O governador Renato Casagrande, que esteve em Barra de São Francisco na tarde desta quarta-feira, 13, na abertura das audiências públicas presenciais do Orçamento Estadual, em seu discurso, foi enfático em dizer que o seu governo tem sido o mais transparente do país, segundo a Ong Transparência Internacional e que sempre busca identificar e punir desvios de conduta.
“Nosso governo não tem compromisso com o erro. Se alguém errou que pague”, disparou, afirmando que “nós temos que ser referência em tudo”.
Indagado pela nossa reportagem, se a fala se devia à prisão de seu ex-secretário da Fazenda, Rogélio Pegoretti, Casagrande foi incisivo: “Se refere a qualquer ato de desvio de conduta de servidores públicos estaduais. Se errou tem que pagar”, reafirmou.
O governador deixou claro que em sua gestão existe uma “equipe maravilhosa e competente”, mas que a própria Sefaz foi quem começou as investigações e repassou as informações para o Ministério Público Estadual (MPES) que culminaram na Operação Decanter.
Durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 12, o MPES admitiu que as investigações que apuram o esquema de fraude fiscal milionária na comercialização de vinho no Espírito Santo, transcorreram no período em que o ex-secretário de Estado da Fazenda, Rogélio Pegoretti, ainda estava à frente da pasta.
No entanto, segundo o MPES, ele só virou alvo da investigação após sua saída do cargo, momento em que o nome do servidor foi relacionado às ações criminosas.
Operação Sanguinello
De acordo com o editor de A Gazeta, Abdo Filho, a Operação Decanter, comandada pelo Ministério Público e pela Receita Estadual e que prendeu o ex-secretário, tem conexões com a Operação Sanguinello, deflagrada em 2014. O modus operandi e alguns dos participantes do esquema investigado hoje têm relação com o que começou a ser apurado.
“Os participantes do esquema investigado hoje têm relação com o que começou a ser apurado há oito anos. Os dois casos envolvem fraudes tributárias na compra e venda de vinho no Espírito Santo. A Sanguinello ficou famosa por ter ido bem além da sonegação de impostos, calculada, na época, em mais de R$ 200 milhões pelos promotores do Ministério Público. Em fevereiro de 2014, o empresário Rodrigo Fraga se matou logo após denunciar um esquema que ele mesmo denominou “Máfia do Vinho”, conta o jornalista. (Da Redação com informações de A Gazeta)
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