sanitária municipal e pelo Ministério da Saúde dentro do prazo.
Carnes expostas a moscas
Na cidade de Barra de São Francisco, no Noroeste, cerca de 400 quilos de carnes de dois açougues foram destruídos. De acordo com a prefeitura, as carnes eram comercializadas sem nota fiscal, estavam expostas a moscas, sem higiene e algumas estavam estragadas. Os estabelecimentos, que ficam em dois supermercados, foram interditados com a condição de só voltarem a funcionar depois que se adequarem a todas as normas da Vigilância Sanitária. (Da Redação com g1 Espírito Santo)
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