A Prefeitura de Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo, realizou na manhã desta quinta-feira (12) uma panfletagem nos semáforos das principais avenidas da cidade para conscientizar a população sobre os prejuízos do trabalho infantil. A ação foi promovida pelas equipes do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS).
De acordo com a organização, cerca de 200 pessoas, além de motoristas e motociclistas que passavam pelas Avenidas Edson Henrique Pereira e Jones dos Santos Neves, foram abordadas durante a mobilização. Os participantes receberam panfletos informativos alertando sobre os riscos físicos, psicológicos e sociais do trabalho precoce.
Segundo a assistente social do CREAS, Maria Aparecida, crianças e adolescentes que trabalham perdem o direito à infância saudável e podem enfrentar diversas consequências negativas.
“A criança que trabalha pode ter deformidades na coluna, desenvolver problemas psicológicos, ter baixo rendimento escolar e acabar despreparada para o mercado de trabalho”, afirmou.
Ela também destacou que, apesar de algumas famílias acreditarem que o trabalho desde cedo prepara a criança para o futuro, o efeito costuma ser o oposto.
“O empregador de hoje busca cada vez mais qualificação. Quando a criança trabalha cedo, ela não se qualifica, e isso compromete o futuro profissional dela”, explicou.
No Brasil, o trabalho infantil é definido por lei como qualquer atividade remunerada ou não realizada por menores de 16 anos, com exceção da condição de aprendiz, permitida a partir dos 14. Atividades domésticas leves, realizadas com acompanhamento e respeitando a faixa etária, são consideradas positivas para o desenvolvimento e para a convivência familiar.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2023, 1,6 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estavam em situação de trabalho infantil no país — uma queda de 14,6% em relação ao ano anterior. Desse total, 1,182 milhão estavam envolvidos em atividades econômicas, enquanto 425 mil trabalhavam para autoconsumo.
A mobilização em Barra de São Francisco integra uma série de ações previstas para o mês de junho, quando se celebra o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil (12/06). (Da Redação com Secom/PMBSF)
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