
Ao que parece, a eleição presidencial deste ano será quase plebiscitária e pode nem chegar ao segundo turno. Lula (PT), que tem a preferência do eleitorado ‘baixa renda’ e outras minorias, deverá bater de frente com Jair Bolsonaro, que é o preferido da classe média e dos evangélicos, que atualmente estão mais divididos.
Correndo por fora, vêm Ciro Gomes, eterno perdedor no quadro nacional, mas sempre disposto ao embate e, agora parece ser o único com algum cacife para se interpor entre Lula e Bolsonaro.
De resto, outros dois nomes que tinham alguma representatividade nas pesquisas, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB) e o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil), já sinalizaram esta semana que vão correr da disputa presidencial.
Dória já anunciou para alguns aliados que deixará a concorrência pelo Palácio do Planalto e, pior, vai disputar novamente a cadeira do Palácio dos Bandeirantes, buscando a reeleição no cargo de governador.
A decisão de Dória não é de graça. Ele havia vencido nas prévias do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que esteve à beira de deixar a sigla para manter o projeto de se lançar a presidente da República. Mas foi convencido por entusiastas a ficar na legenda.
De acordo com respeitados blogs nacionais de política, o PSDB queria ‘rifar’ João Dória e estaria esperando ele se desincompatibilizar do governo de São Paulo – para disputar a presidência – e aí levaria uma rasteira, com a colocação de Eduardo Leite como presidenciável do partido.
Mas Dória pressentiu a traição, decidiu ser candidato à reeleição e, com isso, a candidatura de Rodrigo Garcia ao posto de governador ficou impossível. E aliados, como PP e União Brasil, por exemplo, já discutem migrar para a campanha de Tarcísio Freitas – ao governo do São Paulo -, apoiado por Bolsonaro.
A avaliação é a de que, sem uma candidatura forte, partidos aliados não conseguem fazer bancada de deputados federais em SP.
Eduardo Leite
O presidenciável gaúcho estava com um pé no PSD, mas recebeu sinais de partidários de que Dória estaria a desistir da corrida presidencial. Com essas informações, ele se manteve na sigla tucana e tomou a decisão anunciada na última segunda-feira, 28, que renunciaria ao cargo de governador.
O novo planejamento do PSDB para o cenário nacional deve ser anunciado nas próximas horas.
Sérgio Moro
Pré-candidato a presidente da República, Sergio Moro decidiu de última hora deixar o Podemos e se filiar ao União Brasil. Ele anunciará hoje a decisão. A informação foi confirmada por um integrante do novo partido. O anúncio ocorrerá a qualquer momento.
Tomada na noite desta quarta-feira, 30, a decisão de troca pode alterar completamente o destino político de Moro, uma vez que há enormes chances de o ex-ministro disputar uma vaga para deputado federal. Contudo, o ex-juiz ainda alimenta esperança de ser candidato a presidente.
Hartung
O ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, que está orbitando ao entorno do PSD, de Gilberto Kassab, rejeitou nesta semana ser o ‘plano C’ do partido na corrida presidencial, após desistência do senador Rodrigo Pacheco e da não efetivação da filiação de Eduardo Leite. Porém, Hartung já teria engatilhado o ”plano V” de vice. Em acordo, já firmado nos últimos dias com Leite, Hartung já teria feito movimentos no PSD para cravar a vaga na vice na chapa liderada pelo gaúcho.
Ele teria carta-branca de Kassab, que não quer sinalizar apoio a Lula (PT) ou a Bolsonaro (PL) em primeiro turno, por receio de debandada de figuras importantes na legenda. (Weber Andrade/José Caldas da Costa)
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