
Mais um passo foi dado para a construção da Estrada de Ferro Juscelino Kubistschek, a maior ferrovia privada do Brasil, a ser executada pela Petrocity Ferrovias, ligando Barra de São Francisco a Brasília. Nesta quinta-feira (9), foi assinado o contrato de concessão da via férrea, que ganhou o número EF 030 e tem prazo de 10 anos para ser construída.
“Agora, vamos iniciar os trabalhos de instalação. A Odebrecht vai fazer o projeto de engenharia e construção, nosso pessoal especializado vai cuidar da questão das desapropriações enquanto a uma empresa especialista vai fazer a estruturação financeira e captação de recursos. Podemos dizer, que a Estrada de Ferro JK entrou em gestação”, disse o presidente da Petrocity Ferrovias, José Roberto Barbosa da Silva, que também preside a Petrocity Group.
A Petrocity Ferrovias tem quatro pedidos de autorização junto ao Ministério da Infraestrutura. A EFJK, com previsão de 1.109km e orçada em R$ 14 bilhões, foi a primeira a ter o seu traçado aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres. A solenidade em Brasília foi acompanhada também pelo prefeito de São Mateus, Ailton Caffeu (Cidadania).
A empresa espera para os próximos dias a liberação também da Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo (EFMES), com 400km ligando São Mateus ao Vale do Aço, além da Planalto Central, que liga Unaí (MG) a Campos Verdes (GO) e a quarta ferrovia, que leva a Planalto Central, a partir de Corumbá de Goiás, até Anápolis e que foi dada entrada de autorização esta semana.
No mesmo “pacote” foi assinado o contrato de construção de outra ferrovia com impacto direto sobre a economia do Espírito Santo, ligando Presidente Kennedy (ES) a Conceição do Mato Dentro (MG) e Sete Lagoas (MG), apresentada pela Macro Desenvolvimento.
AS AUTORIZAÇÕES
Nas redes sociais e no seu site oficial, o Ministério da Infraestrutura anunciou a autorização para a construção e operação de nove ferrovias, que fazem parte do Programa Pro-Trilhos, o programa de autorizações ferroviárias, com investimentos previstos de R$ 50,360 bilhões em 3,5 mil km de novos trilhos no País, pela iniciativa privada.
As empresas Bracell, Ferroeste, Grão Pará, Macro Desenvolvimento, Petrocity e Planalto Piauí Participações assinaram contrato com o Governo Federal e, agora, vão executar os projetos apresentados. As ferrovias vão transportar produtos como grãos, minério, celulose, contêineres, entre outros.
De acordo com o Minfra, a autorização é um procedimento mais rápido e com menos burocracia do que o modelo de concessão. O Ministério já recebeu 36 propostas, que somam 11.142 km de trilhos e R$ 150 bilhões em investimentos.
CONHEÇA AS FERROVIAS*
BRACELL (empresa do ramo de celulose)
Lençóis Paulistas (SP): 4,29 km de extensão
Ligando a fábrica da empresa em Lençóis Paulistas ao Porto de Santos (SP), o segmento transportará carga anual calculada em 1 milhão de tonelada de tora de eucalipto. A projeção de investimentos é de R$ 40 milhões, com possibilidade de abertura de 460 vagas de emprego.
Lençóis Paulistas a Pederneiras (SP): 19,5 km de extensão
A estrada de ferro fará a conexão entre Lençóis Paulistas e a malha ferroviária de Pederneiras (SP), sentido Porto de Santos. O objetivo é transportar carga geral de celulose calculada em 1,7 milhão de toneladas/ano. São previstos investimento de R$ 200 milhões e 2.450 novos postos de trabalho (diretos, indiretos, efeito-renda).
FERROESTE (atual concessionária da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A./Ferroeste)
Cascavel/PR a Chapecó/SC: 286 km de extensão
O empreendimento deve levar matéria-prima, principalmente milho, às indústrias de criação de animais e de produção de alimentos sediadas no oeste de Santa Catarina. Devem ser investidos R$ 6,4 bilhões e abertas 122.485 vagas de trabalho (diretas, indiretas e efeito-renda)
Maracaju/MS a Dourados/MS: 76 km de extensão
O ramal ferroviário vai ligar Maracaju, maior produtor de grãos sul-mato-grossense, e Dourados, onde estão instaladas usinas capazes absorver parte importante da produção estadual de soja e milho. A projeção de investimento é de R$ 1,20 bilhão, com previsão de surgimento de 18.376 postos de trabalho (diretos, indiretos e efeito-renda)
Cascavel/PR a Foz do Iguaçu/PR: 166 km de extensão
Esse trecho visa consolidar um corredor de transporte internacional de cargas, em direção ao Porto de Paranaguá (PR), com previsão de investimentos na ordem de R$ 3,1 bilhões e estimativa de geração de 47.463 empregos (diretos, indiretos e efeito-renda)
GRÃO PARÁ MULTIMODAL (administra o Terminal Portuário de Alcântara – TPA)
Alcântara a Açailândia/MA: 520 km de extensão
Segmento voltado ao transporte de carga geral estimada em 50 milhões de toneladas/ano: granéis sólidos, granéis líquidos e containers (carga geral). Estabelece a ligação entre o Terminal Portuário de Alcântara, administrado pela empresa, ao município de Açailândia, polo industrial exportador de ferro gusa e que detém um dos maiores rebanhos bovinos do Maranhão. Terá conexão com a Ferrovia Norte Sul (FNS) Tramo Norte e cruzamento com a Estrada de Ferro Carajás (EFC). Estão projetados R$ 5,2 bilhões em investimentos e 99.519 postos de trabalho (diretos, indiretos e efeito-renda).
MACRO DESENVOLVIMENTO (especialidade é consultoria em gestão empresarial)
Presidente Kennedy/ES a Conceição do Mato Dentro e Sete Lagoas/MG: 610 km de extensão
Segmento conecta regiões produtoras mineiras – extração de calcário, mármore, ardósia, argila, areia e produção de ferro-gusa em Sete Lagoas e minério de ferro em Conceição do Mato Dentro – aos portos do Espírito Santo – Porto Central, em Presidente Kennedy. É voltado ao transporte de carga estimada em 26 milhões de toneladas/ano: granéis sólidos e minério de ferro. O investimento será de R$ 14,30 bilhões, com possibilidade de abertura de 214.349 cargos (diretos, indiretos e efeito-renda)
PETROCITY FERROVIAS LTDA (originária do setor de portos – Petrocity Portos S.A.
Barra de São Francisco/ES a Brasília/DF: 1.108 km de extensão – Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek (EFJK)
Estrada de ferro liga Brasília ao Espírito Santo, passando por Formosa (GO) e ao menos 34 localidades mineiras. Visa ao transporte de produtos do Centro-Oeste brasileiro ao porto seco de Barra de São Francisco (ES). As principais cargas são rochas ornamentais, cargas conteinirizadas, madeira, grãos, algodão, toretes de eucalipto, produtos siderúrgicos, minério de ferro e sal-gema. Estão projetados investimentos na ordem de R$ 14,2 bilhões, sendo R$ 13,5 bilhões na construção dos novos trilhos e mais R$ 700 milhões para a manutenção, ao longo do percurso, de seis unidades de Transbordo e Armazenamento de Cargas (UTACs). O empreendimento deve gerar 214.349 empregos (diretos, indiretos e efeito-renda).
PLANALTO PIAUÍ PARTICIPAÇÕES E EMPREENDIMENTOS (mineradora)
Suape/PE a Curral Novo/PI: 717 km de extensão
Empresa pretende instalar terminal de minério de ferro na Ilha de Cocaia, em Suape (PE), e escoar a produção de suas jazidas localizadas no Piauí, via Transnordestina. Assim, a linha férrea é voltada ao transporte de carga estimada em 6 milhões toneladas/ano: granéis sólidos e minério de ferro. Estão previstos R$ 5,7 bilhões em investimentos e 87.270 novos postos de trabalho (diretos, indiretos e efeito-renda).
*Entenda o que é efeito-renda, que o Minfra utiliza como regra para projetar os “novos postos” de trabalho: https://www.suno.com.br/artigos/efeito-renda/
(José Caldas da Costa com a Assessoria de Comunicação do MInfra)
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