A Polícia prendeu, em Ecoporanga, na noite desta quinta-feira (11), o indivíduo Ivanildo Pereira da Silva, principal suspeito pela morte da jovem Thamyris Alexandra Virgulino Pascoal, 18 anos, ocorrida em Marilândia, a 25 quilômetros de Colatina.
O corpo de Thamyris foi encontrado enterrado numa área da zona rural, indicada pelo próprio Ivanildo quando foi ouvido na Delegacia de Marilândia pelo delegado regional de Colatina, Leonardo Ávila. Uma amiga havia informado a parentes da moça que ela havia ido para a casa de Ivanildo.
Como estava fora de flagrante, Ivanildo foi liberado, mas logo passou a ser procurado depois que a Polícia conseguiu um mandado de prisão preventiva contra ele, expedido pela Justiça.
O delegado pediu vários exames no corpo de Thamyris para confrontar a alegação de Ivanildo de que ela teria morrido numa overdose de drogas. O suspeito tem histórico vasto de passagens pela polícia e pelo sistema prisional. Segundo a Polícia, ele já foi preso por tráfico de drogas, porte ilegal de armas, Lei Maria da Penha e ameaça.
Ivanildo Pereira da Silva já cumpriu pena em em 2017, 2018, 2022, e, na última vez, saiu com alvará de soltura em 29 de novembro de 2022. O homem estava em um hotel de Ecoporanga em companhia de uma mulher, que também foi detida.
FUGA E PRISÃO
Depois de ser ouvido, Ivanildo fugiu de Marilândia, mas foi flagrado pelo sistema de cerco inteligente passando pelo distrito de Joassuba, em Ecoporanga, conduzindo um carro Chevrolet Onix branco, na tentativa de fugir. A partir daí, iniciaram-se as buscas.
O veículo foi visto pelos policiais na cidade. Investigando, descobriram onde ele estava hospedado. Os proprietários do estabelecimento confirmaram que Ivanildo havia feito check-in. Os militares foram até o quarto onde ele estava, chamaram por ele, que abriu a porta.
Ele foi informado do cumprimento do mandado de prisão e foi preso naquele momento. A mulher que estava com ele confirmou aos agentes que fez o pagamento da diária, a pedido de Ivanildo. Com ela, os policiais encontraram um cigarro de maconha. Os celulares dos dois foram apreendidos para serem periciados.
Além disso, o Chevrolet Onix, utilizado pela dupla, permaneceu no local onde foi encontrado para também ser periciado pelos agentes.
A mulher também foi conduzida para a Delegacia Regional de Barra de São Francisco por posse de entorpecente ilícito e também por possivelmente auxiliar na fuga de Ivanildo.
PEDIDO DE AJUDA
A vítima era moradora do bairro Santa Cecília, em Marilândia, e tinha dito à família que iria dormir na casa de uma amiga e desde então não foi mais vista. A família de Thamyris pediu ajuda pelas redes sociais para que a jovem fosse encontrada.
A amiga, em cuja casa ela iria dormir, disse para os parentes da jovem que ela tinha ido para a casa de Ivanildo. A polícia analisou o celular da amiga e encontrou o de Thamyris, possibilitando localizar o suspeito.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Leonardo Ávila, após as primeiras investigações, com relatos de testemunhas, imagens de videomonitoramento e outras provas, o homem foi até a Delegacia de Marilândia, onde foi ouvido.
Como não estava em estado de flagrante, ele foi liberado. No depoimento, o suspeito disse que teria ido até o Centro de Marilândia buscar a jovem e que ela teria passado mal e tido uma morte súbita.
OVERDOSE
“O suspeito alega que ela teria sido convidada por ele para um passeio. Disse que ele teria buscado essa menina durante a madrugada no centro de Marilândia. E a partir daí, ela teria feito uso de drogas em excesso. Ao chegar na casa dele, ela teria tido uma overdose, passado mal e teria tido uma morte súbita. Ele relata que teria tentado reanimar essa moça, mas não foi possível, então ele tomou a decisão de se livrar do corpo e ocultar o cadáver”, disse o delegado em coletiva de imprensa no final da manhã desta sexta-feira (12).
Ávila, porém, diz que a versão está sendo confrontada com outras provas obtidas e o exame toxicológico, já que um vídeo mostra a jovem momentos antes.
“É uma versão que não se coaduna com os demais elementos que a gente tem em relação a esse crime, porque nós temos uma imagem da moça momentos antes, ela estava andando, ela não estava com atitude compatível de quem teria uma overdose logo em seguida”, explicou o delegado.
O que causou a morte de fato vai continuar sendo investigado. “Nós vamos depender de outros elementos que vão ser incorporados à investigação no decorrer do trabalho da polícia. O trabalho da perícia, o trabalho do Serviço Médico Legal, vai contribuir bastante, a gente acredita, para que a gente possa esclarecer maiores detalhes a respeito desse crime”, comentou Ávila.
“Após a prisão dele, ele resolveu colaborar com a investigação e informou que iria mostrar a localização desse cadáver. Então, a polícia civil, em conjunto com a polícia militar, compareceu ao local de muito difícil acesso, uma área de mata fechada. Nós tivemos que andar aproximadamente dois quilômetros na lama, estava chovendo muito, então nós tivemos muita dificuldade em localizar esse cadáver. A partir disso, confirmamos a morte”, afirmou o delegado. (Da Redação)
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