Argentina é tricampeã mundial, após final épica contra a França no Catar
Weber Andrade*
Foi uma sensação estranha, a minha, neste domingo, 18, ao ver tantos brasileiros torcendo por Lionel Messi – e, claro, pela Argentina – na final da Copa do Mundo contra a França.
Na quitinete onde moro e decidi ver o primeiro tempo do jogo, duas crianças com cerca de dez anos, um menino e uma menina, gritavam gol de Messi antes mesmo da partida começar e, quando ele marcou o primeiro, foi festa geral.
No entanto, quando faltavam poucos minutos para o final da prorrogação, com Messi -leia-se Argentina – novamente à frente no placar, resolvi descer às ruas, ver o clima. E, quando estava descendo, as crianças também já deixavam a casa da avó, cabisbaixos com o gol de Mbappé nos últimos minutos.
Perguntei a uma delas se achava que a Argentina venceria nos pênaltis e ela quase chorou, mas disse que a França ia vencer. Errou e deve ter comemorado muito em casa.
Foi assim por toda a cidade. Houve até foguetes e uma amiga, postou nas redes sociais: “Só o Messi pra me fazer torcer para a Argentina ser campeã mundial.
A verdade é que a conquista da Copa do Mundo do Catar, neste domingo, colocou Lionel Messi de vez na prateleira dos principais jogadores de futebol da história. Era o troféu que lhe faltava na carreira – e que alimentará uma questão: “Quem é o maior de todos os tempos?”
Até então, a discussão se voltava mais a Pelé e Maradona, que conquistaram Copas do Mundo (três para o brasileiro, uma para o argentino) e foram ícones de seus países. Messi agora entra nessa disputa.
Os dois gols na final contra França, o prêmio de melhor jogador do Mundial, o título e todas as outras tantas conquistas o credenciam a entrar nessa avaliação.
Para Lionel Scaloni, técnico campeão com a Argentina, não há discussão. Após a classificação nas quartas de final, sobre a Holanda, nos pênaltis, ele foi enfático:
“Leo (Messi) mostrou que é o melhor de todos os tempos”, disse.
Além da conquista da taça, Messi empilhou recordes no Catar. Com 26 jogos nas cinco participações em Mundiais, virou o jogador que mais entrou em campo por Copas do Mundo. Além disso, chegou aos 13 gols e agora é o argentino com mais gols no torneio.
Ele também se tornou o atleta com mais participações em gols na história das Copas. Com 13 bolas na rede e nove assistências, teve influência direta em 22 gols. Klose, da Alemanha, era o detentor do recorde, com 16 gols e três assistências.
Os passes para gols, inclusive, colocaram Messi em evidência em outro quesito. O argentino é o único jogador a dar assistências em cinco Copas. Pelé, Grzegorz Lato, Diego Maradona e David Beckham conseguiram em três.
Números à parte, Messi já havia provado sua grandiosidade. Somente de prêmios de melhor do mundo da Fifa, são seis troféus – o líder no quesito. É seguido de perto por Cristiano Ronaldo, com cinco.
Os títulos coletivos não param de aumentar. Com a conquista da Argentina neste domingo, são 42 ao todo. Ele tem 1.003 jogos, 793 gols e 340 assistências.
De acordo com números do Santos, Pelé tem 1.364 jogos, com 1.282 gols, sendo 95 pela seleção brasileira (113 partidas). Já Maradona soma 345 gols em 680 jogos. Ele marcou 34 gols pela seleção de seu país (91 jogos).
Títulos de Messi
Copa do Mundo (2022)
Copa América (2021)
Finalíssima (2021)
Mundial sub-20 (2005)
Medalha de ouro olímpica (2008)
Mundial de Clubes (2009, 2011 e 2015)
Liga dos Campeões (2005/06, 2008/09, 2010/11 e 2014/15)
Supercopa da UEFA (2009, 2011 e 2015)
Campeonato Espanhol (2004/05, 2005/06, 2008/09, 2009/10, 2010/11, 2012/13, 2014/15, 2015/16, 2017/18 e 2018/19)
Copa do Rei (2008/09, 2011/12, 2014/15, 2015/16, 2016/17, 2017/18 e 2020/21)
Supercopa da Espanha (2005, 2006, 2009, 2010, 2011, 2013, 2016 e 2018)
Campeonato Francês (2021/22)
Supercopa da França (2022)
*Com informações do ge
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