O estreito, mas longilíneo, Vietnã é o segundo maior produtor de café do mundo, atrás apenas do Brasil. Seu território, porém, é de 331 mil quilômetros quadrados, o equivalente a apenas 4% do Brasil, e correspondente a 30% do território da Colômbia, terceiro maior produtor mundial.
Em 2020, porém, o país asiático produziu 40% de café conilon do mundo, seguido pelo Brasil, onde o Espírito Santo, com 45 mil quilômetros quadrados, é o maior produtor do Coffea canephora.
“Se fôssemos um País, nossa produção somente seria menor do que a do Vietnã”, disse o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), que retornou de uma expedição com um grupo de empresários capixabas ao distante País, concorrente do gigante Brasil.
Atualmente, o Vietnã, que forma um triuvirato comunista no oriente distante, junto com a China e a Coréia do Norte, enfrenta uma grave crise na produção por conta da seca severa, que queimou não os frutos, mas as próprias plantas. Este é um dos fatores que estão contribuindo para os melhores preços históricos da Rubiacea originária da África e cujo fruto produz a bebida mais apreciada no mundo inteiro.
ECONOMIA ESTATAL
Mas por que o Vietnã se tornou o maior produtor de café do mundo? Esta é a resposta que Ricardo Ferraço trouxe dessa missão e que expôs na assembléia ordinária da maior cooperativa de conilon do Brasil, a Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), sediada em São Gabriel da Palha, na região Noroeste do Estado.
“A diferença é que o Vietnã tem 600 mil produtores, enquanto nós temos aproximadamente 10% disso. Só que nossas lavouras são mais produtivas e com muito mais qualidade. Lá, a terra pertence ao governo, não tem propriedade privada, ou seja, é programa de renda mínima, pois as propriedades são em média de um hectare e não têm previsão de crescimento”, disse.
Essa realidade deixa Ferraço otimista com o trabalho do Governo do Estado, do Incaper [Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural], da Cooabriel e demais cooperativas, que “fazem com o Café Conilon capixaba seja imbatível”.
“Estive no Vietnã em uma missão, juntamente com comerciantes e produtores rurais, para conhecer o sistema de produção, pois eles são os maiores produtores do mundo. Se o Espírito Santo fosse um país, só perderíamos para o Vietnã. Mas, depois de tudo que vi, tenho a confiança em dizer que nós estamos no caminho certo e muito à frente. Estamos em um grau de evolução maravilhoso”, acrescentou.
Durante a missão “Vietnã Coffee Experience”, a comitiva capixaba conheceu a produção, estoque e logística do maior produtor de canéfora do mundo. Juntos, Brasil e Vietnã respondem por quase 70% da produção global de canéfora, que inclui o Conilon, em que o Espírito Santo responde por 75% da produção nacional. No início do ano, o embaixador do país asiático no Brasil fez uma visita ao Palácio Anchieta para estreitar relações diplomáticas, comerciais e culturais entre o Vietnã e o Estado.
Ainda durante o evento em São Gabriel da Palha, Ricardo Ferraço enfatizou a importância da cafeicultura para a economia capixaba.
“Temos a maior cooperativa de Café Conilon do Brasil ajudando nossos produtores e que foi recentemente premiada pelas suas boas práticas de gestão e governança. Sei que não é fácil obter esse reconhecimento e demonstra também a forma que tratam os associados. Ver uma assembleia com esta é um grande aprendizado, principalmente pela transparência e a defesa dos interessados dos cooperados. No ano passado, a Cooabriel gerou mais de R$ 100 milhões em ICMS, recursos esses que podemos desenvolver várias políticas públicos”, observou.
Também estiveram presentes, o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello; a deputada estadual Raquel Lessa; os secretários de Estado, Enio Bergoli (Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca) e Guerino Balestrassi (Recuperação do Rio Doce); além do prefeito de São Gabriel da Palha, Tiago Rocha. (Da Redação com assessoria)
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