O Tribunal do Júri para o julgamento do médico Celso Luís Ramos Sampaio, previsto para ser realizado nesta quinta-feira (13/03), no Fórum Criminal de Vitória, foi adiado por decisão liminar do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES).
A Côrte deferiu recurso apresentado pela defesa do réu. Celso Luís Ramos seria julgado pelo assassinato da então companheira, Rayane Luiza Berger, em 2015.
A defesa alegou que pediu ao Juízo da 1ª Vara Criminal de Vitória a inclusão nos autos de mídias contendo imagens de videomonitoramento.
O pedido foi negado pela Justiça de primeiro grau, sob o argumento de que a defesa já teria conhecimento do conteúdo das mídias, além de não ter formulado o pedido na fase adequada do processo.
Contudo, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça, que acolheu o pedido, sob a alegação de que o julgamento perante o Tribunal Popular do Júri “poderia ensejar indevido cerceamento de defesa, podendo ocasionar prejuízos ainda maiores ao caso concreto, com a eventual ocorrência de nulidade do julgamento.”
Dessa forma, o júri fica suspenso liminarmente, até que sejam tomadas as providências necessárias para saneamento do processo antes da designação de nova sessão perante o Tribunal Popular do Júri, conforme consta na decisão do TJES.
ENTENDA O CASO
No dia 6 de junho de 2015, o médico Celso Luís Ramos Sampaio teria dopado a companheira, Rayane, com medicamento de uso controlado e proferido golpes com objeto contundente, causando ferimentos na nuca da vítima.
Em seguida, o réu colocou a vítima em um veículo e forjou um acidente automobilístico, próximo ao distrito de Alto Rio Posmosser, na zona rural de Santa Maria de Jetibá.
No dia seguinte, ciclistas avistaram o automóvel submerso num rio ao lado da estrada e acionaram os Bombeiros Voluntários.
O corpo de Rayane foi encontrado no carro, no banco do carona, sem cinto de segurança e com ferimentos na região da nuca. As investigações apontaram que o crime foi premeditado e executado por Celso Luís.
Conforme a denúncia do MPES, o casal tinha um relacionamento conturbado, já haviam separado e reatado diversas vezes, e tinham conhecimento de traições recíprocas.
Entretanto, uma das traições teria sido o motivo de Celso Luís planejar e executar o crime contra Rayane.
Na época, o réu estava cumprindo pena de 16 anos de reclusão por outro crime. Ele foi condenado pelo homicídio contra um colega de profissão, ocorrido em 1996, um crime passional, devido o relacionamento da vítima com a ex-esposa de Celso Luís.
PEDIDO DE JUSTIÇA
O caso gerou grande repercussão e comoção na cidade de Santa Maria de Jetibá, motivo pelo qual, a partir de uma ação de desaforamento (transferência) apresentada pela defesa do réu, o júri acontecerá em Vitória.
A mãe de Rayane relatou, em vídeo, a angústia pela espera por justiça nesses quase 10 anos do caso. Ela acredita na atuação do MPES, que buscará a condenação do réu. (Da Redação com MPES)
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