Weber Andrade
Depois de Mantenópolis, no Espírito Santo, onde a Polícia Federal desmantelou um esquema de solicitação de passaportes em um escritório de despachante, que solicitou mais de 400 documentos em dois anos e estaria ligado ao “Rei dos Coiotes” capixaba, Geraldo Couto da Silva, que cobra até US$ 30 mil para levar uma pessoa aos Estados Unidos, via México, Mantena pode ser o próximo alvo da Polícia Federal.
Nossa reportagem conversou com várias pessoas que confirmaram ter ‘alguns coiotes’ atuando na cidade e na região, muitos deles ricos hoje.
A Policia Federal de Minas Gerais ou de qualquer outra parte do país, não informa sobre ações antes de as mesmas acontecerem, mas fontes do site Tribuna Norte Leste, em Governador Valadares, ligadas à Polícia Civil, afirmam que, com certeza, a PF está investigando esses coiotes e, a qualquer momento, pode ‘baixar’ na cidade do extremo leste mineiro.
Mantena, que há cerca de 30 anos tinha mais de 33 mil habitantes, viu sua economia definhar após o crescimento vertiginoso da vizinha Barra de São Francisco e o desmembramento de alguns distritos, como São João do Manteninha e Nova Belém.
Hoje, o município tem cerca de 27 mil habitantes e a maioria dos empregos gerados na cidade são das fábricas de confecções, que empregam basicamente mulheres, fazendo com que a população ativa do sexo masculino tenha poucas opções de trabalho.
“Aqui nós temos também um ‘Rei dos Coiotes’ que cobra 30 mil dólares por cabeça para agenciar a entrada nos EUA via fronteira com o México. Ele já estava rico e, agora, com essa nova onda de migração, está cada vez mais rico”, afirma um pequeno comerciante do bairro Vila Nova, que pediu sigilo sobre o seu nome.
“Eu não entendo a cabeça de certas pessoas, que deixam uma situação financeira segura no Brasil para ir trabalhar como escravo nos Estados Unidos. É o caso de um ex-motorista da Prefeitura de Mantena, o Sapinho (apelido), que ganhava cerca de R$ 5 mil por mês, tinha grande possibilidade de se eleger vereador na próxima eleição, pois estava fazendo um ótimo trabalho e é muito querido na cidade. Acho que, se essas pessoas, que vendem ou entregam o que têm, inclusive terras, para tentar viver nos EUA, trabalhassem aqui da mesma forma que vão trabalhar lá, economizando, sem farra, com certeza, teriam tranquilidade financeira”, avalia outro comerciante do município.
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