
As adolescentes Isabelle Kellen Rodrigues Sena, 13 anos, e Débora Júlia Madeira do Carmo, 14 anos, estudantes do 8º e 9º anos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Governador Lindenberg (Polivalente), estão entre os mais de 150 adolescentes que já estão participando do Projeto Jovem do Futuro, implantado este mês, pela Prefeitura de Barra de São Francisco, por meios das secretarias municipais de Educação e de Defesa Social.
Na tarde desta quarta-feira, 24, enquanto aguardavam o início das atividades físicas do projeto no ginásio de esportes Antônio Valle, no bairro Cruzeiro, elas conversaram com a nossa reportagem e disseram estar ‘gostando muito” do projeto.
(Veja galeria de todos no final do texto)
“É muito legal, a gente consegue aprender muitas coisas novas para o nosso futuro, estamos começando, mas tenho certeza que vai ser muito”, afirma Isabelle.
“É muito bom, através do projeto podemos aprender e fazer planos para o futuro, além disso, a gente vai conhecer novos locais, fazer visitas e aprender”, comenta Débora Júlia.
O aluno do 8º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Bastos, Davi Alves Moraes, 14 anos, faz coro com as meninas e fala da banda, que está por ser implantada. “Aqui a gente aprende coisas novas, aprende a ter disciplina, vamos ter cursos, ouvir palestras e, além de tudo, tem a banda. Eu já toco bateria e vou gostar de fazer parte da banda do projeto”, opina Davi.

Apesar das aulas terem começado a menos de duas semanas, o instrutor do projeto, tenente da reserva da PMMG e advogado Gilmar Dutra, acredita que os adolescentes estarão mais ativos já nos próximos 30 dias.
“Por enquanto estamos passando noções de organização e disciplina, que são fundamentais para o processo de aprendizagem que pretendemos imprimir” comenta ele, antes de começar as atividades físicas com os alunos.
A colega dele, Rosana Mion, relata que os adolescentes já evoluíram bastante nesses primeiros dias. “Quando eles chegaram, era uma balbúrdia só, mas agora estão se adaptando, percebendo que aqui é diferente da escola”, sustenta.

O projeto
A implantação do Projeto Jovem do Futuro, voltado para a conscientização e valorização dos jovens de 13 a 17 anos do município teve início oficialmente no dia 12 deste mês, em solenidade na Câmara Municipal.
O tenente Gilmar Américo Dutra, 60 anos, nascido em Mantena e muito querido pelos adolescentes da cidade, já que ajudou muitos deles “a tomar um rumo na vida”, através da Guarda Mirim, foi escolhido para ser o coordenador.
“Ao tomar conhecimento do projeto, eu não tive dúvidas em aceitar o convite do meu colega, Romildo Ferreira. Para mim é uma honra voltar a trabalhar com a formação de consciência e caráter de jovens, agora aqui em Barra de São Francisco”, afirma Dutra.
“O que é o projeto Jovem do Futuro? É um programa criado pelo município cujo objetivo é trabalhar com esses jovens, de 13 a 18 anos incompletos. Nós, enquanto organizadores, esperamos que quando chegar a idade de deixar o grupo, esses jovens estejam preparados para enfrentar quaisquer obstáculos. Um adolescente com o celular nas mãos, ele tem o mundo em suas mãos, é muito conhecimento (informação) e lidar com esse conhecimento não é fácil. O projeto pretende mostrar que somos gente, somos pessoas, somos seres humanos. Estamos vivenciando um momento terrível da humanidade, uma guerra absurda, e a gente não sabe porque tem aquela guerra, com certeza, os jovens estão questionando isso”, disse o capitão PM da Reserva Romildo Ferreira.
“Nosso projeto busca ajudar a entender melhor o mundo em que vivemos. Vamos levar esses jovens no presídio, para conhecer a realidade, vamos ter cursos, palestras com juízes, promotores. Esse é um projeto do município de Barra de São Francisco que, provavelmente, saiu na frente e outros vão copiar”, prevê Romildo.
Ainda de acordo com Romildo, essa é uma grande oportunidade para esses jovens adquirirem formação moral e cívica, além de praticarem atividades físicas e lúdicas, dentro de um programa que também irá oferecer a eles uma renda mensal de 10 Unidades de Referência (UR), o que corresponde hoje, a R$ 420, ajudando-os a complementar a renda familiar, já que o programa é voltado para jovens de famílias social e financeiramente vulneráveis.
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