Em janeiro de 2022, o prefeito Enivaldo dos Anjos, aprovou uma lei, criando o Programa de Conservação e Manutenção de Estradas, Pontes e Mata-burros, com o objetivo não só de conservar e manter, mas também de construir infraestrutura no interior do município, que tem mais de 1,2 mil km de estradas vicinais.
Inovador, o projeto permitiu ao município serviços diversos, inclusive dentro de propriedades rurais, como abertura de carreadores e outras obras necessárias ao escoamento da produção agropecuária e o tráfego nas estradas vicinais.
Apenas dois anos depois, a Secretaria Municipal de Transportes e Estradas (SEMTE), chegou a um recorde difícil de ser batido. A pasta contabiliza – contando também o primeiro ano do mandato (2021) – a construção ou reforma de 112 pontes e 190 bueiros na atual administração.
Trocando em miúdos, foram mais de 5 bueiros por mês, 63 bueiros por ano, construídos, em sua maioria, com escória de granito e manilhas.
A utilização da escória de granito deu um novo impulso ao trabalho de conservação e construção de pontes e bueiros. Foram construídas, em média 3 pontes por mês, 37 por ano, em todos os quadrantes de Barra de São Francisco, de norte a sul, de leste a oeste.
“Como é de conhecimento de todos, o grande gargalo da produção agrícola em nosso país, e o município de Barra de São Francisco não é diferente, são as péssimas condições das estradas de terra, normais em um país de alta pluviosidade”, argumentou o prefeito na altura da aprovação do projeto.
“Agrava-se (o problema) em nosso município por ser um polo de exploração de granito, trazendo para as estradas vicinais um grande trânsito de veículos pesados que causam maiores danos às condições de trafegabilidade”, observou.
Dos Anjos ressalta que o programa concentrou esforços direcionados para a solução dos problemas das estradas “facilitando a mobilidade dos cidadãos e evitando perdas financeiras dos produtores, comerciantes e empresários.”

Um dos exemplos desse trabalho da atual gestão, que deve ser retomado ainda neste mês, aconteceu em uma propriedade do Córrego da Laje, distrito de Vargem Alegre, onde foram construídos quatro bueiros de uma só vez, na propriedade da família do produtor rural Lorival Wutki.
As obras resolveram um problema antigo da família, que tinha dificuldades imensas para se deslocar para o distrito ou para a sede do município, principalmente em períodos chuvosos.
“Meu pai está com problemas em uma das pernas, minha avó, que já tem 95 anos, às vezes precisa ser levada até o médico e, até mesmo para receber materiais ou escoar produtos, era difícil”, relatou Ademilto Wutki.
O pai dele, Lorival Wutki, fez coro: “A gente vem lutando para conseguir esse benefício há mais de dez anos e, agora, com o apoio do vereador Lula Cozer e do prefeito Enivaldo dos Anjos, as obras estão prontas. Ficamos muitos agradecidos ao prefeito, pois esses bueiros vão acabar com o nosso problema de deslocamento”, disse na altura.
Do outro lado do município, nas proximidades do distrito de Monte Sinai (Vermelha), a SEMTE construiu uma ponte de dez metros de extensão por 3,2 metros de largura, com base em escória de granito e cobertura de pranchas de madeira, substituindo uma ponte antiga e quase intransitável e facilitando o acesso ao secador de café na propriedade do cafeicultor Ailton Pedreiro, que é utilizado por grande parte dos cafeicultores da região.
O líder comunitário da região, Luiz Marim, fez questão de enviar foto e um áudio (ouça abaixo) parabenizando a pasta e o prefeito Enivaldo dos Anjos, pelo serviço.

Destaque na imprensa estadual
O programa de conservação de pontes e bueiros fez tanto sucesso que ganhou a mídia estadual, na coluna Cotidiano, do prestigiado jornalista Leonel Ximenes, de A Gazeta.
“Enivaldo dos Anjos é o prefeito que conta bueiros. E garante que não é sem razão: ‘Se as pessoas das grandes cidades soubessem a importância que tem esses bueiros para a população do interior, não riria da gente. Essas obras, que parecem pequenas, se avolumam e mesmo tendo feito já quase 200, ainda tem muito a fazer. Chega pedido todo dia’”.
O secretário municipal de Transportes e Estradas, Neto Pimenta, salienta que, se essas pontes fossem feitas pelos produtores que por elas são beneficiados, custariam entre R$ 30 mil e R$ 70 mil. “O prefeito cobra muito isso da gente, de criar condições para que o produtor possa escoar sua produção e movimentar a economia. Tenho certeza que vamos bater recordes”, disse o secretário na entrevista a Leonel Ximenes.

Estradas patroladas constantemente
O programa da prefeitura de Barra de São Francisco, no entanto, não se resumiu apenas em construir pontes e bueiros. Durante os últimos três anos, o patrolamento de estradas, paripassu com a construção de pontes e bueiros, melhorou as condições de tráfego em mais de 80% dos mais 1,2 mil km de estradas vicinais, facilando o deslocamento da produção agropecuária e de pessoas.
Um dos exemplos mais emblemáticos, feito em parceria com o governo do Estado, foi a abertura e impermeabilização com um material (Apis) dos 14,5 km que ligam a ES-320, na altura do Córrego Sapucaia (Secadeira) ao distrito de Monte Sinai (Vermelha) tornando a via muito mais transitável e pronta para uma possível pavimentação asfáltica no futuro.
“Deixar as estradas patroladas, principalmente após os períodos chuvosos, facilita a manutenção e o deslocamento de veículos leves e caminhões durante a maior parte do ano”, avalia Enivaldo.

+ Sobre as Pontes e bueiros
Na verdade, a utilização de escória de granito pela prefeitura de Barra de São Francisco em obras de infraestrutura está trazendo uma economia de milhões de reais para o município. As pedras estão sendo utilizadas na construção ou reconstrução de pontes e bueiros, escadas e muros de arrimo em grande escala graças a uma parceria do município com as mineradoras, que cedem a escória.
“Num cálculo feito com precaução, as 112 pontes construídas na atual gestão, cerca de 80% delas em escória de granito, custariam aos cofres municipais em torno de R$ 78 mil cada, ou seja, no mínimo 7,8 milhões se fossem licitadas e contratadas no mercado de construção civil”, avalia o engenheiro civil e coordenador de Contratos da Prefeitura, Diego.
Por outro lado, o grande número de bueiros e passadores de gado feitos com escória de granito e manilhas, além de trazer mais segurança e durabilidade às obras, também reduz o custo com manilhas e utiliza mão de obra própria.
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