
Weber Andrade
A matriarca da família Neri, dona Elizabeth Trzoseki da Silva, que faleceu em julho de 1988, e deu nome à Escola Municipal de Ensino em Tempo Integral (EMFETI) que está em fase de implantação no distrito de Paulista, em Barra de São Francisco, criou um sobrenome único no distrito e que nada tem a ver com o sobrenome italiano Neri.
De acordo com o vereador Reinaldo Neri, O Borrinha, neto de dona Beth, como ela era conhecida, a avó e o avô dela criaram o sobrenome do pai dele, Jaime Neri, por acaso.
“Ela nasceu em Águia Branca, filha de família polonesa – por isso o sobrenome Trzoseki – teve apenas um filho legítimo, o meu pai Jaime Neri, e faleceu em 9 de julho de 1988. Quando o meu pai nasceu, ainda em Águia Branca, ela e meu avô queriam nomes diferentes para ele. Ela queria colocar o nome de Neri e meu pai queria Jaime, aí na hora de registrar acabaram colocando os dois nomes e o Neri ficou como sobrenome”, relata Borrinha.
O neto conta ainda que o nome Elizabeth acabou varando gerações da família após ela vir morar em Paulista, já viúva. “Hoje nós temos três gerações de Elizabeths, a minha bisavó, que veio da Polônia para Águia Branca, a minha avó, já falecida e a minha irmã, que também se chama Elizabeth, mas todas têm o apelido de Beth”, informa.
Caridade
Borrinha e sua sobrinha Nayara Neri, contam que dona Beth era uma mulher que gostava muito de fazer caridade e, por isso, fez história em Paulista e acabou tendo uma escola do município batizada com seu nome. “Ela criou mais de 10 filhos adotivos, mas o único filho do ventre dela foi o meu pai. Dona Beth era uma alma bondosa, cuidava dos animais, até pássaros que encontrasse enfermos pelas ruas e também das pessoas menos favorecidas”, disse o vereador.
A bisneta Nayara, por sua vez, conta que nasceu em 1989, um ano depois da morte da avó, mas sempre ouviu as histórias sobre a bondade dela, a caridade que ela fazia.
“O meu avô, Jaime Neri, foi vice-prefeito do Enivaldo, eleito logo depois da morte de minha bisavó e fico muito grata a ele, por tudo que já fez pela nossa família, inclusive essa homenagem”, agradece Nayara, que é secretária de Controle de Gastos, Patrimônio e Transparência da Prefeitura de Barra de São Francisco.

O policial reformado Aelidelson Soares, 69 anos, contou para a nossa reportagem que conheceu dona Beth e realmente ela era uma mulher especial, que vivia para ajudar os outros.
“Eu trabalhei no distrito como policial por 22 anos, essa escola foi a única em que estudei na vida. Comecei os estudos aqui quando a escola ainda tinha outro nome, sai e depois voltei e terminei o primeiro grau na escola. Dona Beth sempre foi uma referência no distrito como pessoa do bem, que vivia para ajudar o próximo”, afirma.

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