
A dona de casa Maria Amélia Ribeiro olha desolada para os preços no setor de hortifrutis de um supermercado no centro de Barra de São Francisco e lamenta: “Não dá pra comprar nada, nem chuchu, nem repolho, que eram baratinhos, a gente está conseguindo levar pra casa”.
Outro consumidor, Marco Antônio de Souza, olha para o preço da cenoura, vendida a R$ 11,50 o quilo e reclama: “Nunca vi isso, cenoura desse preço é a primeira vez, mas o resto também está pela hora da morte, não sei o que está acontecendo com o nosso país, o salário não sobe, mas comer está ficando cada vez mais caro.”
Em um mercadinho, no centro da cidade, o proprietário afirma que está difícil comprar as mercadorias, porque as perdas já são grandes e, com os preços atuais, estão ainda maiores. “A gente está tendo que vender quase pelo preço de custo e, mesmo assim, o cliente reclama, compra um pouquinho de cada coisa”, observa.
Para alguns produtores e comerciantes locais, o motivo dessa disparada de preços foi o excesso de chuvas. “O que é produzido aqui, principalmente as folhas, a gente ainda consegue vender a um preço razoável, mas o que vem da Ceasa está impossível. Um quilo de cenoura, por exemplo, está custando R$ 4,50 no Ceasa”, completa o comerciante, que pediu para não ter o nome divulgado, segundo ele, temendo “espantar ainda mais os clientes”.
A verdade é que, em uma pesquisa feita pela nossa reportagem no site do Incaper, que traz os preços dos principais legumes e frutas, apenas o inhame registrou queda de preço na comparação de fevereiro deste ano com o mesmo mês do ano passado.
Os demais produtores, os mais consumidos, como tomate, cebola, batata, pimentão e até mesmo o chuchu e o repolho tiveram aumentos que vão de 44% a 196%. É o caso da cenoura, que custava R$ 1,51 o quilo na Ceasa em fevereiro de 2021 e, hoje, custa R$ 4,47, um aumento de 196,02%. Em um supermercado da cidade, o quilo está custando R$ 11,50.
O pimentão, por sua vez, passou de R$ 1,58 o quilo para R$ 3,10 e já é vendido a mais de R$ 9 o quilo nos supermercados da cidade.
“Do jeito que está, a única coisa que vai salvar a gente é a chegada do frio, quando a produção de verduras e legumes aumenta e os preços baixam”, avalia o dono do mercadinho.
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