Enquanto o número de homicídios atinge o seu mais baixo índice no Espírito Santo em 27 anos de acompanhamento da série histórica, com queda de 17,4% até a última quarta-feira (21), com índice de 18,5 homicídios por grupos de 100 mil habitantes, as mortes em confronto com a polícia deram um salto neste início de ano, com aumento de 42,9% em 2024 em relação ao mesmo período de 2023.
Foram dez mortes este ano, contra sete nesse período no ano passado. Oito dos dez foram na Região Metropolitana e outros dois foram no interior. As regiões Sul e Serrana não registraram esse tipo de ocorrência.
Vitória lidera com 70% dos casos, na região da AISP 1 (Ações Integradas de Segurança Pública), sob jurisdição do 1º Batalhão da Polícia Militar, sendo cinco carros em bairros muito próximos a essa unidade policial e ao próprio Comando Geral da PM – dois no Bomfim, dois no Morro da Engenharia, um no Bairro da Penha. Os outros dois foram em Tabuazeiro, região de Maruípe, e em Estrelinha, Grande São Pedro.
O outro caso de morte em confronto na Região Motropolitana ocorreu em Cariacica, mas dois casos foram ao norte da Grande Vitória: um em Sooretama, onde um homem procedente da Bahia fazia assaltos na região entre Rio Bananal e Linhares e, ao ser cercado pela polícia na BR 101, em Sooretama, acabou morrendo na troca de tiros.
NOROESTE
O Noroeste apresenta em 2024 a menor redução de homicídios do Estado, mas um dos casos de morte por confronto ocorreu em Mantenópolis, que está sob atenção especial das autoridades de segurança da região, em função de alto índice de tráfico de drogas, apesar de ser uma cidade de apenas 12.700 habitantes, resultado no aumento da violência.

O caso de Mantenópolis ocorreu no dia 25 de janeiro, no distrito de São José, próximo à divisa entre Espírito Santo e Minas Gerais, com duas rodovias que ligam a cidade capixaba à mineira de Mantena.
De acordo com o Boletim Unificado 53557006, a equipe da Força Tática do 11º Batalhão da Polícia Militar, coordenada pelo capitão Gilson, participava da “Operação Sentinela”, em conjunto com a equipe da Polícia Civil, sob coordenação dos delegados Leonardo Foratine e Daniel, e cumpria mandados de busca e apreensão domiciliar em São José.
Durante as diligências, uma das equipes policiais estava no interior do “Bar da Loira”, estabelecimento alvo da operação, e outra encontrava na área exterior, fazendo a contenção e segurança do local, para a realização das buscas.
Nesse instante, chegou na rua um indivíduo em uma bicicleta, da qual caiu ao passar em um quebra-molas. Populares que observavam a ação policial viram quando uma arma, na queda, caiu da cintura do ciclista, que a recolheu e colocou na cintura. Os populares saíram correndo gritando “está armado”, provocando a abordagem dos militares ao suspeito, ordenando que ele colocasse as mãos na cabeça.
De acordo com o boletim da ocorrência, quando os militares aproximaram para retirar a arma da cintura do homem, o indivíduo retirou as mãos que estavam sobre a cabeça, sem proferir palavras, e, em ato continuo, levantou a camisa iniciando o movimento de retirar da cintura a arma que portava.
Diante da ação vista como evidência da intenção de reação armada, um sargento que participava da ação fez três disparos de pistola para repelir a ação do suspeito, que caiu. Outro policial o algemou e retirou da cintura do alvejado uma arma. Na verdade, era um simulacro (arma de brinquedo) do tipo revólver de cor preta e coronha marron.
A vítima foi socorrida pela equipe policial até o pronto atendimento na cidade de Mantenópolis. Durante a ocorrência, a equipe médica informou a morte do homem identificado com Lucas Martins Germani Vieira, vulgo “Luquinha”.
A arma, verificou-se, era de brinquedo, mas Luquinha tinha, segundo a Polícia, vários registros de ocorrência relacionadas com tráfico de drogas, porte ilegal de arma e ameaça. Imagens do sistema de videomonitoramento do local foram recolhidas e anexadas ao inquérito que apura o caso, bem como recolhida a arma do policial que efetuou os disparos. (Da Redação)
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