
Já são mais de 30 anos de uma luta quase inglória da população do Vale do Aço de Minas Gerais para duplicar a BR 381, no trecho Belo Horizonte-Ipatinga-Governador Valadares, e acabar com título de “Rodovia da Morte”. Mas o Movimento Pro Vidas da BR 381 não se cansa e uma representação de seus membros vai voltar a Brasília para pedir alterações no edital de concessão, haja vista que por três vezes não apareceu empresa interessada na obra.
O grupo se reunirá no Ministério dos Transportes com o secretário executivo George Santoro, a secretária nacional de Transportes Rodoviários, Viviane Esse, e o subsecretário de Sustentabilidade, Cloves Benevides, e depois irá também ao Tribunal de Contas da União (TCU) para um encontro com a auditora-chefe Laura Avila Berlinck, na Unidade de Auditoria Especializada em Infraestrutura Rodoviária e Aviação Civil do órgão.
Ao longo dessas mais de três décadas, muitas manifestações, paralisações e promessas foram feitas, mas o máximo que se conseguiu foi a duplicação de dois trechos (lotes) entre o trevo de Caeté e Rio Una (em São Gonçalo do Rio Abaixo) e entre Nova Era e Antônio Dias, em 2013, num total de cerca de 70 quilômetros, que representam menos de 25% do total de 304 quilômetros de duplicação reivindicada.
Coordenador do movimento, Clésio Gonçalves disse que, naquela época, a rodovia foi dividida em oito lotes (trechos) “e somente estes dois foram feitos”. Os outros as empresas ganhadoras não quiseram dar sequência às obras, alegando que teriam prejuízos. Mais recentemente, por duas vezes se tentou fazer o leilão dos 304 quilômetros da rodovia, sendo o mais recente no último dia 23 de novembro , mas em ambas não apareceram empresas interessadas.
“Observamos que, sendo a duplicação seja através de licitação ou concessão, os editais não estão atraindo empresas para executar as obras. Neste período (últimos 30 anos) muitas rodovias no país foram licitadas ou leiloadas com sucesso. Em função disso, precisamos identificar o que precisa ser alterado para que possa viabilizar a execução das obras de duplicação”, disse Clésio.
O Movimento Pro Vidas BR 381 vai solicitar de todos os setores do Ministério dos Transportes e Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, que trabalham na elaboração do edital, e do Tribunal de Contas da União – TCU que, “respeitados os limites éticos, legais e morais, se empenhem na busca de uma solução, para que possamos transformar a Rodovia da Morte em Rodovia da Vida”, salientou Clésio.
CARTA ABERTA
Na oportunidade, eles irão entregar uma “Carta aberta ao Ministério dos Transportes, ANTT e Tribunal de contas da União TCU”, assinada por mais 60 autoridades, entre Prefeitos, presidentes de Câmaras, dirigentes de entidades , em que solicitam estes ajustes.
O Movimetno está aguardando também uma reunião com o diretor geral do DNIT para tratar do gargalo que se tornou a saída de Belo Horizonte, que concentra todo o tráfego não apenas em direção ao Vale do Aço, mas também às praias do Espírito Santo, haja vista que entre a capital mineira e João Monlevade as BRs 381 e262 têm leito em comum.
“Estamos aguardando confirmação dessa reunião para solicitarmos obras urgentes de faixas adicionais na saída de Belo Horizonte, pois está gerando engarrafamentos permanentes tanto para quem chega quanto para quem está saindo da capital. Não dá para esperar a duplicação, tem que ser de imediato”, arrematou Clésio Gonçalves. (Da Redação com informações do Movimento Pro Vidas BR 381)
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