Iniciado em março de 2017, o projeto de recuperação e preservação de nascentes do rio Itaúnas completou seu quarto aniversário na semana passada com um marco na gestão das águas no município. Hoje, 22, logo pela manhã, o líder do Comitê de Defesa da Bacia do Rio Itaúnas, José Carlos Alvarenga, posto um vídeo de uma das primeiras nascentes cercadas, na propriedade de Denilson, na comunidade São José.
Veja o vídeo
O projeto e os resultados obtidos nos quatro anos de desenvolvimento do mesmo, foram apresentados à nova secretária municipal do Meio Ambiente, Lisley Batista em janeiro e chegou-se a cogitar a realização de um evento que marcasse a data. Seria neste domingo, 21, com uma celebração de missa na Comunidade dos Dias, onde foi cercada a primeira nascente, mas, devido à pandemia da Covid-19, as comemorações tiveram que ser adiadas.
outro fato que marcou a semana foi a morte, por Covid-19, do biólogo Alex Brito, autor do projeto de cercamento das nascentes, o que causou grande comoção na sociedade francisquense, particularmente entre os membros e voluntários do projeto.
A reunião foi solicitada pelo engenheiro de Minas da Thorgran, Everton Girelli e o líder do Comitê de Defesa da Bacia do Rio Itaúnas, José Carlos Alvarenga, o Carlinhos.
A secretária de Meio Ambiente, Lisley Batista disse que já tinha ouvido falar do trabalho, mas ainda não conhecia de pertoo projeto e assegurou que sua pasta está aberta para apoiar o que for bom para o meio ambiente do município.
O projeto ficou paralisado desde março do ano passado, devido à pandemia da Covid-19. Em reunião na Igreja Católica do córrego Boa Sorte, em janeiro deste ano, representantes das comunidades e regiões beneficiadas pelo mesmo, decidiram, por unanimidade, continuar com o trabalho ao longo deste ano, assim que houver segurnaça em relação à pandemia causada pelo coronavírus.
A reunião, presidida pelo líder do Comitê de Defesa da Bacia do Rio Itaúnas, José Carlos Alvarenga, o Carlinhos, contou ainda com a presença do engenheiro de Minas da Thorgran, Everton Girelli, que reafirmou o compromisso da empresa em dar sustentação ao projeto, fornecendo os materiais para a construção das cercas, ferramentas e a logística.
“A Thorgran e suas empresas associadas, têm o compromisso, de concluir o projeto, pois trata-se de um acordo ambiental, em que a empresa faz a compensação pelos danos ambientais provocados pela extração do granito”, pontuou Everton Girelli, que é também é voluntário no cercamento das nascentes.
De acordo com Girelli, a Thorgran e suas afiliadas já investiram cerca de R$ 50 mil em insumos para o cercamento das nascentes, sem contar os gastos não computados, como combustível e uso de veículos para entregar os materiais.
A ideia dos voluntários, agora, é fazer a revisão e manutenção das cerca de 60 nascentes já cercadas. A proposta foi consenso entre os representantes das comunidades que, estão fazendo contato com os proprietários rurais onde já foi feito o serviço.
A intenção é levar um questionário até cada proprietário sobre a situação das nascentes cercadas e, em seguida, verificar essas condições in loco e fazer os reparos, se necessário, para evitar que a área das nascentes seja invadida por animais como o gado.
Após o trabalho de avaliação e reparo das nascentes já cercadas, os voluntários pretendem retomar o cercamento de cerca de 20 nascentes georreferenciadas e ainda não cercadas.
“Esse trabalho poderá ser retomado lá pelo meio do ano, quando já deveremos ter a vacina contra a Covid-19 para todos, se houver concordância dos proprietários rurais”, disse Carlinhos.

Saiba mais
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A previsão inicial do projeto era de cercar 89 nascentes, todas já georeferenciadas e com o cercamento autorizado pelos proprietários rurais, mas o sucesso do empreendimento atraiu mais proprietários rurais que querem preservar suas nascentes e se houver continuidade, o número pode ultrapassar cem nascentes protegidas.
“Se as pessoas soubessem o quanto é bom e gratificante esse trabalho voluntário, teríamos muito mais gente aqui”, comenta o engenheiro de Minas da Thor, o gaúcho Everton Girelli, que esteve visitando nascentes já cercadas e também o trabalho que estava sendo realizado na propriedade do casal Gilmar Xavier e dona Creuza, no córrego da Peteca.

Voluntariado
Carlinhos, que é o principal responsável pela ação e tem coordenado os trabalhos desde o início, destaca que, o mais importante neste projeto são os proprietários de terra, que estão se conscientizando do problema da água e liberando cada vez mais espaço para preservação de nascentes.
“Temos que agradecer, principalmente, aos proprietários das terras que liberaram para cercar as nascentes e ajudam, inclusive no trabalho”, salienta ele, frisando que a oportunidade de convívio de pessoas de várias classes sociais e categorias profissionais acrescenta um diferencial importante ao projeto. “A gente acaba fazendo muitas amizades, aprendendo muito com as pessoas, enfim, é um troca de experiências muito rica”, define.
O ex-prefeito Alencar Marim, outro entusiasta do projeto, também já esteve participando da ação.
“Vejo esse trabalho como fundamental para a preservação da água do rio Itaúnas, nossa principal fonte de abastecimento. Quero parabenizar a todos que participam do projeto e convidar amigos e amigas a se unirem a eles nessa empreitada” convida Alencar. (Weber Andrade)
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