
Se alguém avistar um animal parecido com um porco, no mato ou mesmo numa estrada, tenham cuidado, não se aproximem e procurem acionar a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmas) de Barra de São Francisco. O conselho é da própria secretária da Pasta, Lislei Batista, que recebeu hoje, agentes do Ibama, preocupados com uma possível invasão de javalis e javaporcos nos municípios capixabas que fazem divisa com Minas Gerais.
Os agentes alertaram, principalmente, para o fato de que esses animais, por terem se tornado asselvajados e pelo costume de andar em bandos, podem facilmente machucar e até um ser humano.
“Não há motivo para pânico, eles podem chegar logo, daqui a um ano, mas o certo é que eles vão acabar chegando por aqui, segundo os agentes do Ibama”, destaca Lislei.
Para passar quaisquer informações os telefones são (27) 3756-7287 / (27) 99575-6838 .
Trazidos para o Brasil na década de 1990 para dar início a uma criação comercial, os javalis se tornaram uma praga em boa parte do território nacional. Em Minas Gerais, segundo o Ibama, são quase 200 municípios com registro do animal, que se tornou um asselvajado. O número confere ao Estado o terceiro lugar na lista de Estados com maior incidência de javalis. Em muitas cidades, especialmente nas regiões do Sul de Minas, Alto Paranaíba e Triângulo, a situação tem causado vários prejuízos.
Sessenta e quatro delas estão classificadas com prioridade extremamente alta para a prevenção, no aspecto ambiental. Elas possuem áreas com flora e fauna mais sensíveis e espécies endêmicas ou ameaçadas de extinção. E, até bem próximo à Capital, o suíno já foi encontrado. Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), já registrou o abate de um animal.
Os animais, que estão se reproduzindo de forma descontrolada por não terem predadores naturais no País, trazem problemas relativos ao assoreamento de nascentes, pisoteamento de culturas e até ataques a outros animais e pessoas. A maior preocupação, porém, talvez seja a possibilidade de volta da Peste Suína Clássica (PSC).

Caça
O crescimento descontrolado dos javalis levou o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) a ensinar aos caçadores legalizados técnicas de coleta e encaminhamento de amostras de sangue para que seja possível monitorar problemas sanitários que tragam risco à atividade pecuária. O órgão é executor da defesa sanitária animal em Minas e realiza treinamento sobre vigilância sorológica para Peste Suína Clássica.
Segundo a coordenadora de Sanidade Suína do IMA, Júnia Mafra, além da peste suína clássica, o javali pode transmitir outras doenças, inclusive para o ser humano. “Os javalis são animais asselvajados que colocam em risco fauna, flora e seres humanos. Hoje somos uma área livre da PSC e os estados nossos vizinhos também são. Essa é uma barreira importante, mas não podemos diminuir a vigilância. Uma volta da doença não é provável, mas, se isso acontecer, teremos problemas para exportar. Minas é o quarto maior rebanho suíno do Brasil”, explica Júnia Mafra.
Desde 2015, o órgão realiza cursos junto a clubes de tiro para orientar caçadores sobre a vigilância da PSC, informando sobre as zoonoses que podem ser transmitidas e reforçando as diferenças entre os suídeos (suínos e javalis) e tayassuídeos (cateto e queixada). A caça só pode ser realizada por atiradores autorizados pelo MMA e o Exército.
“Quando damos o curso, repassamos todo o material para os caçadores para que façam uma coleta segura e de modo a preservar a amostra. Também os preparamos para verificarem sinais ou suspeitas sanitárias. Essa coleta é voluntária. É importante lembrar que a caça só é permitida para pessoas autorizadas. Um caçador sem preparo pode colocar outras espécies em risco – temos algumas nativas bem parecidas –, outras pessoas e se contaminar com diferentes doenças”, alerta a coordenadora de Sanidade Suína do IMA. (Da Redação com IMA)
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