O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (18) que as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele representam uma “suprema humilhação”. A declaração foi dada à imprensa logo após a instalação de uma tornozeleira eletrônica na sede da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, em Brasília.
Bolsonaro deixou o local acompanhado de aliados e desceu do carro para falar com jornalistas. “O julgamento espero que seja técnico e não político. Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para embaixada”, disse. Ele negou qualquer intenção de fuga: “Sair do país é a coisa mais fácil que tem”.
As declarações ocorrem um dia após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinar a adoção de novas medidas cautelares contra Bolsonaro. A decisão foi tomada no âmbito da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado supostamente liderada pelo ex-presidente após as eleições de 2022.
Segundo Moraes, há risco de fuga, o que justificou a apreensão do passaporte de Bolsonaro em fevereiro deste ano. O ex-presidente, no entanto, classificou essa suspeita como um “exagero”: “O inquérito do golpe é um inquérito político, nada de concreto existe ali”.
Dólares em espécie
Questionado sobre a apreensão de dinheiro em sua residência, Bolsonaro confirmou que guardava valores em espécie. A Polícia Federal encontrou US$ 14 mil e R$ 8 mil em dinheiro vivo na casa do ex-presidente, no bairro Jardim Botânico, em Brasília.
“Guardo dólar em casa há muito tempo e posso comprovar a origem de todo o dinheiro”, afirmou. Quando perguntado sobre um pen drive localizado dentro de um banheiro da residência, Bolsonaro disse: “Não tenho conhecimento”.
Restrições
Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro está proibido de sair da comarca do Distrito Federal, conforme decisão de Alexandre de Moraes. Ele também deve cumprir recolhimento domiciliar noturno das 19h às 6h, e integralmente aos fins de semana.
O ex-presidente está proibido ainda de acessar redes sociais e de manter contato com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, bem como com embaixadores e diplomatas estrangeiros. (Da Redação com Agência Brasil)
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