A energia continua sendo um obstáculo para o funcionamento da Clínica Med.Álise, em Barra de São Francisco. Depois de muita negociação com a EDP e pressão da Prefeitura, a empresa de energia trocou a rede de distribuição no local, mas colocou na frente da clínica, um transformador que não atende às necessidades.
“Já fizemos o contato com outra empresa, particular e vamos custear a troca do transformador por um que atenda as nossas necessidades e assim possamos instalar os equipamentos e iniciar o treinamento dos profissionais”, revela a empresária paulista Josi Lopes.
Segundo ela, com a troca do transformador nos próximos dias, ainda este mês será instalado o ‘coração’ do serviço, que é o sistema de osmose.
Josi explica que no processo de hemodiálise a máquina basicamente faz a filtragem do sangue que deveria ser feita por esse órgão e uma das partes do processo envolve a passagem do sangue por uma máquina com água. “A osmose é feita por filtros especiais que tiram as impurezas da água utilizada no processo de filtragem do sangue do paciente.”
A água utilizada para hemodiálise precisa ser extremamente purificada. Resíduos de elementos como alumínio, fluoreto, cobre e zinco, comumente deixados pelo tratamento tradicional da água, podem gerar muitos efeitos colaterais nos pacientes renais.
Para tratar a água, o processo de osmose passa a água de um lado para o outro do equipamento através da membrana. Essa, por sua vez, retém as impurezas e poluentes, deixando a água completamente pura para o procedimento de hemodiálise.
Por meio dos rins nós eliminamos os resíduos tóxicos produzidos no organismo, como a ureia, os compostos nitrogenados e a creatina. Quem tem problema nos rins, porém, precisa se submeter a sessões de hemodiálise de 4 a 7 horas por dia. E pode ser pela vida toda da pessoa, se ela não conseguir um transplante.

“Viemos para Barra de São Francisco porque acreditamos muito no potencial da região, detectamos essa necessidade, então decidimos investir na construção desse centro de hemodiálise. Hoje, a clínica já está em fase de acabamento, bem adiantado e, em breve, chegarão os demais equipamentos. Nós já investimos mais de R$ 4 milhões nessa clínica que pode ser considerada uma das melhores do Espírito Santo. Só sistema de osmose custou R$ 600 mil”, informa a empresária.
Junto com a irmão, Izabeli, que atua na área administrativa, Josi avisa que veio pra ficar e pretende investir mais em saúde. “Este prédio, apesar das pessoas acharem que a clínica está demorando para entrar em operação, foi construído em tempo recorde, pouco mais de um ano e meio e estão faltando apenas detalhes para a clínica entrar em operação”, disse Josi.

Novos serviços
Nos planos da empresária está também a prestação de novos serviços no entorno da clínica, como a Tomografia Axial Computadorizada e até mesmo uma policlínica. “Como o prédio foi construído dentro dos melhores parâmetros de engenharia hospitalar, acabou ficando bem maior do que a nossa necessidade inicial. São 900 metros quadrados e, uma parte, que inclusive pode ser isolada da clínica de hemodiálise, poderá ser usada para implantação de uma policlínica, uma sala de curativos, algo que é muito necessário na cidade”, analisa a empresária.
Restaurante e lanchonete
Nos planos de Josi e Izabeli, está também a implantação de um restaurante e lanchonete ao lado da clínica e também de computadores na sala da espera. “Estamos buscando parceiros para implantar um restaurante e lanchonete aqui ao lado e também vamos colocar alguns computadores na sala de espera, para que os acompanhantes de nossos pacientes não passem desconfortos, afinal, uma sessão de hemodiálise dura, no mínimo, quatro horas”.
O prefeito Enivaldo dos Anjos, que vinha lutando para trazer uma clínica de hemodiálise para Barra de São Francisco há muitos anos, destaca que o projeto vai trazer mais do que apenas filtragem do sangue das pessoas com problemas renais crônicos. “A Josi (empresária Josi Lopes) nos garantiu que a empresa dela trabalha também na prevenção dos problemas renais, para evitar que as pessoas com predisposição a doenças renais tenham que fazer hemodiálise no futuro. Com o tratamento precoce, as pessoas poderão evitar ter que fazer uso da hemodiálise”, destaca.

Investimento
A Prefeitura de Barra de São Francisco poderá investir cerca de R$ 1.000.000,00 este ano na aquisição de serviços da clínica de hemodiálise Med.Álise, da empresa Medsolutions, instalada no bairro Irmãos Fernandes e que começará a atender em breve.
A lei municipal que autoriza o município a comprar os serviços, com parâmetro nos valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi aprovada recentemente na Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Enivaldo dos Anjos.
De acordo com a lei, a clínica prestará, além do serviço de hemodiálise, oxigenoterapia, tomografia computadorizada e ultrassonografia.
Só para o serviço de hemodiálise, a clínica deverá atender até 50 pacientes de Barra de São Francisco por mês, com mínimo de quatro sessões semanais.
A lei foi proposta pela administração municipal para assegurar o atendimento até que a clínica tenha condições de receber os serviços diretamente do SUS, o que pode levar até um ano.
A clínica de hemodiálise é uma antiga reivindicação da população francisquense e vai atender também a outros municípios da região, já que tem capacidade de atender cerca de 200 pacientes mensalmente.
Com a prestação desse serviço na cidade, o prefeito Enivaldo dos Anjos e o secretário municipal de Saúde destacam que, além de reduzir o desconforto e risco de acidentes para os pacientes de hemodiálise de Barra de São Francisco, vai trazer retorno financeiro para outras empresas da cidade, já que os pacientes de outros municípios geralmente passam o dia na cidade e trazem sempre acompanhantes, que vão consumir outros serviços, fazer compras e se alimentarem na cidade. (Da Redação)
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