Weber Andrade
O líder do Comitê de Defesa da Bacia do Rio Itáunas, José Carlos Alvarenga, o Carlinhos, está aguardando uma posição da Thorgran, empresa que fornece os materiais para cercamento de nascentes do rio Itaúnas, para reiniciar o projeto de Recuperação e Preservação de Nascentes iniciado em março de 2017.
De acordo com Carlinhos, o projeto completa sete anos de existência no dia 5 deste mês, próximo domingo. “O lançamento aconteceu no dia 5, na propriedade do senhor Beijo Dias, no córrego das Pedras e, no dia 5, começamos o trabalho de cercamento, na mesma propriedade”, relata.
Com a pandemia da Covid-19, os trabalhos ficaram prejudicados, mas prosseguiram com revisão de cercas já feitas e visitas de conscientização aos produtores, mas, agora, a retomada está esbarrando na falta de material, principalmente os tocos.
“Estamos aguardando uma posição da Thorgran para mobilizarmos os voluntários, mas o projeto está vivo e vai continuar. No ano passado estivemos visitando propriedades e refazendo algumas cercas, mas a intenção, agora, é retomar o trabalho, além de visitar as demais nascentes já cercadas para verificar a situação”, informa Carlinhos.
Sobre o projeto
O projeto foi iniciado em 5 de março de 2017 – antes a Thor Granitos (Thorgran) chegou a patrocinar o cercamento de 8 nascentes – quando foi feito o lançamento, em parceria do Comitê de Defesa da Bacia do Rio Itaúnas, com a Igreja Católica, Ong Sentinela Francisquense, Prefeitura de Barra de São Francisco e Thorgran na Comunidade São José, córrego das Pedras, mais exatamente na propriedade do senhor Beijo Dias.
Até agora foram cercadas mais de 60 nascentes nos vários córregos que abastecem o rio Itaúnas. E, em todas elas, a água voltou a jorrar com abundância.
Uma festa para os olhos de quem trabalha sem remuneração, apenas com o desejo de ver a natureza recuperada, pensando no futuro das próximas gerações.
“Nós tivemos que paralisar o projeto em 2019, devido à pandemia da Covid, com cerca de 60 nascentes cercadas, mas, de lá para cá, o resultado onde foi feito o trabalho tem sido muito bom”, destacou Carlinhos.
Beijo Dias, proprietário rural onde o projeto começou, se emociona ao falar das nascentes, revela a preocupação em conservar a água e demonstra sua forte gratidão aos voluntários pelo trabalho feito em suas terras.
“O que mais me agrada nesse projeto, para além de contribuir com a conservação e aumento do volume de água nos cursos d’água do rio Itaúnas, é esse convívio, ver as pessoas interagindo”, destaca o líder do projeto Carlinhos Alvarenga.
Voluntariado
Carlinhos, que é o principal responsável pela ação e tem coordenado os trabalhos desde o início, sempre destaca que o mais importante neste projeto são os proprietários de terra, que estão se conscientizando do problema da água e liberando cada vez mais espaço para preservação de nascentes.
“Temos que agradecer, principalmente, aos proprietários das terras que liberaram para cercar as nascentes e ajudam, inclusive no trabalho”, salienta ele, frisando que a oportunidade de convívio de pessoas de várias classes sociais e categorias profissionais acrescenta um diferencial importante ao projeto. “A gente acaba fazendo muitas amizades, aprendendo muito com as pessoas, enfim, é um troca de experiências muito rica”, define.
“Na verdade, proteger e preservar as nascentes é uma obrigação legal, estabelecida em lei federal, mas, o mais importante para nós é obtermos o engajamento voluntário dos proprietários rurais neste projeto fundamental para as futuras gerações”, explica Carlinhos.
“A Thorgran e suas empresas associadas, têm o compromisso de concluir o projeto, pois trata-se de um acordo ambiental, em que a empresa faz a compensação pelos danos ambientais provocados pela extração do granito, mas, para mim, já é muito mais do que isso, esse convívio, esse aprendizado é algo muito mais forte”, pontuou o engenheiro Everton Girelli, que também é voluntário no cercamento das nascentes. (Da Redação)
Comente este post