
A Operação Creeper, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 3, resultou na prisão de um hacker que vinha sendo investigado por invadir contas bancárias. Na casa dele, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, os policiais encontraram uma quantia estimada entre R$ 5 e 10 milhões em espécie.
O homem de 32 anos é considerado pela Polícia Federal um dos hackers mais atuantes do Brasil. De acordo com a PF, ele é o responsável por elaborar e manter um programa que enviava links para clientes de bancos federais, a fim de roubar dados pessoais e retirar dinheiro de contas.
Apesar de ser investigado por cinco crimes associados à essa prática (invasão de dispositivo de informática, furto e furto qualificado mediante fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro), o hacker não foi preso por nenhum desses delitos, mas sim porque nos endereços ligados a ele foram encontrados anabolizantes sem o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com a corporação, 40 policiais federais cumpriram oito mandados de busca e apreensão, nas residências dos investigados nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Guarapari e São Paulo.
Pelo menos sete outras pessoas são investigadas por envolvimento nesse esquema de fraude arquitetado pelo hacker. O dinheiro roubado era transferido para contas de laranjas e, depois, enviado para o exterior para ser lavado.
Para que as somas voltassem para o Brasil, elas eram depositadas em contas de corretoras financeiras e também no mercado de criptomoedas.
A PF acredita que, nos últimos três anos, essa organização criminosa tenha movimentado mais de R$ 2 milhões. No entanto, o rombo pode ser ainda maior, já que as primeiras contas de clientes de bancos federais foram invadidas em 2015, ou seja, há cerca de cinco anos.
Investigação – A investigação teve início após a descoberta de fraudes em contas bancárias da Caixa Econômica Federal. As diligências demonstraram que houve ação de hacker no desenvolvimento de programas maliciosos para infectar dispositivos de informática e obter assim dados para subtrair dinheiro das contas bancárias invadidas.
O hacker que teve a atuação descoberta é considerado um dos mais atuantes no Brasil. De acordo com a PF, as provas indicam que além de criar os programas maliciosos, ele se utilizava de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro.
Crime – Os investigados responderão pelos crimes de invasão a dispositivo de informática e produção de programa para invasão de dispositivos; além de furto mediante fraude, associação criminosa com a prática de mais de um crime e ocultação de movimentação financeira proveniente de prática de crimes comprovados de lavagem de dinheiro. (Agência Brasil e G1 Espírito Santo)
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