A história do jovem empresário E.B.F.F., preso mais uma vez – já tinha sido detido pelo menso três vezes depois que se instalou em Barra de São Francisco, Noroeste do Espírito Santo – no início da tarde desta quinta-feira, 25, em sua loja no centro da cidade, é recheada de denúncias e fraudes desde quando saiu de Mantenópolis.
Uma pessoa que conhece a história do jovem empresário afirma que ele saiu do município vizinho praticamente ‘corrido’ por práticas iguais à que adotou em Barra de São Francisco.
“Ele já deu mais de R$ 5 milhões de prejuízo aos seus clientes no Brasil inteiro. Chegou aqui (Barra de São Francisco) corrido de Mantenópolis e montou uma loja luxuosa, pagando todo o material de construção à vista na Moreira Material de Construção”, conta a fonte.
Nesta quinta-feira, 25, foi detido com mandado de prisão em aberto justamente por comércio irregular de celulares. Com ele foi preso também um policial militar da reserva, que não teve o nome divulgado.
Com a prisão, a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da 14ª Delegacia Regional (DR) de Barra de São Francisco, desarticulou um grande esquema criminoso de comércio irregular de telefones.
A Operação denominada “Cydia Pomonella” (traça da fruta) tinha como alvo E.B.F.F., e o policial da reserva. E. é o dono da empresa Infortec, localizada em Barra de São Francisco, que comercializa dispositivos informáticos e aparelhos de celular, sobretudo da marca Apple, por meio de loja física e também pela internet. A investigação da PCES, realizada há mais de um ano, identificou irregularidades na atividade da empresa.
“Os responsáveis pela loja comercializavam produtos para vítimas de vários estados da federação, que adquiriam equipamentos eletrônicos com preços abaixo do praticado no mercado, porém não recebiam os objetos comprados ou recebiam aparelhos adulterados”, explicou o titular da 14ª Delegacia Regional, delegado Leonardo Forattini.
A loja de eletrônicos funcionava no centro de Barra de São Francisco. Com uma estrutura luxuosa, o estabelecimento ostentava dezenas de caixas de Iphone nas vitrines, que o comerciante filmava e publicava em redes sociais, com o objetivo de atrair clientes.
Em outra ponta do esquema, ele usava dados de terceiros para abrir contas bancárias. Quando alguém se interessava por algum aparelho anunciado, o comerciante solicitava o pagamento via PIX para uma dessas contas, mas não enviava a encomenda. O investigado também fazia vendas na loja física, mas os clientes recebiam aparelhos adulterados ou com restrição de furto ou roubo.
“Identificamos, pelo menos, 50 vítimas em todo o País. Muitas que sequer receberam a encomenda. Aqui na cidade, encontramos uma pessoa que comprou um aparelho novo, na caixa, e quando foi ativar constatou que o IMEI estava com restrição de furto/roubo. Também há relatos de aparelhos que quebraram pouco tempo depois de serem comprados”, relatou o delegado Leonardo Forattini.
A investigação apura a conduta de organização criminosa voltada à prática de diversos crimes de estelionato, receptação qualificada pelo exercício da atividade comercial e falsificação de documento particular, crimes previstos no Código de Defesa do Consumidor e crimes contra a ordem tributária.
Durante as buscas na loja do investigado, vários telefones foram apreendidos com suspeita de restrição de furto/roubo. Também foi apreendido um grande número de “carcaças” de telefones, cujas peças teriam sido retiradas para que fossem utilizadas em outros aparelhos, além de notebooks, tablets e caixas vazias de Iphones.
PRISÕES
O proprietário da lojaE.B.F.F., e um policial militar da reserva foram presos nas diligências realizadas com o apoio da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES). Ambos tinham mandados de prisão em aberto por outro crime, relacionado ao comércio irregular de celulares.
O outro Inquérito Policial, conduzido pela Delegacia de Polícia de Mantenópolis, investiga o comerciante pela prática do crime de extorsão e estelionato. A investigação indica que ele e o policial da reserva teriam extorquido uma das pessoas cujos dados foram usados para abrir contas bancárias.
A vítima identificou um depósito vultuoso no nome dela e bloqueou a conta, o que levou o investigado a ameaçá-la com objetivo de reaver o valor.
CYDIA POMONELLA
O nome da operação, “Cydia Pomonella”, faz referência a um inseto também conhecido como “traça das frutas”. A traça coloca ovos em maçãs e suas lagartas apodrecem os frutos.
A investigação apontou que a adulteração dos aparelhos vendidos pelo comerciante provocava defeitos que inutilizavam os telefones após pouco tempo de uso. (Com informações da PCES)
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