Um casal de jovens de Barra de São Francisco – os nomes não foram revelados – está preso nos Estados Unidos por entrada ilegal. O drama deles é destaque na edição desta quarta-feira, 26, de A Tribuna.
De acordo com o jornal, o casal de namorados, um rapaz de 27 e uma jovem de 22 anos, tentaram chegar ilegalmente aos Estados Unidos pelo México, por meio do esquema “cai-cai” (saiba mais detalhes abaixo).
Uma tia do jovem, de 58 anos, que também não teve seu nome divulgado, disse que ao se aproximarem da fronteira, apenas a jovem conseguiu se entregar e ficar detida. O namorado voltou para o Brasil e retornou 15 dias depois, quando conseguiu entrar, se entregar e ficar preso.
A jovem está em uma prisão da Louisiana, há cerca de dois meses, mas a aposentada não sabe dizer onde o sobrinho está. “Eles não têm informação de nada do que vai acontecer. Nós estamos aqui ansiosos, querendo notícias. Eles foram para os EUA em busca de emprego”, informa ela.
O tráfico de pessoas da região para os EUA tem feito fortunas e até eleito para administrar seus municípios, alguns agentes de imigração ilegal na região leste de Minas Gerais e norte do Espírito Santo, embora a Polícia Federal nunca tenha conseguido comprovar o envolvimento deles. Esses agentes fazem fortuna intermediando a imigração ilegal via México desde o final dos anos 90 e início dos anos 2000.
Aumento de apreensões
As últimas informações sobre imigração ilegal para os EUA são de que somente em abril, 8.745 brasileiros e brasileiras foram apreendidos por cruzarem a fronteira com o México de forma ilegal, o maior número em 20 anos.
Na última sexta-feira, 21, um avião com mais de 100 pessoas chegou ao Brasil com deportados dos EUA. Foi o primeiro voo de deportados no atual governo norte-americano, que manteve a política de deportação do governo anterior.
Sistema Cai-Cai
A criatividade dos agentes de imigração ilegal no Brasil, que tem forte associação com os “coiotes” do México, acabou por inventar um sistema para levar famílias inteiras de imigrantes para os EUA, o chamado: “Cai-Cai”.
O sistema consiste em tentar atravessar a fronteira pelas barreiras da imigração, escondidos em veículos como ônibus, caminhões e outros.
“Quando a gente é pego, já do lado norte-americano a orientação é “passar mal”, cair no chão e fingir estar com algum problema sério de saúde, para que os agentes de Imigração nos prendam. Depois uma pessoa, geralmente um brasileiro legalizado, vai até a Corte e assume a responsabilidade pela nossa estadia até que a Justiça Norte-americana determine que sejamos, ou não, deportados. A gente tem que usar tornozeleira eletrônica, mas, a maioria, acaba “fugindo” dentro do país, retira a tornozeleira e vai trabalhar ilegalmente”, descreve um emigrante.
Porém, nos últimos anos, a polícia de imigração norte-americana tem dado poucas chances aos que tentam o esquema. Eles acabam ficando presos e aguardando decisão judicial para serem deportados ou permanecerem no país (Weber Andrade com A Tribuna)
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