Por Weber Andrade
A imunização de crianças contra a Covid-19 anda a passos lentos em todo o país, em parte por falta de vacina – o que está sendo parcialmente solucionado com a liberação da Coronavac para uso pediátrico -, em parte porque muita gente tem trabalhado contra, com argumentos toscos, baseados em fake news e na insistência do presidente da República em fazer o seu ‘gado’ acreditar que a vacina é um mal desnecessário.
Como militante da comunicação diária, digital, este jornalista tem sofrido ataques de pessoas que se dizem de ‘direita’, são apaixonados pelo ‘capitão’ e se julgam no direito de nos cobrar posicionamento anti-vacina.
É o caso de um cidadão de Mantena, de nome Maurício Vinhal, cuja formação teórica sobre infectologia ou qualquer outra do conhecimento médico´, desconhecemos.
Quando teve início a vacinação de crianças em Barra de São Francisco, nos cobrou no Facebook, a apresentação do certificado de vacinação dos meus filhos ou filhas, como se as redes sociais o investissem desse poder inquisitório.
Logo em seguida, usou o episódio de uma parada cardiorrespiratória ocorrida em uma criança poucas horas depois dela ter tomado a vacina, como argumento definitivo para a sua aversão à vacina. O caso, ocorrido em Lençóis Paulistas, levou o município a interromper momentaneamente, a aplicação do imunizante em crianças, mas logo depois, o próprio Ministério da Saúde (MS), reconheceu que foi notificado e acompanhou a investigação conduzida pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na quinta-feira, 20, que concluiu que a vacina contra Covid-19 não causou parada cardíaca em uma criança de dez anos, em Lençóis Paulista.
Em nota, o Ministério disse que acompanhou o caso e que a paciente tem uma alteração no eletrocardiograma, característica da síndrome de Wolff-Parkinson-White.
Vinhal não nos disse até hoje se tomou algum imunizante, mas parece ser defensor ferrenho do kit-covid, aquele que o MS tenta empurrar na população como solução milagrosa para a cura ou prevenção da doença que mudou a rotina do mundo, já matou milhões, e continua matando.
Quando disse que ele, provavelmente só está vivo e com saúde, porque seus pais o levaram a um posto qualquer durante toda a sua infância, para tomar mais de 20 tipos de vacina, respondeu com argumento ainda mais tosco: São vacinas de qualidade e eficiência comprovada.
Não foi preciso ir longe para mostrar ao cidadão que quase todas as vacinas começaram da mesma forma, como experimento, testado e aprovado antes de ser aplicado em humanos. Pegamos um excelente artigo do Instituto Butantan, aquele odiado pelo presidente por estar sob o comando de um possível adversário na eleição deste ano, que conta passo a passo como a vacina se desenvolveu no mundo e vem salvando vidas desde o século 18.
Por incrível que pareça, a primeira ‘cobaia’ da primeira vacina contra a varíola, foi uma criança de oito anos. Não vou narrar a história aqui, mas deixo para o leitor a íntegra do artigo do Butantan: Imunizacão: uma descoberta da ciência que vem salvando vidas desde o século XXIII
Desfeita a crença de que a vacina mata crianças – lembramos que a Covid-19 já ceifou a vida de mais de 300 crianças, só no Brasil – encerramos esse artigo com mais uma história estarrecedora, de admiração pelo presidente genocida: um francisquense, Sílvio Bitilé, influenciador do seu bairro, o Colina, discute com um gari da Prefeitura, que acabara de tomar a terceira dose da vacina e afirma que não vai tomar nenhuma.
O argumento: “A China já ganhou muito dinheiro com isso. E o nosso presidente, o que manda nesse país, já disse que não toma e não vai deixar sua filha tomar essa vacina. Quem melhor do que o nosso presidente para aconselhar alguém?”, arremata ele.
Abaixo nota oficial da Sobrac sobre vacina e arritmias cardíacas
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