Praias de águas mornas, forró, cultura: conheça Conceição da Barra, meio capixaba, meio baiana

Uma das mais antigas cidades do Espírito Santo, fundada como povoação em 1554, quando os portugueses organizaram expedições para se afastarem dos bravos índios das circunvizinhanças de Vila Velha, onde se estabelecera o donatário Vasco Fernandes Coutinho, Conceição da Barra é um pedaço do Nordeste em terras capixabas. Na verdade, já pertenceu à Capitania de Porto Seguro, assim como a vizinha São Mateus e todo território acima do rio Doce.

Conceição da Barra, a 255 quilômetros ao Norte de Vitória, pela BR 101 até o trevo de acesso à cidade, é um dos destinos mais procurados do litoral capixaba, especialmente a juventude em busca de diversão no carnaval e nos festivais de forró de Itaúnas, a emblemática vila que já foi destaque nacional por ter sua antiga sede soterrada pelas dunas em movimento.

Inserido na Rota do Verde e das Águas, o lugar possui muitos atrativas, por sua importância histórica, por seu bucolismo, as manifestações culturais e as opções de turismo de pesca, de exploração da natureza e rural.

HISTÓRIA

Antes de entrarmos nesses detalhes das opções que a cidade oferece, vamos mergulhar em sua historia. Vindos do mar, os portugueses aportaram ao norte da foz de um grande rio, chamado pelos índios de Kiri-Kerê ou Cricaré pelos portugueses.

Receosos do ataque dos selvagens os europeus permaneceram no litoral. Entretanto, os indígenas que habitavam a região, pertenciam a tribo Guaianá, de índole pacífica e que juntamente com os náufragos de um navio espanhol, ajudaram os portugueses a penetrarem no território dando início ao núcleo populacional.

Esses índios chamavam os brancos de “moab”, que significa homem de calça. Devido à situação geográfica, o novo núcleo foi denominado Barra. A povoação logo prosperou devido ao intenso tráfego de navios, procedentes da Bahia e de Pernambuco, que nela aportavam.

Em 1596, a povoação de Barra recebeu a visita do padre José de Anchieta, que visitou também a povoação no Vale do Cricaré, no dia 21 de setembro do mesmo ano e, como era costume denominar as terras e os acidentes geográficos com o nome do santo do dia, Anchieta trocou o nome do rio para São Mateus e deu a povoação o mesmo nome. E com essa troca de nomes, o núcleo populacional da margem esquerda, passou a se chamar-se Barra de São Mateus.

Em ato datado de 11 de agosto de 1831, Barra de São Mateus foi instituída paróquia, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, cuja imagem era venerada numa rústica capela erguida nos primórdios da colonização, onde se encontra até os dias de hoje.

Foi elevada à categoria de Vila por resolução do Conselho do Governo datado de 2 de abril de 1833, sendo chamada Vila de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio São Mateus. A solenidade da instalação da cidade deu-se a 6 de outubro de 1891, ficando estabelecido por lei, este dia, para se comemorar o dia do município.

A cidade recebeu a denominação de Conceição da Barra, sendo o primeiro nome uma homenagem à padroeira e o segundo, lembrando o primeiro nome que os portugueses deram à povoação. No dia 10 de junho de 1892, foi criada a comarca do novo município, que teve como juiz de Direito Carlos Gonçalves.

BATALHA DO CRICARÉ

A antiga povoação da Barra de São Mateus muito contribuiu para o desenvolvimento da capitania do Espírito Santo. Segundo o poema do padre José de Anchieta, em que descreve a Batalha do Cricaré, foi nas águas do rio que banha o município que Fernão de Sá, filho de Mem de Sá, ferido perdeu a vida, quando lutava pela expulsão dos franceses.

Sendo elevada à categoria de vila em 1831, a vila da Barra de São Mateus passou a tomar parte na vida política. Em 1833, realizaram-se eleições para escolha de vereadores e entre os eleitos foi o escolhido o presidente da Câmara, a quem cabia a responsabilidade de administrar o município. Eleitos os vereadores, foi escolhido presidente da Câmara o Padre Manuel dos Santos Pereira.

Outros presidentes da Câmara que administravam a vila foram Ricardo Pinto Liberato; Antônio Mendes de Oliveira; Bernardino José de Oliveira. Recebendo foros de cidade em 1891, por muitos anos ainda, continuou a ser administrada por intendentes até 1922.

Nesse período foram intendentes: José Pinheiro da Silva; Benardino José de Oliveira; José Ambrósio Benso; Benevides Lima Barbosa; Hermínio Poyares; Manuel Antônio de Oliveira; Bernardino de Oliveira Filho; Benevides de Lima Júnior; Adolfo Serra.

Em 1922, houve eleições para prefeito, tendo o influente político Bernardino de Oliveira Filho apresentando Astrogildo Carneiro Setúbal como candidato a prefeito, sendo eleito o primeiro prefeito do município, até 1927, quando foi eleito Manuel Antônio de Oliveira, que não chegou a cumprir todo o seu mandato devido à Revolução de 1930.

De 1930 até 1947 não houve eleições. Nesse período, os governadores (denominados interventores) eram nomeados pelo presidente da República e os prefeitos pelos interventores. Os prefeitos nomeados foram Eli Cardoso; Osvaldo Moura Neves; Vindilino de Matos Lima; Mário Vello Silvares; Edgard Cabral da Silva.

Com o fim do Estado Novo e a volta da democracia, recomeçaram as eleições. E o povo,depois de dezessete anos, pôde escolher seus representantes. No dia 2 de dezembro de 1947 houve eleições para escolha de prefeitos e vereadores. Foi eleito para prefeito Bento Daher e a câmara de vereadores ficou assim constituída por Mário Vello Silvares, Vindilino de Matos Lima, José Nunes da Silva Júnior, Teófilo Cabral e Álvaro Lira.

Bento Daher tomou posse no dia 31 de dezembro do mesmo ano e deixando o cargo no dia 31 de janeiro de 1951, assumindo o candidato eleito Ítalo Benso, que tomou posse no mesmo e deixou o cargo em 31 de janeiro de 1955, assumindo novamente Bento Daher, que cumpriu mandato até 31 de janeiro de 1959, substituído por Edward Abreu no Nascimento.

Edward Abreu do Nascimento deixou o cargo no dia 31 de janeiro de 1963, sendo substituído por Mário Vello Silvares, mas seu estado de saúde não permitiu que fosse empossado, assumindo Edgard Cabral da Silva, vice-prefeito.

Com o falecimento de Mário Vello, em junho de 1964 Edgard Cabral assumiu definitivamente o cargo ao qual renunciou devido a uma série de fatores que envolveram sua administração, assumindo então a prefeitura Gastão Kock da Cunha, que na ocasião era o presidente da Câmara de Vereadores, deixando o cargo em 31 de janeiro de 1967.

José Luís da Costa tomou posse no dia 31 de janeiro de 1967, deixando o cargo 31 de janeiro de 1971, assumindo para o seu terceiro mandato Bento Daher, que durou até 31 de janeiro 1973, sendo substituído por Gentil Lopes da Cunha.

Gentil Lopes da Cunha deixou o cargo 31 de janeiro de 1977, assumindo Humberto de Oliveira Serra, que governou até 31 de janeiro de 1983, substituído por Aluísio Feu Smiderlle, que após apenas três meses de governo morreu num acidente automobilístico junto com sua família, deixando apenas uma única filha que não estava no carro. Com sua morte, tomou posse seu vice-prefeito Oribes Storch.

Oribes Storch deixou o cargo em 1988, assumindo Humberto de Oliveira Serra, que governou até 1992, substituído por João Alves dos Santos, que deixou no mesmo ano, assumindo Mateus Vasconcelos, o Mateusão, que assumiu no dia 1 de janeiro de 1993. Seu sucessor, Nélio Ribeiro Nogueira, assumiu em 1 de janeiro de 1997.

Nélio Ribeiro Nogueira foi deposto por processo de impedimento em setembro de 2000, assumindo o presidente da Câmara de Vereadores, Edmundo Noberto, deixando o cargo em 1 de janeiro de 2001, substituído por Francisco Carlos Donato Júnior.

Francisco Carlos Donato Júnior deixou o cargo em 1 de janeiro de 2005, assumindo Manoel Pereira da Fonseca, o Manoel Pé de Boi, encerrando em dezembro de 2008.

Com os resultados da eleição municipal 2008, o prefeito eleito Jorge Duffles Andrade Donati assumiu a gestão do município em 1 de janeiro de 2009 e, em 2012, se tornou o primeiro prefeito reeleito na história do município, obtendo mais de 70% dos votos.

Seu mandato terminaria em 31 de dezembro de 2016, mas veio a falecer em 3 de novembro de 2016 após 15 dias internado no Hospital Albert Einstein em São Paulo onde aguardava o transplante de coração. A vice-prefeita, Adélia Marchiori ficou responsável pelo cargo até 31.12.2016.

Mesmo doente e graças ao êxito de sua administração, “Jorginho” como ficou conhecido, conseguiu eleger seu sucessor, o Engenheiro Francisco Benhard Vervloet (Chicão), que comandou o município até 2020, quando se elegeu o atual prefeito, Walyson José Santos Vasconcellos, mais conhecido como Mateusinho, por ser filho do ex-prefeito Mateusão.

Em divisão territorial datada de 2015, o município é constituído de 4 distritos: Conceição da Barra, Braço do Rio, Cricaré e Itaúnas.

QUILOMBOLAS

O município reúne um grande contingente afrodescendente, reunidos em Comunidades Quilombolas como Linharinho, São Domingos, Coxi, Roda D´Água, Morro da Onça, todos em torno da sede. Outras comunidades estão distribuídas nos distritos.

O distrito de Braço do Rio, composto ainda por Cobraice e Sayonara, desenvolveu-se a partir da construção da BR 101 que atraiu indústrias e imigrantes de estados vizinhos em busca de trabalho. Sua localização à beira da estrada proporcionou facilidade de transporte, portanto, o distrito cresceu independentemente da Sede. É a sede distrital das seguintes comunidades rurais: Córrego do Jundiá (Assentamento PA Pontal do Jundiá), Rio Preto (Assentamentos Estaduais Rio Preto e Rio Itaúnas), Córrego das Palmeiras, Córrego do Arthur, Comunidades Quilombolas Córrego do Sertão, Angelim II, Angelim III e Córrego do Macuco, e a Comunidade Queixada.

O mais famoso distrito é o de Itaúnas: era uma vila de pescadores localizada entre o mar e o Rio Itaúnas até o soterramento da Vila pela areia que passou a soprar terra adentro devido à extinção da vegetação natural que a protegia dos ventos nordeste e sudeste. Esse processo se deu ao longo de 20 anos e não causou nenhuma fatalidade, mas sim o abandono gradual da Vila e o êxodo para a margem direita do Rio, onde desde 1970 se localiza a Vila de Itaúnas.

Em 1991 foi criado o Parque Nacional de Itaúnas para a preservação de uma área de cerca de 3.674,18 hectares e seu entorno. É a sede distrital das seguintes comunidades: Comunidade Quilombola Angelim I, Porto dos Tocos, Viração, Riacho Doce, Córrego da Areia, Cedro (Assentamento PA Paulo Vinha), Morro dos Parentes, Córrego Grande, Água Preta (Assentamento PA Valdício Barbosa).

O distrito do Cricaré foi criado em 2011 e é integrado pelas comunidades ribeirinhas de ambas às margens do Rio Cricaré; É a sede distrital das comunidades quilombolas Porto Grande e Córrego do Alexandre, além das comunidades do Quadrado, Morcego, Laje, Lajinha, Barreiras, Meleiras e Pontal do Sul.

TURISMO RURAL

O meio rural passa a estimular a pluriatividade das famílias rurais, a diversificação das unidades de produção para atividades não agrícolas e a revalorização do mundo rural numa nova concepção de desenvolvimento, no qual não confunde o rural com o agrícola e que torna mais atual a ideia de que, no campo, existem oportunidades de geração de renda capazes de promover melhor integração das populações que ai vive.

É uma atividade socioeconômica e multidisciplinar, já que envolvem aspectos tanto econômicos, quanto sociais, naturais, culturais, políticos, compondo um conjunto de serviços e equipamentos interdependentes entre si, os quais são oferecidos ao turista por diferentes empresas turísticas.

Essa atividade trabalha com atrativos culturais, sociais, de lazer e de conhecimento. Proporciona um envolvimento entre as pessoas que viajam e da localidade visitada. O município de Conceição da Barra apresenta imenso potencial para o turismo Rural.

TURISMO DE PESCA

É considerado um dos mais antigos da região e com sua história intrínseca à pesca, que reverbera em sua cultura, religiosidade e organizações sociais e políticas. Exemplos não faltam para entender que o município respira a pesca, tais como: a primeira colônia do Estado do ES (Z1), as ligações entre as políticas institucionais e a pesca, com museus, pousadas e feiras ligados à pesca e às diversas associações existentes.

Essa ligação histórica entre a pesca e o município merece atenção do ponto de vista associativo, visto que autores como Maneschy, Maia, Conceição (2008) e Lobão (2006) constataram que a extensa literatura que contempla o associativismo não abarcou sobre as contradições vividas pelas comunidades tradicionais no que diz respeito à criação de associações, pois esses focalizaram apenas a criação das associações como uma ação coletiva, espontânea, vinda de uma cooperação de pessoas, independente da intervenção da lei.

Na realidade, é necessário avaliar as condições concretas, sociais, históricas e políticas em que se criaram e criam as associações. O que se percebe é a criação das associações pesqueiras em Conceição da Barra, o que se configura o associativismo pesqueiro e o relato dos pescadores acerca desse importante meio de convívio organizacional.

VAMOS CONHECER A LINDA CONCEIÇÃO DA BARRA

“É, foi lá em Salvador
Que me lembrei de uma paixão
Amor de verão, de verão
Senti, a brisa que vem lá do mar
Lembrei daquele lugar
Fez meu corpo arrepiar
E deu vontade de chorar
Toda vez, que falo com a saudade
Lembro de você
Penso sem parar
Quero te rever, Conceição
Conceição da Barra
Amor de verão
Conceição da Barra
Mora em meu coração”. (Banda Auê)

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição

Igreja católica fundada no ano de 1812. Monumento que guarda aspectos arquitetônicos das construções jesuíticas do Espírito Santo.

Casa de Cultura Hermógenes Lima da Fonseca

A Casa de Cultura é um destino que mantém viva as tradições de Conceição da Barra, portanto, também deve estar em seu roteiro. O local possui mais de 230 anos de existência e, atualmente, incentiva as produções artísticas e culturais da cidade. O espaço também conta com uma localização privilegiada e fica pertinho do Rio Cricaré, que é cercado de belezas naturais.

Farol da Barra

Localizado na Praia do Farol, a 50 metros do centro. Adquirido na França foi construído em 1914 e sofreu modificações em 1928. Emitia de 30 em 30 segundos dois lampejos para orientação de navegação. Era administrado pelo Ministério da Marinha. Hoje, está inativo como orientação aos navegantes.

Passeios de barco

Os passeios de barco também são uma boa oportunidade de apreciar a natureza da cidade e, por isso, devem fazer parte da sua viagem. Essa experiência acontece nos rios Cricaré e Itaúnas, que possuem uma série de belezas naturais. Além disso, o trajeto percorre povoados ribeirinhos que permitem um mergulho único nas tradições locais. Sem dúvida, é um passeio e tanto para descobrir paisagens e costumes da região.

Maria Fumaça

Foi adquirida pela família Donato para ajudar no escoamento das toras de madeiras oriundas da Vila de Itaúnas, distrito de Conceição da Barra, num tempo em que a extração da madeira era uma grande fonte de renda. Reformada no ano de 2007 em São Paulo, retornou a Conceição da Barra no dia 12 de janeiro de 2008 para voltar a funcionar como Trem Turístico Ambiental.

Vila de Itaúnas

Localizadas a 24 quilômetros de Conceição da Barra, ao norte. As atrações são as dunas, o rio Itaúnas e o famoso forró pé de serra concorrido principalmente entre os paulistas e cariocas. Também fica lá o Parque Estadual de Itaúnas.

Parque Estadual de Itaúnas

O Parque Estadual de Itaúnas (PEI) é uma unidade de conservação de proteção integral dos recursos naturais, sob gestão do IEMA – Instituto Estadual de Meio Ambiente do Espírito Santo.

Além da proteção de uma significativa amostra dos ecossistemas locais de Mata Atlântica e toda a rica biodiversidade associada, o parque tem por objetivos a promoção da pesquisa científica, da educação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico.

Com uma área de aproximadamente 3.500 hectares, o parque localiza-se no município de Conceição da Barra, na porção extremo-norte do litoral capixaba, a aproximadamente 260 km de Vitória, estando sua entrada principal localizada na BR-101 norte, na entrada para Conceição da Barra.

No parque ocorre uma grande concentração de sítios arqueológicos, evidenciando que a ocupação da região cobre um período de pelo menos 3 a 4 mil anos, indo desde grupos ceramistas pré-coloniais estendendo-se até a ocupação histórica do local da antiga Vila de Itaúnas.

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Das 8h30min às 17h30min.

CONTATO: (27)3762-5196

Floresta Nacional do Rio Preto

A Floresta Nacional do Rio Preto (Flona RP) foi oficialmente criada pelo Decreto n° 98.845, de 17 de janeiro de 1990, e abrange uma área de aproximadamente 2.830 hectares, com altitude variando de 5 a 50 m. Está localizada no município de Conceição da Barra, estado do Espírito Santo (18°09’ e 18°19’S / 39°51’ e 39°55’W). A vegetação original é caracterizada como floresta ombrófila densa de terras baixas, estabelecida em solos de tabuleiros terciários do Grupo Barreiras.

Apresenta grande variedade de ambientes com boa integridade de vegetação, apesar do histórico de corte seletivo de madeira, incêndios e/ou perda de cobertura vegetal nativa para o cultivo de espécies de Eucaliptus. As informações sobre a riqueza de espécies de plantas se resumiam, até pouco tempo, ao inventário florestal realizado para cumprimento da elaboração do plano de manejo da unidade.

A implementação de recentes excursões a campo incluindo coletas sistemáticas na Flona do Rio Preto propiciou a ampliação do conhecimento sobre as espécies de plantas ocorrentes e o incremento de novos registros depositados nas coleções dos herbários VIES e SAMES.

Criação: 1990

Plano de Manejo: 1999

Floresta de Tabuleiros

2.830 hectares

Reserva Biológica do Córrego Grande

Com bioma predominante da Mata Atlântica, localiza-se na extremidade norte do município de Conceição da Barra, limitando-se com os municípios de Mucuri (Bahia) e Pedro Canário.

Tradições Culturais

Ticumbi

Festa de origem africana, com rica coreografia e cânticos ao som da viola e pandeiros. Também conhecido como Baile de Congos, brincadeira ou Baile de São Benedito, promovido pelos negros devotos de São Benedito há mais de 300 anos.

O ticumbi é uma dança praticada especialmente no norte do Espírito Santo, com destaque para as cidades de São Mateus e de Conceição da Barra. É considerado uma referência cultural e celebração festiva afrobrasileira específica deste estado.

Jongo de São Bartolomeu (24 de agosto)

Baile de origem africana de Silvestre Nagô. Os grupos de Jongo de São Bartolomeu, São Benedito das Piabas e São Benedito e São Sebastião de Itaúnas são os principais.
Há grupos de jongo também em Cachoeiro, São Mateus, Conceição da Barra, Itapemirim, Presidente Kennedy, Alegre, Muqui e Jerônimo Monteiro.

As Pastorinhas

A tradição das Pastorinhas é de herança portuguesa, implantada no Brasil no século XVI, trazida na Era Colonial. No Espírito Santo existem apenas dois grupos: um em Conceição da Barra e um em Santo Antônio do Muqui, distrito de Mimoso do Sul.

No ano passado o escritor-poeta, Salomão da Silva Pinto, grande incentivador da cultura barrense, inscreveu As Pastorinhas no Edital da Secult nº 04/2022, denominado: “Seleção de Projetos da Valorização das Culturas Tradicionais do Espírito Santo” e o grupo foi contemplado.

Pastorinhas (24 de dezembro e 6 de janeiro) – as Pastorinhas são um folguedo do ciclo natalino que alegra a cidade anunciando o nascimento de Cristo. 12 meninas vestidas de pastoras dançam e cantam ao som de canções, entoadas de bandolim, flautas e violões. Com versos de Manoel Duarte da Cunha e música de Adolpho Serra.

Alardo de São Sebastião

É um folguedo que ocorre no sul da Bahia e no norte do Espírito Santo, no município de Conceição da Barra. Esse folguedo é representado em dois atos, nos dias 19 e 20 de janeiro, e representa uma disputa entre cristãos (de roupa azul) e mouros (de roupa vermelha). O evento tem São Sebastião como santo de devoção.

Encontro de Grupos Folclóricos

Como já é tradição há mais de 200 anos, no município de Conceição da Barra é realizado o Encontro dos Grupos Folclóricos e as Festas de São Benedito e São Sebastião. Os festejos acontecem do dia 30 de dezembro a 06 de janeiro, na Sede, de 12 a 14 de janeiro, na Comunidade de Barreiras, e de 11 a 21 de janeiro, na Vila de Itaúnas. As comemorações reúnem milhares de devotos ao som de pandeiros, violas, sanfonas e tambores, atraindo também o público que visita o município a cada temporada de Verão.

Forró de Itaúnas

O Festival acontece de 15 a 23 de julho no tradicional Bar Forró, que possui mais de 35 anos de história, fomentado o movimento do Forró Pé de Serra em Dunas de Itaúnas, distrito de Conceição da Barra no ES.

Um lugar paradisíaco e único para conhecer.

Carnaval de Conceição

É considerado o melhor carnaval do Estado do Espírito Santo e por anos sido considerado o 3º melhor carnaval de rua do país. Tudo começou por iniciativa e sob a Batuta do Sargento e Maestro Almir de Souza Santos (O Sgto Almir – também autor da música do Hino de Conceição da Barra) nos idos das décadas de 60 e 70, que com a Bandinha da Cidade saia às ruas levando o cortejo de Momo a tiracolo, formado por muitos (para não dizer todos, à época) os moradores da Doce Conceição da Barra.

Praias e Rios

Conceição da Barra tem oito praias e a maioria delas tem características semelhantes, com exceção das praias que ficam no distrito de Itaúnas. Sempre agitado e com muitas ondas, o mar tem uma coloração amarelada devido à interação com os rios Cricaré e Itaúnas, que desaguam na região.

Praia da Barra

Encontra-se próxima ao centro do município. Na parte alta da praia, existem quiosques e bares apropriados para atender os turistas que transitam pelo local. O mar é agitado, portanto, os banhistas devem tomar cuidado. As areias são fofas, de cor creme e a praia tem um amplo espaço para a prática de esportes como vôlei e futebol.

Existem pedras em alguns trechos da orla que a protegem das fortes ondas. Para os surfistas, a praia da Barra é um ótimo ponto de ondas vibrantes. No verão, é muito frequentada pelos morados e visitantes de outros Estados que vêm curtir o Carnaval.

Praia de Guaxindiba

Está na foz natural do rio Itaúnas. Ela tem se tornado a nova queridinha dos turistas e dos moradores de Conceição da Barra por ser uma praia mais natural, ainda sem muita intervenção humana. Ela fica bem perto da foz do Rio Itaúnas, e por isso também atrai muitos pescadores que chegam aqui interessados na fartura de peixes, entre eles o robalo.

As constantes e fortes ondas de Guaxindiba arrastam para cá os surfistas que chegam a Conceição da Barra, mas é na maré baixa, quando as ondas quebram mais distantes da praia, que fica mais fácil aproveitar o banho de mar. A água é quentinha, agradável e há também um braço do Rio Itaúnas que passa bem perto da praia, e é aqui, longe das ondas, que muitos banhistas preferem relaxar.

Praia da Bugia

Assim como a praia do Farol, a da Bugia tem danos em virtude da erosão provocada pelo avanço do mar. Para melhorar a situação, a prefeitura começou obras de recuperação de toda a orla.

Praia do Pontal do Sul

Fica na foz do rio Cricaré, margem direita ou lado sul. Em meio a mata formada por árvores como pitangueiras, cajueiros e áreas de mangue encontra-se uma trilha que leva até a Pontal do Sul. Os visitantes também poderão chegar até a praia atravessando o rio em chalanas.

É bem conservada e está numa Área de Preservação do Projeto Tamar. O atual farol da cidade foi instalado nesta praia, ela é rústica, não há coqueiros ou outras árvores que façam sombra em sua orla. A areia é branca e lisa e as águas calmas, ideais para banho de mar e pesca. Um dos esportes favoritos praticados é o kitesurf.

Praia da Barra Nova

Fica na foz do rio Itaúnas. A praia da Barra oferece um belo visual e uma ótima atração aos moradores e visitantes. É caracterizada pelas águas mornas, vegetação típica de restinga, com a presença de coqueiros a sua margem.

Praia do Riacho Doce

A praia do Riacho Doce foi eleita a segunda praia deserta mais bonita do Brasil pelos internautas, numa enquete feita pela Revista Quatro rodas, Viagem e Turismo e pelo site Viaje Aqui. Riacho Doce é um verdadeiro paraíso. Seu nome vem do pequeno córrego de água doce que sai do meio das dunas para o mar. É última praia do litoral capixaba, já na divisa com a Bahia.

Praia de Itaúnas

O nome Itaúnas é um topônimo de origem tupi que significa “pedra negra”, através da junção dos termos itá = pedra e un = negro. O nome lhe foi atribuído em alusão às pedras negras do fundo do Rio Itaúnas, que margeavam a antiga vila.

Rio São Mateus/Cricaré

O rio São Mateus ou rio Cricaré é um curso de água que nasce no estado de Minas Gerais, na cidade de São Félix de Minas, desaguando no oceano Atlântico na cidade de Conceição da Barra, no Espírito Santo.

Sua bacia possui 10 335 km² e é a segunda maior do Espírito Santo. Além disso, este rio possui a característica quase única de possuir um defluente: o rio Mariricu.

Defluente é um termo usado na hidrografia para definir um rio menor que se separa de um rio principal em uma bifurcação, sendo um fenômeno contrário e mais raro do que a afluência. Sou seja, o rio defluente “sai” de um rio maior e se liga a um outro rio. No caso do Mariricu, ele sai do São Mateus e deságua no oceano.

Foi no São Mateus que aconteceu a Batalha do Cricaré, um dos mais sangrentos massacres promovidos pelos portugueses contra índios Botocudos (Aimorés) no Brasil.

O nome cricaré, segundo os Tupinambás, significa preguiçoso.

Rio Itaúnas

O rio Itaúnas é um curso de água do estado do Espírito Santo, Região Sudeste do Brasil. Nasce na divisa do estado capixaba com Minas Gerais, entre os municípios de Mucurici e Ponto Belo. A jusante percorre 174 quilômetros (km) até sua foz no oceano Atlântico em Conceição da Barra.

Além de Mucurici, Ponto Belo e Conceição da Barra, o rio Itaúnas banha total ou parcialmente os municípios de Montanha, Pinheiros e Pedro Canário. Contudo, sua bacia hidrográfica também abrange São Mateus e Boa Esperançao, totalizando oito municípios e uma área de 4.428 quilômetros quadrados nesse estado. Cerca de 10% da área de drenagem ainda se distribui entre os estados de Minas Gerais e da Bahia.

O manancial tem como principais afluentes os rios Preto do Norte, do Sul, Santana e São Domingos; ribeirões Itauninhas e Suzano; e córregos Angelim, Barreado, Dezoito e Dourado. O relevo é acidentado no alto rio Itaúnas, porém nas áreas litorâneas a predominância é de planaltos.

A área da bacia foi consideravelmente degradada devido à supressão da Mata Atlântica nativa para ceder espaço a atividades econômicas, sobretudo os plantios de cana-de-açúcar e a monocultura do eucalipto. Além disso, as águas recebem o despejo de esgoto urbano e industrial.

Apesar da degradação ambiental existente, o rio ainda é fundamental para o sustento de comunidades ribeirinhas, principalmente para a pesca. Nos 34 km finais de seu trajeto atravessa o Parque Estadual de Itaúnas, uma área de preservação ambiental que forma uma grande extensão de alagados, dando origem a um manguezal onde coexiste uma rica biodiversidade de plantas e de animais marinhos.

Rio São Domingos

Conheça este trilha bate-volta de 3,1-km, perto de Conceição Da Barra. Geralmente considerado um percurso fácil, é preciso uma média de 36 min para ser concluído. Esta trilhaé ótima para caminhadas e ciclismo de montanha.

Laboratório do Altair

Conhecido internacionalmente pelas famosas batidas feitas de cachaça e frutas regionais, onde a mais procurada é a de Maracujá. O laboratório do Altair é aberto semanalmente e seu ponto alto é na temporada de verão e carnaval onde centenas de jovens ao som de grupos de samba e pagode se divertem no famoso Beco do Laboratório, no centro da cidade de Conceição da Barra.

Planeje sua viagem a Conceição da Barra

Quando ir

Conceição da Barra pode ser visitada o ano inteiro. O clima da região é tropical, com chuvas espalhadas ao longo do ano e a temperatura média é de 24 graus. Em outubro há o já famoso Festival do Camarão. Nos meses de dezembro a fevereiro e durante o Festival Nacional de Forró de Itaúnas, em julho, a cidade se transforma. Os preços dobram e há gente por todo lado.

Como chegar

O aeroporto de Vitória é o mais próximo de Conceição da Barra, mas neste verão quem vem de Minas Gerais tem a opção também de desembarcar no Aeroporto de Linhares no voo da Azul. Da capital do Espírito Santo, são 256 quilômetros a cidade. De Linhares, são 120 quilômetros. A viagem é feita pela BR-101, rodovia que passou recentemente a ser administrada pela iniciativa privada: há três praças de pedágio no trajeto a partir de Vitória e as tarifas somadas totalizam R$ 16,20. Consulte o site da Eco 101 para saber a situação da rodovia.

A melhor opção é alugar um carro para que você tenha mais mobilidade e consiga fazer tudo dentro do seu tempo. De ônibus, compre passagem para Conceição da Barra na viação Águia Branca. A empresa que faz a rota até Itaúnas é a Mar Aberto.

Quanto custa

Nos restaurantes, os cardápios têm os mesmos preços de Vitória, onde uma moqueca pode custar R$ 90, mas há opções mais baratas. A dica é fugir dos estabelecimentos feitos para atender turistas. Ande um pouco além das ruas principais e você vai achar onde comer bem pagando menos.