Weber Andrade
A história da imigração italiana em Barra de São Francisco veio bem depois da chegada dos primeiros imigrantes ao Espírito Santo, há 150 anos. Mas, no município do Noroeste do Espírito Santo, que completou 80 anos de emancipação em 2023, ela demorou bastante. Até porque não havia ‘passagem’ para o Norte naqueles tempos.
Mas, depois do vencido o entrave da ponte sobre o Rio Doce, em Colatina, as famílias que chegaram ao Estado e foram se instalar na Região Serrana, começaram a se espalhar.
Em Barra de São Francisco existem dezenas de descendentes destes primeiros italianos: Alberto, Ferrari, Pelanda, Rizzo, Negrini, Dematté, são algumas das mais conhecidas e, boa parte se instalou ali pelas bandas dos córregos São Pedro e São Paulo.
Mas, algumas peculiaridades estão gravadas no história do município. É o caso do Cine Teresense, que também foi chamado de Cina Atlas, implantado pelas famílias Possati/Dematté, vindas de Santa Teresa.

Porém, a maior fama dos italianos em Barra de São Francisco foi construída por um dos filhos da família de Luigi Coser, já descendente de italianos e vindo junto com a família, da Região de Trento, na Itália, direto para a Região Serrana.
O vereador e servidor público Lula Coser, um dos últimos filhos de Geraldo Coser, conta que o pai veio de Santa Teresa por volta de 1951, com sete irmãos e irmãs e casou-se pelo menos três vezes.
“Ele era muito trabalhador e gostava da família, mas era muito mulherengo, cuidava de todos”, recorda Lula.
A fama de reprodutor começou cedo, pelo menos no imaginário popular. Já no final dos anos 1970, a piada com o nome de Geraldo Coser circulava por toda a cidade de Barra de São Francisco. Nas proximidades de suas terras, às margens da ES-080/381, diziam que os moradores, em sua maioria, colonos do ‘italiano’, quando chegava uma visita e via os meninos e meninas loirinhos, elogiavam a beleza das crianças e ouviam dos pais: ‘tuta fi de gerada cossa’.
Lula conta que o pai não fazia questão de desmentir e agradecia a ‘propaganda’.
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