Já ouviu e já disse isso alguma vezes não é mesmo? Feliz 2024. Um novo ano está chegando e é de praxe desejarmos felicidades uns aos outros. Mas, o que precisamos para sermos felizes em 2024?
Gosto de correr e neste ano completei duas maratonas. Logo passei a receber informações sobre o quão exclusivo seria o grupo de pessoas que completam maratona. Alguns dizem que apenas 2% da população mundial.
Também gosto de nadar. E, após nadar algumas provas, passei também a receber informações sobre quão reduzido seria o número de pessoas que nadam certas distâncias.
Percebi, então, essa dinâmica: vivemos num mundo que nos promete felicidade por caminhos que, frequentemente, nos distanciam dessa tal felicidade.
No caso, ser parte de um grupo seleto, exclusivo, que se diferencia dos demais. Um cartão de crédito exclusivo, um clube para poucos, uma roupa feita somente para mim, essas coisas realmente podem nos fazer felizes? Encontramos significado nisso?
Estar nos grupos seletos, independentes de quais sejam, não tem poder algum de dar significado à nossa existência. Isso é um fato e, mais cedo (o que é melhor) ou mais tarde, isso fica evidente.
Há certo ditado que afirma: um diamante pode estar na lama e um pedaço de vidro figurar numa coroa; mas na hora de comprar e vender, vidro é vidro e diamante é diamante. E a vida inevitavelmente nos coloca diante dessa hora, quando as ilusões, inevitavelmente, revelam-se ilusões!
A vida não toma vidro por diamante!
A felicidade exige mais que promessas bem formuladas. E há um tipo de consciência que, sem ela, jamais a experimentaremos: a consciência de que somos seres interdependentes, de que não somos completos sozinhos. E, por isso, se não sabemos lutar pela felicidade de outros, jamais encontraremos a nossa!
Nenhum de nós tem tudo, sabe tudo ou pode tudo. E é na relação bonita e saudável entre nós que seremos felizes e a vida verdadeiramente fará sentido. Enquanto formos preconceituosos, insensíveis e fizermos do interesse, da utilidade do outro e não do respeito e valorização do outro o ponto focal de nossas interações, fracassaremos em ser felizes.
Cada pessoa é um mundo e todo mundo importa! Enquanto nos diferenciarmos e nos desprezarmos, nossa vida será pobre e a felicidade estará sempre em outro lugar.
Para um 2024 feliz, precisamos resgatar a beleza de nossa interdependência. Precisamos marcar nossas relações com a generosidade, a bondade, o respeito, o acolhimento e a valorização mútua. Precisamos abandonar a doença de pensarmos apenas em nós mesmos, de desejar um mundo em que apenas caibam os nossos iguais!
Precisamos perceber a beleza e força da diversidade. Precisamos reconhecer a importância e o direito dos que pensam ou vivem de forma diferente.
Os diferentes não são uma ameaça. Ao contrário! Precisamos aprender a respeitar e a ouvir em lugar de apenas julgar e rejeitar. O mundo perfeito não é aquele que se parece conosco! O mundo saudável e promissor é aquele em que cabemos todos nós!
Por isso, em 2024, faremos bem se a felicidade desejada não for um anseio egoísta. Jamais seremos felizes assim. As bênçãos desejadas não devem ser apenas para mim ou para os meus.
Devemos assumir a responsabilidade que nos cabe na construção desse novo ano para que nele haja mais felicidade.
Não se preocupe tanto com a cor de sua roupa neste Reveilon. Preocupe-me mais com seus valores, com seu caráter, com seu coração. Preocupe-se com o modo como olha para si mesmo e para as pessoas.
Tenha bons olhos! Faça o bem, construa pontes e não muros. Faça amigos e jamais se faça inimigo de pessoa alguma.
A vida não costuma ser fácil, mas ela não precisa ser ruim. E não será, se formos bons. Feliz Ano Novo!
Usiel Carneiro de Souza
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